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quinta-feira, 31 de julho de 2008

As crianças


O que seria de nós sem as crianças?

Vanda Paz

terça-feira, 29 de julho de 2008

Crianças: onde estais?




Não tenho mais palavras para escrever sobre estas inocentes crianças. O Rui Pedro, hoje, já adulto será empre o menino da Lousada.
Encontrei no poema " Balada da Neve " de Augusto Gil uma passagem adequada para este meu contributo, que no caso de Rui Pedro está em permanência desde a criação deste blog.
José Manuel Brazão


"Que quem já é pecador
Sofra tormentos, enfim!...
Mas as crianças, Senhor,
Porque lhes dais tanta dor?
Porque padecem assim? "

Balada da Neve


Batem leve, levemente,
Como quem chama por mim...
Será chuva? Será gente?
Gente não é certamente,
E a chuva não bate assim...

É talvez a ventania...
Mas há pouco, há poucochinho,
Nem uma agulha bulia
Na quieta melancolia
Dos pinheiros do caminho...

Quem bate assim levemente,
Com tão estranha leveza,
Que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
Nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía
Do azul-cinzento do céu,
Branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente, e, quando passa,
Os passos imprime e traça
Na brancura do caminho...

Fico olhando esses sinais
Da pobre gente que avança,
E noto, por entre os mais,
Os traços miniaturais
Duns pezitos de criança...

E, descalcinhos, doridos,
A neve deixa inda vê-los,
Primeiro bem definidos
Depois em sulcos compridos,
Porque não podia erguê-los...

Que quem já é pecador
Sofra tormentos, enfim!...
Mas as crianças, Senhor,
Porque lhes dais tanta dor?
Porque padecem assim?

E uma infinita tristeza,
Uma funda turbação,
Entra em mim, fica em mim presa...
Cai neve na natureza
E cai no meu coração.
Augusto Gil

Deito a noite


Deito a noite,
adormeço a vida.

Espalho-me em cama
quente de recordações.

Enrolo-me em lençóis
de areia e vento
que celebram o dueto na duna.

Deixo os dedos acesos
e toco a saudade
nas teclas de um peito
que se enche ao lembrar-se
de um poema distante.

Oiço a brisa
que chega com a lua.

Deito a noite,
acordo o desejo,
o desejo, de voltar a ser tua...

Vanda Paz
( Texto e imagem )

segunda-feira, 28 de julho de 2008

A dor a mais


Foi só muito amor
muito amor demais
foi tanta a paixão
que o meu coração, amor
nem soube mais
inventei a dor
e como ela nos doeu.

Ah, que solidão buscar perdão
no corpo teu
tanto tempo faz
tens um outro amor, eu sei
mas nunca terás
a dor a mais
como eu te dei
porque a dor a mais
só na paixão
com que eu te amei

Vinicius de Moraes

Ó sino da minha aldeia


Ó sino da minha aldeia,
dolente na tarde calma,
cada tua badalada
soa dentro da minha alma.
E é tão lento o teu soar,
tão como triste da vida,
que já a primeira pancada
tem o som de repetida.
Por mais que me tanjas perto
quando passo, sempre errante,
és para mim como um sonho,
soas-me na alma distante.
A cada pancada tua,
vibrante no céu aberto,
sinto mais longe o passado,
sinto a saudade mais perto.
Fernando Pessoa

domingo, 27 de julho de 2008

Cidade


Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas,
ó vida suja, hostil, inutilmente gasta,
saber que existe o mar e as praias nuas,
montanhas sem nome e planícies mais vastas
que o mais vasto desejo,
e eu estou em ti fechada e apenas vejo
os muros e as paredes, e não vejo
nem o crescer do mar, nem o mudar das luas.
Saber que tomas em ti a minha vida
e que arrastas pela sombra das paredes
a minha alma que fora prometida
às ondas brancas e às florestas verdes.

Sophia de Mello Breyner Andersen

sábado, 26 de julho de 2008

Será a felicidade uma UTOPIA???


