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quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Eis o ano 2009! Que renasça a Esperança


Projectos cumpriram-se, outros goraram-se e ainda outros irão concretizar-se!
Cada dia será uma luta constante.

Uma luta pela renovação de mentalidades, que levem as Mulheres e os Homens a banir as questões malignas de uma Sociedade calculista, fria, indiferente, que não despertou para a realidade vivida!

Sabemos que o Mundo em que estamos envolvidos tem países a estimular a Paz, enquanto outros do outro lado reforçam os seus armamentos militares e ainda mais, nucleares!

Todos os que escrevemos, temos uma missão a cumprir.

Existem meios ao nosso dispor – o poder da palavra – para denunciar este estado das coisas e, progressivamente, os poderes sentirem necessidade de parar e reflectir!

Não poderemos tolerar Cimeiras com “almoços de trabalho”, “jantares de trabalho, troca de presentes, crachás nas lapelas dos casacos, fotos de “família” e tudo o que nós não vemos!

Os problemas não se compadecem com encher estômagos a quem os tem bem anafados, presentes que custam dinheiro aos contribuintes e sorrisos para as fotos, quando tudo o que se passa não tem nada a ver com sorrisos!

Pelo contrário, devemos estar tristes pela incompetência, incapacidade e nenhum senso por parte dos responsáveis mundiais!

Necessitam de sair dos gabinetes altamente confortáveis e ir ao encontro dos problemas e não, passear pelos locais mais convenientes às suas promoções políticas.

Tudo isso é efémero e no dia das suas quedas políticas ficamos com “heranças falidas” sem se pedir responsabilidades a quem deva prestar contas!

Até aqui nada tem sido feito nesse sentido, pelo contrário nas retiradas são oferecidos presentes de cargos altamente remunerados e complementados com invejáveis mordomias!

Quem leia esta “Nota de abertura” pensará o porquê dum texto cinzento logo no primeiro dia do novo ano?
Tão só isto:

Todo o dia é um dia para dizer: basta!

José Manuel Brazão

NOVO ANO


Todos queremos dobrar a esquina do vento
para secarmos rajadas de angústia
nascidas de sonhos que ficaram por acontecer
em cada noite, em cada madrugada.
Todos queremos um novo dobre de sino
que toque em galope desenfreado
árias de alegria em cada alvorada.

Todos queremos consertar as velas do barco
e navegar por trilhos desenhados
com novas cartas de marear.
Todos queremos fazer da vida
um alvoroço de alegres tons
talhados em esboço de constante dançar.

Todos queremos apagar rugidos gritados
em vielas silenciosas de desilusão
pegar nos fragmentos de vida
que um dia se escaparam da mão.

Todos queremos dobrar a esquina do vento
para lançar à vida sementes de magia
e construir assim um novo ano
colhendo e bebendo brisas de alegria.

PARA O NOVO ANO, DESEJO A TODOS
QUE COLHAM E BEBAM BRISAS DE ALEGRIA

Marta Vasil

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Cartas de amor


Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
dessas cartas de amor
É que são
ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
ridículas.)

De um dos heterónimos de Fernando Pessoa: Álvaro de Campos.

Um verdadeiro ADEUS


Pensei em lhe entregar uma bela carta de amor, como fiz antes, mas não irei lhe entregar. Hoje parei para pensar numa coisa, eu fui o teu segundo plano, a outra opção, e quando não lhe tornou bom ficar ao meu lado, simplesmente ouvi dizer que não me amava mais, a verdade é que sei que nunca me amou (me contaram isso). Ah meu coração quanto te amou, quanto se machucou, mas hoje meu querido; não sinto ódio a você e sim a mim, como fiz isso comigo?
Que amor foi esse tão grande ao ponto de me cegar?
Penso que o único sentimento que é suficiente para destruir amor é o ódio, bem, talvez seja isso que ocorreu agora.
Posso lhe dizer também que o amor é um sentimento muito puro para ser entrega á qualquer pessoa assim como você, uma jóia rara melhor dizendo. Errei muito, e o pior, isso me trouxe uma péssima consequência.
Bem meu querido, eu soube te amar, mas não esquecer talvez por esse motivo esteja escrevendo essa carta, e sem coragem de entregá-la a você.
Só mais uma detalhe, essa carta não será excluída ao menos que você me peça, como um comentário, lógico, e também não poderá copiá-la para mostrar á alguém que você queira se observar ao final da carta tem um tópico com um tipo de licença.
Como tudo poderia ser diferente ein?
Espero ser a última pessoa a você magoar.

