Queria ser apenas a flor,
para nas mãos daquele poeta
morrer de tanto amor.
De suas melodias ser a orquestra,
as notas, as letras, o ritmo
e o motivo a compor.
Para o poeta eu queria
ser de sua poesia a flor.
Renascida, convergida
à contemplar a fantasia
nos enredos de amor.
Em sua boca seria o absinto,
entorpecendo lentamente os sentidos.
Do corpo seria sua alma e instintos,
à ministrar no silêncio da pele
por minha carne os desejos e vícios.
Desejaria ser do versar a musa,
nua de pele, vestida de letras
um poema em Mulher
a vida despida em poema.
Como o rio desaguando em mar aberto,
carregando na cor dos olhos dilemas.
Descreveria a pele vestida em mim,
na poesia do poeta o desejo.
Do carmim de meus lábios
agregado ao doces dos beijos,
o arrepio sentido na pele
ao reagir à língua que a boca interpele
os inúmeros devaneios...
Queria ser princípio e fim
a inspiração, as rimas, os versos,
os corretos e avessos.
A sedução em contexto e reflexo,
daquele que poeta Hortênsias
sublimadas em delicados aspectos.
Queria ser do poema àquela flor,
para que no peito e nas mãos do poeta
pudesse viver descrita nos versos
que seu amor à inspiração confessou.
Anna Carvalho
[....]
Todos os dias te contemplo
em minhas mãos, te acaricio
como a flor do meu poema
uma flor mulher
que invade minha alma e instintos,
e vejo despida em poema!
Sinto o teu desejo
reflectido em meus versos,
pulsando esse coração
entre as tuas pétalas,
pétalas de amor,
que deixa o poeta em dor
por sentir o teu aroma
e não sentir o teu corpo...
apenas a essência...
José Manuel Brazão
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