À medida que vamos crescendo, vamos ouvindo falar de uma coisa, aliás, um sentimento designado felicidade. Está presente nos contos de fadas, nos desenhos animados e nas histórias de família. Resumindo:...e viveram felizes para sempre! Sentimento ou estado, todos sonhamos alcançá-lo, e há até quem acredite que a felicidade passa pelos bens materiais. Passará? Talvez, mas não só. O dinheiro não é tudo, mas quem o tem sabe que é "muito". No entanto não serve de muito ter a carteira recheada e o coração vazio.Mas afinal o que é a tal felicidade? O dicionário diz que: Felicidade, alegria, júbilo ou contentamento são termos que representam um sentimento humano de bem-estar, euforia, empolgação, paz interna.Felicidade é ter saúde a vida inteira? É ter uma família unida e coesa que se apoia em tudo? É estar com o homem que se ama mesmo quando se vai contra o que os outros pensam? É ser rico e voluntário em instituições carenciadas?Talvez a felicidade seja apenas um estado. Hoje estamos felizes, amanhã já não. O mais importante e que convém ter em conta é que, para conseguirmos ser felizes temos que ter a capacidade de apreciar a vida com as ferramentas que temos à mão. Não serve de nada estar sempre a olhar para o lado a ver o que o outro tem ou como é! Se estamos descontentes connosco, o melhor exercício é escrever num papel aquilo que gostaríamos de mudar e fazer por isso. Se o transformar num objectivo de vida a curto prazo mais rapidamente será alcançável! Se fizer de cada acto da sua vida uma forma de crescimento positivo está no caminho certo. Afinal, não há apenas um caminho para a felicidade, há vários!
Há quem tenha outras receitas...ora vejamos;
Erasmo um dia disse:
" A minha opinião é de que quanto mais louco se é, mais feliz se consegue ser, desde que a loucura que se possui não saia do género de loucura que me é própria, aliás de imensa variedade, pois que não há, em todo o mundo, um só homem que a todo o momento se mostre sábio e sem qualquer espécie de loucura. "
Ora aqui está um senhor que sabe do que fala. A julgar pela minha família...somos das mais felizes que há!
Vera SOL

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Da acção



Faça o que tiver que fazer. Com coragem ou com indecisão, não importa: siga adiante.
Claro que você irá escutar opiniões desfavoráveis. Mas, antes de dar ouvidos a qualquer coisa, procure saber se quem dá estas opiniões já realizou um trabalho melhor que o seu.
Geralmente, quem critica nunca viveu seu próprio sonho; apenas os vencedores são tolerantes e generosos.
Por que, então, criticam?
Porque, a cada passo que você dá adiante, esta pessoa ficou um passo atrás.
Para ela, é duro aceitar que você está atingindo tudo que ela julgou inalcançável.
Confia em Deus e segue adiante - escutando os conselhos, e evitando as críticas.
Você errará muitas vezes; não tem importância. Errar faz parte do caminho.
“O latido de um cão não afecta o curso das nuvens”, diz um provérbio árabe.

Paulo Coelho

O meu silêncio


Não te posso revelar
o meu silêncio,
nem tão pouco
o que sinto por ti.
Digo-te apenas,
que me deito
no rio que corre,
por caminhos escondidos……
até ti.

O tempo
traz-me o teu olhar,
a solidão
o teu sorriso,
nesta fome de te amar,
nesta vida
de névoas de esperança,
é do teu calor que preciso.

Não sei
porque te trago
no peito,
nem sei
porque te acho
no pensamento.
Sei, que me deixas
a lua e o sol,
que me alegram os dias
na foz do esquecimento.