Agora sim, adeus.

Seja feliz meu querido amado.

Sarah Alves Brazão

Como um girassol


Procuro a luz
como um girassol.
Procuro a luz
que brilha o meu coração!
Parece distante,
mas está próxima...
Como um pássaro,
procuro-a:
Está dormindo,
sonhando com o mar...
O mar que a fascina,
onde tantas ondas,
deram em poemas...
Conheço esse mar
e envolvo-me
com as suas ondas;
regresso
para mais um poema:
não com rosas,
mas com girassóis!

José Manuel Brazão

Suspiro


Breve
É o suspiro que retenho

A carícia
Cai-me suave na mão

A lágrima
Acomoda-se na concha

O abraço
Rende-se ao sabor da amizade

Devagar
Solta-se o suspiro

Vanda Paz

Minha verdade


Hoje minhas palavras ficaram por um fio
Vagueiam nus e sós, os versos que desenhei
Oscilei entre a incredulidade e o desvario
No mar de palavras onde minha alma lavei

Caminhos confusos, corações empedernidos
Barreiras que os ventos do poema não derrubou
As palavras eloquentes perderam o sentido
A linha que atava a fantasia, se quebrou

Mas no longínquo silêncio, vou redesenhando o rumo
De um viver exaurido, e por frustrações, marcado
Recuperando o sentido, deixo as ilusões no passado

Bendito orgulho que brada, me impele a achar o prumo
E os pensamentos nocivos, emoções vazias, esqueço...
Pois o abstrato é nulo, só minha verdade tem preço.

Gloria Salles

Espelho do Tejo


Linda varina com graça
na minha terra todos os dias
vende na praça.

No pé leva a chinela,
que linda saia rodada
de canastra na cabeça
lá esconde
o que vai dentro dela.
A garra da mulher da praça!

Vende com muita chalaça
vem aí um pregão,
a graça que vai sair.
- Olha que bonito peixe,
leva menina bonita
pra o teu marido comer!

E os varino com jeito
levam ela no seu leito,
no rio
que lhes dá de comer.

Este Tejo de varinos
que passa na minha terra
ternas correntes de amor
levam o vento
em águas frias, meladas,
muitas vezes aquecidas
outras vezes embaladas
em noites de alvorada.

Espelho-me nessas águas
numa aliança de amor.
No meu peito, eternamente
guardada,
no Tejo do meu amor.

Cristina (Mim)

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Poema para mim


O Tejo com emoção
chegou a Lisboa
por onde,
o Zé
homem de fé,
e de coração
conhece Lisboa
bela e gaiata
e uma velha atrevida
com muita graça
amiga que trás
na palma da mão
Tenho muito
orgulho
de ter um amigo
com tanta paixão
e deixo aqui
o meu momento
de inspiração.

Cristina

Quem é Sarah Brazão?


Conheci Sarah Brazão no site brasileiro "Recanto das Letras". Afinal somos Colegas no site! Ela descobriu-me e enviou-me este comentário interessante:

"Você deve ser meu parente, minha família Brazão era de Portugal, você nunca sabe a dificuldade que é achar um Brazão no brasil. Mas o que importa é que eu adorei tua poesia, belíssimas tuas palavras. Abraço, Sarah*
Enviado por Sarah Alves Brazão em 28/12/2008 17:46
para o texto: Como um girassol! (T1356761)"

É uma menina de 14 anos - menina prodígio - que me procurou daquela forma. Já conversámos por mail fora do site e eu não concluí se somos familiares!

Não resisto e publico o seu perfil escrito por ela própria.

