Outros Blogs do meu grupo:


domingo, 31 de janeiro de 2010

Ser feliz é...


Hoje pensei na felicidade, e questionei-me o que é ser uma pessoa feliz? Por fazer esta pergunta cheguei a algumas conclusões. Em 2007 havia escrito um texto “Felicidade”, onde abordei o seguinte:



“A felicidade nem sempre se encontra em grandes revoluções, e sim, em pequenos gestos: seja ele num lindo sorriso; num confortante abraço de consolo, de carinho, de amor, de saudade; numa conversa amistosa; seja num conselho, num silêncio de um olhar de admiração; o reencontro com uma pessoa distante; num telefonema inesperado.”



No entanto, vejo-me na situação de reformular meus conceitos. Ser feliz é viver plenamente, sentir-se livre de regras sociais. Ser aquilo que realmente somos sem precisar fazer caras e bocas para agradar. Ser feliz é saber valorizar as belezas naturais, fazer trilhas ecológicas, apreciar cachoeiras, estar em contato com tudo que nos foi dado. Ser feliz não está nas bebidas e drogas, e muito menos nas avançadas tecnologias. Ser feliz é estar com pessoas de que gostamos; fazer coisas simples que se tornarão únicas. Ser feliz não envolve dinheiro, ser feliz está ligado na questão de viver, saber viver, querer viver, se sentir bem e estar bem. Ser feliz é um sentimento de bem-estar, de sonhar acordado, de amar quem quisermos. Ser feliz não é aceitar tudo, é também saber dizer não em qualquer momento do dia. Ser feliz é desejar ser feliz, e não permitir que pessoas invejosas te coloquem para baixo.


Ser feliz só pede simplicidade, não pede avanços de classe social, nem do quanto você pode gastar com os seus amigos. Se as pessoas soubessem o quanto se pode ser felizes com tão pouco, dificilmente veríamos a depressão tomando conta delas.


Ser feliz é estar à luz do sol, sentar numa praça e deslumbrar tudo que temos ao nosso redor, fazer uma boa leitura, conversar com pessoas. Por que complicamos tanto para ser feliz?

Graciele Gessner

Graci

Não resisto ao comentário público!

Na edição do texto bebi as tuas palavras conceituadas em dois tempos da tua Vida. De facto, as tuas qualidades humanas e literárias merecem o meu respeito e como é habitual na minha Vida tenho sempre sede de aprender!

Hoje a mim e ,certamente, a muitos dos visitantes, ensinaste muito do que se procura (felicidade) e de forma tão simples e expressiva, que deste o abanão final em nossas mentes, quando terminas o texto com a seguinte interrogação: "Por que complicamos tanto para ser feliz?".

Deixou-me a pensar, deixas-nos a pensar!


Beijos do

És um homem feito poema!


Poesia,
fascínio e magia!

Como te adoro
e serás eterna,
no meu escrever
e no meu viver!

Poemas
que afastaram
os meus dilemas,
renovaram
a minha alma,
confirmaram
o meu amor
e já não passo
sem ti:
Poesia!

Neste amor
pelo mundo da Poesia,
sinto e dizem-me,
és um homem feito poema!

José Manuel Brazão

Dedicado aos Poetas e em especial a Maria Valadas
Que me chamou “És um homem feito poema”.


Visitante disse...
A poesia é mãe de momentos assim! Em momentos assim a poesia ganha força e abraça quantos filhos queiram nascer. Filhos podem ser.... poemas, poetas, almas que saboreiam poesia. Poesia é alma que não para e se debruça sobre todos os que a queiram ter e oferecer. Aqui houve essa troca.



"..O Problema da Sinceridade do Poeta

O poeta superior diz o que efectivamente sente. O poeta médio diz o que decide sentir. O poeta inferior diz o que julga que deve sentir. Nada disto tem que ver com a sinceridade. Em primeiro lugar, ninguém sabe o que verdadeiramente sente: é possível sentirmos alívio com a morte de alguém querido, e julgar que estamos sentindo pena, porque é isso que se deve sentir nessas ocasiões. A maioria da gente sente convencionalmente, embora com a maior sinceridade humana; o que não sente é com qualquer espécie ou grau de sinceridade intelectual, e essa é que importa no poeta. Tanto assim é que não creio que haja, em toda a já longa história da Poesia, mais que uns quatro ou cinco poetas, que dissessem o que verdadeiramente, e não só efectivamente, sentiam. Há alguns, muito grandes, que nunca o disseram, que foram sempre incapazes de o dizer. Quando muito há, em certos poetas, momentos em que dizem o que sentem. .."

Fernando pessoa.

Um homem que sente poesia, sente certamente que é Poeta.

Yolanda neiva

sábado, 30 de janeiro de 2010

In Memoriam Marli Gessner.

A madrugada está lenta, a morte é um aviso de que a vida é de fato passageira. Não levamos nada, e tudo que nos resta é lembranças do que realmente fomos perante as pessoas que estiveram em nossa longa ou curta caminhada.