E agora
que me soletras
os sonhos
com voz quente
de amante louco,
e na saudade do prazer,
levas para longe
o cheiro do meu corpo.
Não me perguntes
o que diz o meu silêncio
porque perto de ti, diz tão pouco…

Vanda Paz

Quando somos apenas mais um jogo na mão do outro




Há um padrão em algumas dinâmicas familiares onde um dos componentes desta “equipe” está constantemente dando trabalho ou chamando a atenção de todo o grupo com seus diferentes comportamentos.Ele (ou ela) é sempre aquele nervoso, stressado, malcriado, “atacado” com quem não se pode falar nada francamente ou espontaneamente que já vem com duas pedras nas mãos, tendo chiliques e alucinações que mobilizam toda a atenção da casa. Com isso, ele consegue ser sempre tratado com cuidado, caso contrário, fará de todos os outros membros da família vítimas dos seus ataques histéricos.Claro que quando a gente é criança não sabe deste mecanismo e permanece em um estado de alerta 24 horas por dia para não ser atingido pelos torpedos agressivos da tal criatura. Mas dentro da nossa mente um mecanismo de fuga vai se formando e tudo o que queremos é ficar longe destas pessoas e suas crises destrutivas.Se o foco deste ser raivoso, por exemplo, é o dinheiro, vamos nos esculpindo mentalmente para sermos vencedores e o objectivo de nossa batalha na vida parece ser ficarmos ricos o mais depressa possível para termos nossa independência. Como se a posse material sozinha pudesse nos libertar das cargas negativas do nosso passado. Mas a mente é assim. Frente a um desafio, ela prepara a fuga ou o ataque.No caso de algum membro da família ser dependente de bebidas ou drogas, tenho observado que a nossa estrutura imagética nos tira os alicerces e a base da nossa segurança. É muito comum ver filhos de alcoólatras ou dependente químicos que crescem sem confiança nas suas bases primordiais.Via de regra, são aqueles adultos que estão sempre em dúvida, inseguros, não sabendo bem onde colocarem suas emoções e seus pedidos para a vida. Claro que existem excepções. Porém, o que tem me chamado mais a atenção são as pessoas que crescem em ambientes onde os pais brigam o tempo todo. Este “exemplo de comportamento” vai tirar da criança seu poder pessoal, alegria, confiança, além de colocá-la, muitas vezes, na posição de fiel da balança ou “menino de recados” entre as partes. É isso que chamo de manipulação, de ser mais um jogo nas mãos destes torturadores.Naturalmente que nossa compreensão e compaixão têm que actuar sempre, imaginando que aquele ser que monopoliza toda a atenção da casa é um ser que precisa de cuidados. É um ser doente.Mas a consciência daqueles responsáveis pela educação e condução do sistema da família têm que actuar o tempo todo tentando manter um ambiente saudável e equilibrado para que os seres que nele estão se desenvolvendo não tomem o exemplo como a única forma possível de viver uma vida.Faço aqui um apelo aos pais, educadores, aos adultos em geral que evitem profundamente criar guerras e mal-estar na frente das crianças. Isso será espelhado no futuro delas de forma a causar muito sofrimento.Se você conhece alguém que vive nestas condições, procure ajudá-lo o mais depressa possível. O amor, a alegria e a leveza de ser são muito importantes para que novos seres cresçam no Planeta Terra.

Izabel Telles ( colaboradora de http://somostodosum.ig.com.br/ )

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Traz outro amigo também


Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também

Em terras
Em todas as fronteiras
Seja bem-vindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também

Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também

José Afonso

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Sorriso cansado


Pressinto e sinto que procuras confusa o teu caminho. Ias bem nele, mas de repente achaste que devias seguir por aquele atalho.

Pensavas que era a estrada do teu amor pela vida!

Após algum tempo percebeste que não era o caminho indicado. Tinha muitos obstáculos que se tornavam em contrariedades e em perigos …

Sentaste-te à beira do caminho e pensaste no passado recente.

Lembraste-te da tua gaivota amiga, que poisava sempre no teu ombro, aconselhando-te tudo de bom para ti.

Um dia lembraste-te de a desafiar, afastando-a, porque achavas que era melhor para ti. A gaivota ficou triste, não voltou a poisar no teu ombro!