É uma beleza a Sarah:

Perfil de SARAH BRAZÃO

Eu, Sarah Alves Brazão, uma menina de 14 anos, com o pé nos 15, feliz, sim feliz, sinto a felicidade em minha alma, sentimento do qual muitos procuram, mas a verdade é que eu aprendi a enxergar ele dentro de mim, hahah faço inveja agora aos infelizes (brincadeira).
Descobri a poesia em mim á pouco tempo, e desde já não consigo viver sem ela, tudo é motivo para escrever algumas palavras, afinal, existe tanta coisa na vida á que devemos nos preocupar, do que ficar perdendo o tempo com besteira.Falar de amor, falar dos sentimento, é a melhor coisa do mundo, principalmente quando podemos compartilhar isso com os outros, quem sabe um dia minhas palavras sirvam pra alguma coisa, ou até mesmo para fazer bem á alguém?
Olhe para o céu, em qualquer momento, veja a beleza existente nas coisas da vida, ame as pessoas, seja firme nas decisões, tenha opinião, faça os outro felizes, tenha limite, procure a evolução, pense nos sentimentos dos outros, lembre-se da lei de causa e efeito, ela existe, tenha certeza disso. Preserve a natureza, é bom, não coma carne animal, plante árvores, flores, semeie a felicidade, ame a vida, ame á todos, e goste de mim, não me ache uma chata futurista, sou apenas uma adolescente que pretende ser um dia uma estrela no céu, e que quer um dia esquecer as dores do mundo, ou melhor fazer algo para evita-las.

Meus maiores amores são:
*Minha mãe
*Família
*Amigos
*Animais (principalmente gatos)
*As estrelas (astrologia)
*A vida

*vivo intensamente a vida*
e sou feliz por ser assim.

Sarah Alves Brazão

Quanto amor


Quanta dor
quanto amor

Não posso te ver
nunca mais te vi
Não posso te ter
nem posso beija-lo

Lembro de tuas palavras de amor
mas não posso tê-las novamente
nem posso voltar ao tempo

Quanto sentimento
quanto esquecimento

Mas eu te amo
mas não posso dizer
nem te amar

Sarah Alves Brazão

Gostas de mim triste!


Gostas de mim
triste!

Amor provocante,
mas cúmplice,
silencioso
e até escaldante!

Sentes
com a minha tristeza,
que compreendes melhor
a minha Alma.

Sentes
com a minha alegria,
que não sou o “eu”,
imaginado,
compreendido
e por ti amado!

Sorrimos …

José Manuel Brazão

Cruel destino


Entraste na minha vida
Como um raio de sol
Iluminaste toda a escuridão,
Que existia dentro de mim.

O pouco tempo que estiveste
Ao meu lado, bastou.
Agora choro,
Porque ela te arrastou!

Anseio que voltes,
Anseio uma nova oportunidade,
Anseio por ti,
Meu pedaço de luz!

Caty

Tu e Eu


Amo-te
e não liberto
esta paixão
que não abandona
o meu coração!

Amas-me
e não libertas
essa paixão
que não abandona
o teu coração!

Tu e eu
somos um,
na paixão
e no amor!

José Manuel Brazão

domingo, 28 de dezembro de 2008

Vidas


A vida é como uma felicidade,
para ser merecida.
No João
a vida como um amor,
para ser desfrutado;
no Pedro
a vida como um desafio,
para ser enfrentado;
no Paulo
a vida como uma aventura,
para ser agarrada;
nos meus Netos
a vida como Vida,
para ser defendida!

José Manuel Brazão

O valor das coisas


O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".

Fernando Pessoa

Enviado gentilmente pela minha Colega e Amiga Conceição Bernardino

Mãe


Tenho muito gosto em revelar neste espaço a Caty jovem autora que promete em Poesia, Já li vários poemas. Filha de poetas amigos, o aroma daquela Família é Poesia!
José Manuel Brazão


Mãe

Mãe,
Ser maravilhoso
Que está sempre por perto!

É ela,
Que me tem em seus braços
Me atira para o alto
A fim de eu alcançar sonhos,
E quando vou a cair,
Lá está ela para me segurar
Com seus braços de amor!

Mãe,
É a força
Que necessito para viver!

Obrigada mãe!

Caty

Memórias de Poeta


Memórias de poeta
São grãos de areia
Quando peneiradas
Se tornam palavras.

Reflexão futura
Que os transforma
Em poemas saídos da alma.

Ana Coelho

sábado, 27 de dezembro de 2008

Sol Lua Mar


Nascia o fogo no céu
de tanto vermelho o pôr-do-sol se querer pintar
Atrás de mim desmaiava a tarde
de tanto branco a lua se querer mascarar.
O tempo corria, então sem pressa,
sob escassas nuvens
vogando em leito azul
sobrevoando ondas em canto afinado.
Recolho-me naquele quadro de tarde
e no silêncio da areia ausente de gente
elevo-me a cumes de montanhas
vivo, canto e rio sofregamente.

Marta Vasil

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Poesia de Ano Novo - Miguel Torga


Recomeça….
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças…

Miguel Torga

Solta-te amor!


Vives amarrada
à tua vida,
com hesitações,
sem saber
o teu caminho…

Mulher apaixonada,
com amor,
muito amor.
que nas tuas vacilações,
já não sabes:
se é amizade, paixão
ou amor!

O teu coração
espera
que te encontres
e depois:
liberta-te;
solta-te Amor!

José Manuel Brazão

Eu


Eu,
sou aquela
que no mundo anda perdida...
Que vagueia,
sem rumo
e procura alguma vida...
Sou,
a mais estranha personagem
de um livro,
Sou,
apenas uma página,
uma heroína
perdida...

Luisa Raposo

Efervescências


Efervescências.
Lilases bordados
de espuma branca.
Corações
de paredes finas
que se elevam
e rebentam
ao toque de cada palavra.

Alma fervente
de mãos cheias de nada
mas quentes,
ardentes,
na ebulição
dos sentimentos
que queimam o papel
com as letras desenhadas
de vermelho intenso.

Efervescências.
Sinais vibrantes
pelo tempo excitado
que passa e não vem,
nunca vem…
Anseios fogosos
onde o suor se espalha
no chão…só,
na violenta espera
de quem não chega.

Peito aberto,
vaporoso,
com a excentricidade
de um sorriso
de ferida profunda
com a dor pendurada
por uma corda
enlaçada
num amor que se solta
em fumo branco,
efervescente,
ausente.

Tália

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Olha que não estás só!


Durante muitos anos ficamos com a ideia que estamos muito acompanhados.
De facto, fisicamente, assim acontece. Mas com o tempo constata-se que são tudo aparências, criando a imagem que tudo vai bem!
Os dias tornam-se cinzentos sem a presença daquele Sol que desejamos, que nos conforta.
Há quem diga “a vida é bela”: são optimistas ou até conformados porque não conheceram (ainda) os obstáculos que ela nos apresenta, muitas vezes, surpreendentemente!
Acredito na vida, na minha vida, mas tenho consciência que não se contornam os tais obstáculos; temos de os superar!
Neste nosso caminho (a vida) encontramos muitos atalhos – os encontros e os desencontros – e ficamos inquietos qual será o atalho conveniente!
Por vezes, escolhemos aquele que nos parece o mais acessível. No entanto o indicado ficou para trás ou será mais adiante.
Já tive muitas interrogações (hesitações), porque não sou um homem de certezas, mas de convicções. Só que estas últimas não surgem – como seria desejável - na altura certa!
Na vida conhecemos pessoas que admiramos e outras que passamos a amar!
Com umas pessoas tenho obtido desilusões, mas em compensação com outras conquistámos uma fidelidade que só pode ser amor. Darmo-nos todo sem limites. Pessoas que ficam gravadas na nossa existência.
Quando a nossa idade avança, isso fica mais gravado, ousando dizer que inesquecido!
Há momentos que me sinto só (apemas um estado de alma)!
Aparece alguém que nos diz: “ Olha que não estás só ... “
São os meus companheiros de verdade.
Aqui renasce Amor ...!

José Manuel Brazão

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

NATAL 2008






Um NATAL sem poemas ou prosas, mas com atitude:


PAZ »»»»» HARMONIA »»»»» AMOR

José Manuel Brazão

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Quem sou!