Pensavas que ela só percebia de mar, mas ela já tinha voado muito na vida!

Ficou triste e, hoje, já pouco voa; apenas o bastante para ajudar outros que acreditam nela.

Notas a sua ausência e a necessidade de ajuda. Não te apetece sorrir como era costume.

Sentes o teu sorriso cansado!

Ganha forças porque os erros são lição de vida!

Não te agarres apenas aos papéis; agarra-te à Vida!

Com humildade em reconheceres que a vida nem sempre é alegria, hás-de voltar a sorrir e a a gaivota voltará a poisar no teu ombro!

José Manuel Brazão

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Ser criança


Correr pelas ruas com a fronte erguida;
Brincar de pegar , de correr na calçada;
não ver os espinhos da estrada da vida ;
viver nas delícias da grande alvorada.
Isso, meus amigos, isso é ser criança.
e quando ao descer a noite enegrecida,
num leito repleto de amor, de esperanças,
repousar tranquilo, com toda a guarida.
Ter sempre um sorriso espalhado no rosto,
longe de pensar no que seja desgosto;
pertencer ao mundo gentil de onde venho.
Ser criança, velhos, é viver “festejando”:
é beijar mamãe , é sorrir de fulano...
É não entender destas mágoas e coisas
que vejo como adulta acontecendo no
Mundo de hoje, o mundo feio que só as
crianças vêem como uma brincadeira de
balão, de brinquedos, de diversão...

Retirado site: Caminho, Verdade e Vida

Escorrem-me olhares para os sonhos que trago nas mãos



Trago nas mãos cestas feitas de melodias alegres de crianças. Cheiram a sorrisos encantados pelo bem estar que a vida lhes traz. Alguns crescidos não aceitam nem acreditam nos sonhos que lhes saltam dos olhares. Eu, recolho-os um a um e carrego-os nas cestas. Escorrem-me olhares para os sonhos que trago nas mãos e retiro-me em silêncio e em prece para que se concretizem.

Às vezes vale a pena esquecer o futuro que prevejo e sorrir. Nem que seja por pouco tempo.

Vanda Paz

domingo, 20 de julho de 2008

Madrinha querida




Porque tapas o olho querido benjamim?
Não olhes para a frente,
olha para mim!
Sou um reflexo daquilo que me dás,
daquilo que me deste e cresceu em mim.
Olha apenas para a frente e não para trás.
Se fechares o olho imagina a luz quente e terna,
se não a vires, serei a tua lanterna.
Põe a tua mão na minha e confia
levo-te onde quiseres
podes confiar.
Ontem foste tu que me ensinaste os primeiros passos,
hoje sou eu que te levo a caminhar.

Vera SOL

sábado, 19 de julho de 2008

A maravilha que deve ser escrever um livro


(...) a maravilha que deve ser escrever um livro: a invenção dentro da memória; a memória dentro da invenção; e toda essa cavalgada de uma grande fuga, todo esse prodígio de umas poligâmicas núpcias, secretas e arrebatadas, com a feminina multidão das palavras: as que se entregam, as que se esquivam; as que é preciso perseguir, seduzir, ludibriar; as que por fim se deixam capturar, palpar, despir, penetrar e sorver, assim proporcionado, antes de se evaporarem, as horas supremas de um amor feliz. Não há matéria mais carnalmente incorpórea; nem outra mais disposta a por amor ser fecundada.
Como se pode interpretar de outro modo esse velho lugar-comum de ter um filho, plantar uma árvore, escrever um livro?
Só se em todos os casos se tratar de grandes e inevitáveis actos de amor: com a Mulher, com a Terra, com a Língua.
Mas de plantar árvores e ter filhos haverá sempre muita gente que se encarregue.
De destruir árvores também; de estragar filhos igualmente. Em compensação, um livro, um livro que viva, multiplicado, durante alguns anos ou alguns séculos, e que depois vá morrendo, sem ninguém dar por isso, mas nunca de uma só vez, até ser enterrado na maior discrição ou até se ver de súbito renascido, inesperadamente ressuscitado, um livro com semelhante destino - luminoso por mais obscuro, obscuro por mais luminoso -, isto é que foi sempre o que me empolgou.