Algumas vezes tenho publicado o perfil de alguns Autores convidados, que embora eu conheça um pouco deles não obstante ser Amigo de muitos, entendo ser original que seja cada um a traçar esse próprio perfil.
José Manuel Brazão


Sou vulgar enquanto pessoa, com a especificidade que é inerente a cada um. Sempre gostei de escrever e ler. É um dos meus refúgios.
Poesia? Gosto de a ler, mas nem sempre a entendo. Destes desencontros com ela nascem hiatos que me sufocam o pensar. Porém, não desisto.
Não sei se sei escrever POESIA, mas sei que a sinto no peito. É assim que nasce a minha “poesia”. Entre desabafos, sentires, desejos de me inventar e (re) inventar nascem-me as palavras que deito no papel, com as mãos em afago ou em fúria…
E assim me vou encontrando com o passado, com o presente e até com o futuro.

Marta Vasil

Para além da curva da estrada


Para além da curva da estrada
Talvez haja um poço, e talvez um castelo,
E talvez apenas a continuação da estrada.
Não sei nem pergunto.
Enquanto vou na estrada antes da curva
Só olho para a estrada antes da curva,
Porque não posso ver senão a estrada antes da curva.
De nada me serviria estar olhando para outro lado
E para aquilo que não vejo.
Importemo-nos apenas com o lugar onde estamos.
Há beleza bastante em estar aqui e não noutra parte qualquer.
Se há alguém para além da curva da estrada,
Esses que se preocupem com o que há para além da curva da estrada.
Essa é que é a estrada para eles.
Se nós tivermos que chegar lá, quando lá chegarmos saberemos.
Por ora só sabemos que lá não estamos.
Aqui há só a estrada antes da curva, e antes da curva
Há a estrada sem curva nenhuma.

Alberto Caeiro

Percurso de Vida


Caminho longo
percorrido
com obstáculos
que superei,
uns por mim
e outros ajudado!

Por quem?
Alguém!

No caminho longo
encontrei de tudo,
coisas boas e más.
Pessoas
que me davam a mão,
pessoas
que me traziam no coração,
mas ele era artificial!

Uns
ficaram para sempre.
Outros
ficaram pelo caminho!

Eu
continuo o percurso,
caminho longo…

José Manuel Brazão

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Realidades distintas



A mentira veste-se de
rosas, lírios e girassóis,
fica tão airosa!

Mas não passa
de um cacto do deserto,
sempre se encherá do pó da terra.

A verdade fica
crua e nua,
á espera do amigo
que sempre inalará
seu suave perfume,
agradável de sentir.

Duas realidades distintas,
no andar sentir e viver,
como água e azeite
nunca se misturam,
assim serão as consciências
da mente pura
e da mente fictícia.

Ana Coelho

Natal


Entre os poetas consagrados que publico neste Blog já é habitual a presença de Manuel Alegre.
José Manuel Brazão


"Natal"
Acontecia. No vento. Na chuva. Acontecia.
Era gente a correr pela música acima.
Uma onda uma festa. Palavras a saltar.
Eram carpas ou mãos. Um soluço uma rima.
Guitarras guitarras. Ou talvez mar.
E acontecia. No vento. Na chuva. Acontecia.
Na tua boca. No teu rosto. No teu corpo acontecia.
No teu ritmo nos teus ritos.
No teu sono nos teus gestos. (Liturgia liturgia).
Nos teus gritos. Nos teus olhos quase aflitos.
E nos silêncios infinitos. Na tua noite e no teu dia.
No teu sol acontecia.
Era um sopro. Era um salmo. (Nostalgia nostalgia).
Todo o tempo num só tempo: andamento
de poesia. Era um susto. Ou sobressalto. E acontecia.
Na cidade lavada pela chuva. Em cada curva
acontecia. E em cada acaso. Como um pouco de água turva
na cidade agitada pelo vento.
Natal Natal (diziam). E acontecia.
Como se fosse na palavra a rosa brava
acontecia. E era Dezembro que floria.
Era um vulcão. E no teu corpo a flor e a lava.
E era na lava a rosa e a palavra.
Todo o tempo num só tempo: nascimento de poesia.
Manuel Alegre

Até amanhã, meu Amor!


Partiste
em nova missão,
fiquei triste,
palpitante o coração!

Deixaste
o teu rasto:
cheio de Luz,
amor sorridente,
palavras meigas!

Deixaste
muito amor.
que eu abraço,
sentindo o teu corpo,
a tua alma,
a tua presença.

Partiste
com a esperança
de nos vermos,
nos abraçarmos,
nos beijarmos
e nos amarmos,
Loucamente…

Voltarás
e serás o sol da minha vida.

Até amanhã, meu amor!

José Manuel Brazão

- O meu EU sentiu necessidade de republicar este poema -

sábado, 20 de dezembro de 2008

Feliz Natal


Escolhi a minha Amiga e poeta convidada Marta Vasil para ser a mensageira do Natal 2008 com um poema de sua autoria no meu e vosso Blog.
José Manuel Brazão




"Feliz Natal"

Abraço um vento de palavras
que me limpam o olhar.
Chamo depressa pelas mãos
na ânsia de as partilhar.
Alvas, de branco a transpirar
enovelo-as com força sideral
pego na minha concha de mar
rodo o farol até anunciar:
UM FELIZ NATAL
Marta Vasil (Texto e imagem)

Rosas amarelas (nunca estarei só)


São as rosas que gostas:
rosas amarelas!
Belas
como o teu olhar,
o teu sorriso.
Belas
como os teus gestos,
as tuas atitudes.
Belas
como o teu amor!
Vejo rosas,
rosas amarelas,
ao meu redor.
O seu aroma
é o teu perfume.
Perfume que não me deixa
e, tu que não me abandonas!
José Manuel Brazão

Comentário:
Olá João, tem bom gosto, rosas amarelas, as mais belas de todas as rosas, também eu que de nome sou rosa, gosto de entre todas as cores das rosas, as amarelas. E mais uma coisita João, conheci seu pai recentemente e quero dizer-lhe, que orgulho deve ter dele.... um Senhor, um doce, uma simpatia. Desculpe a ousadia, pois não não me conhece de lado nenhum... era só mesmo para lhe dizer, onde quer que esteja, estou certa que gostará de saber que tenho carinho pelo seu pai!
Rosas amarelas para si João de uma Rosa
Rosas da cor que mais gostar para si José

Rosa Maria Anselmo

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Teu corpo


Linda.
muito linda!

Teu corpo
lindo, esbelto,
deixa
por onde passas,
um rasto de sol,
um perfume,
um desejo…

Sigo-te
com o olhar
e fico a pensar:

Beleza
do teu corpo,
não nego!

E da tua alma?

José Manuel Brazão

Sou, quem sou


Sou
o que a vida me permitiu,
sou
o que na vida me sorriu,
me entristeceu,
me enlutou…

Sou
um amigo da paz,
da tolerância
e do Amor…

Sou
um amigo fiel,
sempre ao lado
dos fracos,
dos aflitos,
dos carentes.

Sou
um homem
que defende
a dignidade,
a honra
e a verdade!

Sou
o que outros pensarem,
mas, sou quem sou!

José Manuel Brazão

A verdade do amor


Logo que o véu se rompe
a verdade é revelada
não mais fica encoberta,
a mentira fica envergonhada
no pudor que não conhece
a maldade que experimenta
do sabor que alimenta.
Só o coração puro de amor
em livre arbítrio pede perdão,
abre o livro que estava oculto
revela toda a verdade...

A verdade
dói...
queima...
arde...
se inflama...
Deixa ferida...

O bálsamo do amor genuíno
derrama o verdadeiro sentir
em actos ternos de arrependimento
no fiel reconhecer
a transparência de todo o vagabundear...
Em plena leviandade, sem nada lhe faltar.
Nesse momento na alma o reconhecimento
perto do abismo se andou a balançar
por mera vulgaridade...

Saudade só se sente do amor
que nos fez feliz... (mesmo antes de o perder)
Na eminência da sua ausência,
tudo almejamos para rectificar...

Novo viver passa a valer
no mais intimo do ser.
O prazer carnal em tudo banal
por mais vezes que tentes ter...
Nem o recordar é real desse intemporal vazio,
onde nem o prazer foi verdadeiro sentir...

Assim a ferida fica sarada
o perdão reina nos corações libertos,
a amor ganha novo sabor
se torna substancioso,
numa usura intransponível
a qualquer forma exterior
por mais que ouse voltar.