David Mourão-Ferreira, in 'Um Amor Feliz'

sexta-feira, 18 de julho de 2008

A flor da noite


Na solidão escura
do velho Pelourinho
Matilde, a louca mansa
vivia mercando assim:
Olha a flor da noite ...
Olha a flor da noite ...

Seria a flor da noite
a luz da estrela solitária
a tremular tão pura
sobre o velho Pelourinho?
Ou o som da voz ausente
da menina triste
que mercava o seu triste descaminho:
Olha a flor da noite ...
Olha a flor da noite ...

Ou seria a flor da noite
a face oculta atrás da aurora
por quem o homem luta
desde nunca até agora
a louca aprisionada
pelos monstros do poente
e que avisa e grita alucinadamente:
Olha a flor da noite ...
Olha a flor da noite ...

Vinicius de Moraes

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Vaidade


Sonho que sou a Poetisa eleita,
aquela que diz tudo e tudo sabe,
que tem a inspiração pura e perfeita,
que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade
para encher o mundo! E que deleita
mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
aquela de saber vasto e profundo,
aos pés de quem a Terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando,
e quando mais no alto ando voando,
acordo do meu sonho... e não sou nada!...

Florbela Espanca

terça-feira, 15 de julho de 2008

Um poema de amor

Tenho dito imensas vezes, que já nada me surpreende nos teus textos! São imagens extraordinárias com palavras. Fascinante! Melhor que as minhas palavras cito:" Usa a linguagem que quiseres; nunca poderás dizer senão o que és.(Emerson)"

José Manuel Brazão

" Um poema de amor "

Serei a tua frase completa

aquela em que deitas o teu olhar.

Serei o teu horizonte distante

onde mergulhas

despido da vida, para me amar.


Serás o livro que me acha,

que á noite,

me acompanha na cama.

Serás o poema que chora

e entre verbos intensos

ainda diz que me ama.


Serei o teu vinho

que bebes com alma,

a luz que te adormece,

o silêncio que te acalma.


Serás a lágrima que escorre

na minha face perdida,

a lua que à noite me guarda,

o sol que anseia a minha pele despida.

Vanda Paz

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Ser feliz


Posso ser feliz
ou pensar que o sou?
Mas esta felicidade que imagino
onde me pode ela levar?
A caminhos nunca percorridos!
Amo! Odeio! para um dia descansar
um dia entre flores e silêncio
entre rimas e palavras, posso ser feliz?
Se não guardar um segredo num poema
posso ser feliz!
Mas sem poesia nunca compreenderia
o sentido da minha mão...

Frankelin Amaral

sábado, 12 de julho de 2008

Um pedaço meu


Longa vida,
entregando-me aos outros.
Uns entenderam-me.
Outros ignoraram-me!

Longa vida,
com alegrias:
o caminho era esse.
Com tristezas:
erros que não entendi.

Tenho tempo para os corrigir,
pedir o meu perdão
e perdoar aos que erram comigo.

Em cada pessoa vejo um amigo,
e depois …
As desilusões, os desencontros,
a angústia invadindo meu corpo,
palpitando o meu coração.

Renasce a esperança,
creio e vou por diante.

Há sempre um pedaço meu,
com verdade e amor,
compaixão e tolerância,
um sorriso vibrando Luz.

Um pedaço meu,
que levarei comigo,
na viagem necessária …

José Manuel Brazão

terça-feira, 8 de julho de 2008

Caminho


Levo comigo
nos meus lábios
a saudade dos teus.
Trago
em memória distante
o calor das tuas mãos
no meu corpo.
Solto um suspiro
que quebra o silêncio
da tua ausência...
Aumento a distância
que nos separa,
mas rasgo
constantemente
o pensamento
com os nossos momentos

Vanda Paz