Ana Coelho

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Folha do pensamento


Na tua mão
uma folha de árvore;
sentas-te à sua sombra.
Acaricias a folha,
fixas o teu olhar,
corres a vida:
sorris, choras.
Com coisas belas
e sonhos perdidos
nessa corrida pela vida.
Olhas para diante
e vês a sombra de alguém,
mas quem?
Daquele
que segue o teu caminho,
que te avisa e aconselha,
daquele
que não te quer sem destino:
onde estou, para onde vou…
A estrada em que estamos,
leva-te à que procuramos:
a estrada da Vida …
Sorris para mim,
beijas a folha e partes …

José Manuel Brazão

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

À sombra desse Amor


Preciso entender que não estou sozinha
Nem lembrar as duras batalhas perdidas
Só preciso de Sua mão segurando a minha
E todas as vezes que caí, serão esquecidas

Porque quando me coloco em Suas mãos
À sombra desse amor posso descansar
Uma paz inusitada preenche os vãos
Na vida vazia, grãos de fé, faz germinar

E aquilo que me atormenta e tira o sono
Vai-se, ante a voz do Poderoso Amigo
Que me ampara, faz do Seu amor, abrigo

Ao Paizinho que me vê, lá do Seu Trono
Ilumina meu caminho, ameniza minha dor
Não sei agradecer, nem medir tão grande amor

Glória Salles

Dou-te tudo!


Quando estou triste,
ficas aflita;
não me queres assim.
Conheces-me bem
e em sintonia comigo,
não deixas este amigo,
ficar mais assim.
Com palavra de alento,
com o teu sorriso,
com o teu coração,
enfim …
com a tua teimosia,
volta a alegria,
caminhamos…

Dantes:
queria ajudar-te,
libertar-te.

Agora:
sentes
que não estou bem,
e melhoro só de saber
que sentes.

Dou-te tudo …
a tolerância,
a compreensão,
a fraternidade,
o amor …

Dou-te tudo …
o que me pedires,
aquilo que tenho,
partilhando.

Dou-te tudo …
o que me pedires,
porque contigo,
não há tristeza!

José Manuel Brazão

A felicidade exige valentia


"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas, não
esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela
vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios,
incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos
problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no
recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter
medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para
ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Fernando Pessoa - 70º aniversário da sua morte

Fiz um conto para me embalar


Fiz com as fadas uma aliança.
A deste conto nunca contar.
Mas como ainda sou criança
Quero a mim própria embalar.

Estavam na praia três donzelas
Como três laranjas num pomar.
Nenhuma sabia para qual delas
Cantava o príncipe do mar.

Rosas fatais, as três donzelas
A mão de espuma as desfolhou.
Nenhum soube para qual delas
O príncipe do mar cantou.

Natália Correia

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Amor da minha vida


Amo-te
como nunca amei!

O tempo passa
e no meu silêncio
amo a tua voz,
o teu pensamento,
o teu querer,
a tua paixão!

Vivemos
este amor ardente,
com admiração
um pelo outro,
com o desejo
de que o tempo pare
para nós saborearmos
este amor doce,
generoso
e carinhoso;
este amor único!

Seguiremos
nossos caminhos,
sempre unidos,
queridos,
como amantes
de uma só vida,
que nos uniu,
sorriu
e nos levará
até sempre,
ao pensamento
do meu e teu poema,
poema da minha vida,
da nossa vida!

José Manuel Brazão

A carta que nunca seguiu


Gosto de me encostar à tarde que chega. Sopro os sonhos ao vento e arregaço os luares que espreitam. Agora é a minha vez de dançar com os teus versos. De fazer amor com a tua voz sentindo na pele as tuas palavras. Deixo que me vejas a alma em tons de um desejo vadio. Deixo que me aqueças as coxas com mãos de adjectivos insanos, que me tocam e que me querem. Ofereces-me sempre lençóis de poemas onde me deito e me entrego nua ao teu pensamento. O meu corpo pertence-te desde aquela noite que me amaste na distância de um mar prateado coberto de estrelas, despi-me na espera de um tempo longo demais. Entreguei-me de olhos fechados à vida saboreando cada segundo daquele momento. Deixei-me flutuar no copo que me deste a beber embriagando as ilusões. Serei tua até ao momento que fechar os olhos para sempre. O meu brilho será o brilho dos teus olhos o sorriso da tua boca. Entorno-me sobre uma vida que me acolhe entre lágrimas, nunca nada está bem, nunca existe o sabor de amar uma rosa vermelha simplesmente por ser uma rosa vermelha. Gostava tanto que sentissem, tal como eu, o bater das asas de uma borboleta, o sol a beijar a face fria. Mas tu sentes, o simples fechar dos teus olhos é quadro que se pinta na mais pura sensibilidade, o teu silêncio provoca ventanias em corações distantes, tu sentes os olhares inquietos que te perturbam, que te aliciam, tu sentes. De qualquer modo, jamais serei o horizonte do teu olhar, o ar fresco que possas respirar, serei apenas e só aquela mulher distante que te ama, muito…

Vanda Paz

És o meu Sol!


Começo o dia
admirando a tua luz!

Vibro com a tua imagem,
que me ilumina e conforta,
para viver mais um dia
do resto da minha vida!

Aproximas-te,
sinto o teu calor
percorrer meu corpo!
Uma sensação agradável,
perturbante
e naquele instante
já não sei
se és o Sol,
se o meu amor!

José Manuel Brazão

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

O amor vencerá!


Desiludam-se!

Ninguém tem força
para combater
o nosso amor,
mais vivo,
puro e sólido!

Ninguém tem força
para me boicotar,
para destruir
a minha imagem,
que vai para além
de vontades,
convulsões
ou perturbações!

Ninguém tem força
para mudar
a minha forma de viver;
límpida
e bem espelhada
na água da Vida!

Ninguém tem força
para me afastar
do meu caminho:
eu o decidi
e eu o farei!

Ninguém tem força
para de amor falar,
sem o praticar!

Eu
com serenidade,
confio
que o amor vencerá!

José Manuel Brazão

domingo, 14 de dezembro de 2008

Mar imenso


Olho para o mar,
perco o horizonte!

Mar imenso
que nos distancia,
mas não nos afasta!

Nosso amor
conhece o mar,
navega nele
todos os dias
da nossa vida!

Não haverá
naufrágio
e chegará a bonança,
as águas acalmarão,
e o meu coração,
liberto da tempestade,
esperará com esperança,
o dia
em que o mar imenso
nos aproximará,
para sempre,
para sempre, meu amor!

José Manuel Brazão

Lembra de mim?


Chegaste
e disseste:
Lembra de mim?
De mim!

De ti?
Não de mim!
Mim?

Eu sou mim!
Não!
Tu és tu!

Como te explicar:
Eu sou mim!
Tu és mim?
Sim sou
a mim!
Mim!

José Manuel Brazão

(Dedicado à minha amiga e colega Mim)

Sou mulher brava!


Mulher atraente,
elegante,
que cativa
o meu olhar!

Mulher carente,
que se ilude;
pensa ser feliz!

Encanto-me
com seus impulsos:
Quer
mas não quer!

Se me afasto,
logo aparece:
não vás,
tenho medo,
mas preciso de ti
e tu precisas de mim!

Neste turbilhão
de hesitações,
beijam-se
nossos corações,
sorrimos
e ela diz-me:
sou mulher brava!

José Manuel Brazão

Isso me assusta


O sol foi dormir...
A neblina se deita
sobre a colcha verde da relva
esfriando corpo e alma.
A noite me recebe
como palma aberta de uma mão
que acaricia.
Estou aqui...
Alvo fácil da tua mira.
Embora teu olhar não registe.
Aqui estou eu...
Na urgência do meu tempo
Querendo a seiva dos teus beijos.
Ofertando meu coração.
Se me olhar, derreterei facilmente
do teu mel inundada...
E sobre teu peito arfante
Transporei dos sonhos os portões.
Vem...
Porque imaginar a noite sem você...
Me assusta...

Glória Salles

sábado, 13 de dezembro de 2008

Afectos


Onde estão?
Parecem perdidos,
por onde andarão?
Eu tenho os meus
e dou,
dou ao próximo
sem pedir nada.
Por isso os procuro
e não encontro.
Neste desencontro,
paro e penso:
não os mereço?
Com esperança
vejo uma Luz
e agradeço:
são afectos divinos,
os que recebi …

José Manuel Brazão