Lembro-me da minha tia que poucos anos tive contato da luta constante do seu câncer. Ela deixou sua mãe, seu filho, seu marido e seus familiares. Não conheceu o(a) seu(sua) neto(a) no qual falou com tanta alegria no Natal passado.


Sinto-me como se tivesse perdido uma parte da minha história. Era a tia que mais tinha afinidade, que conhecia a minha vida, e que sempre batalhou pela igualdade entre as suas irmãs. Deixou entre nós a lição de uma vida cumprida, que até ano passado salvou a vida da sua própria mãe (minha avó materna).


Não encontro palavras para aliviar a dor que sinto. Escrevo tentando diminuir a intensidade das lágrimas que não dão trégua. Escrever é ainda a minha melhor companheira. A vida é essa mesma, e não tem volta.


Agora já são 03h10min do dia 30/01/2010, uma hora que a notícia foi dada. O sono se evaporou. Dormir já não faz mais sentido. Dormir pode ser um abraço para a morte. Minha tia foi levada por um ataque cardíaco nesta noite.


Minha tia não será sepultada em sua cidade natal, mas se eu não conseguir ir à cidade de Guaramirim/SC, em pensamentos estarei com ela por onde ela estiver...


Oh Deus! Aceite de braços abertos essa humilde alma que nos deixou através da sua própria vontade. Amém!

Graciele Gessner.

No meu silêncio curvo-me perante este magnifico, belo e emocionante texto de Graci!

Beijo solidário
do

Tinta e cinco anos de companheirismo



Hoje, no dealbar de Janeiro de dois mil e dez, acode-me esta reflexão!:

No primeiro de Fevereiro do ano da graça
de Mil Novecentos e Setenta e Cinco, já
lá vão trinta e cinco, uni o meu destino
e os meus sonhos, aos do meu companheiro
de uma vida, nem sempre fácil, nem sempre
doce, algumas vezes difícil, mas, cabe-me
aqui e agora dizer, que valeu a pena, que,
se porventura fosse possível voltar atrás,
faria exactamente a mesma coisa, voltaria
a percorrer os mesmos caminhos,os mesmos
desígnios e os mesmos objectivos.

Se mais não houvesse, e muito mais há, seguramente,
para viver e disfrutar, quero aqui deixar expresso
e para memória futura, o meu agradecimento à vida,
e ao meu Deus, que também o tenho, por tudo isto
que me proporcionou, e que eu, quero mais que tudo,
preservar.


-Obrigada vida!.


Texto: Maria Valadas

O Poeta e as rosas


Lindo pomar de rosas
Que te dedicas a cuidar
Cuidas da terra com todo carinho
Com todo amor que em teu peito há.

Ah se estas mesmas rosas pudessem falar...
Diriam que por vezes choras
Ao contemplar o sol se ausentar.
Segredariam entre si as lágrimas que derramas
Revelariam a todos o nome da mulher que amas…

Mas as rosas não falam e tampouco sabem poetar
As rosas somente exalam
Suas tristezas
Suas alegrias.
Exalam sim
Por todo o lugar
O imenso e solitário amor
Que tentas ocultar.

Não seriam estas mesmas rosas
Oh poeta, a sua mais linda e singela inspiração?
Rosas geradas
Cultivadas
Com a mais bela poesia que injectas
No pomar do teu coração.

Nanda Costa

Amigos!


Caminho, caminho,
cada vez mais só!
Penso e sinto,
que poucos me restam,
neste plano terreno.
Quero estar sereno,
mas não consigo.

Apenas me anima,
que os poucos,
valem mais que muitos!

Quando o caminho chegar ao fim,
esperem por mim.
Eu também esperarei por vós
e nesse mundo diferente,
estaremos atentos,
com a alma presente,
naqueles que não perdoam,
não toleram,
não se humilham,
nem sabem,
se gostam de si próprios.
Apenas se arrogam,
se toleram
e se perdoam.
Temos de nos amar,
para os outros:
amar, tolerar e perdoar!
Já não passo sem vós
e sem ti…!

José Manuel Brazão

Lindo poema.Acho que o amor é sempre amigo e que não há amizade que resista sem amor.
Karla Bardanza

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Recados do mar


Oh mar!
Meus olhos observam interrogadores
tuas ondas…
batem enfurecidas
nos rochedos
como se quisessem dar um recado

as tuas águas revoltosas
ficam num instante teimosas

constantemente veem e levam
querem bater em alguém!

Deixando um rasto de espuma
Como se fosse raiva espalhada

Sento-me a contemplar
Aquele mar...
Que traz lágrimas e revolta
Largadas à deriva
Numa ilha deserta.

Quero ir ter contigo!
Oh mar!

E acalmar!

Maria Valadas

Pintura de John Waterhouse

O aroma do amor


Sente o cheiro do nosso amor?
Onde deitou-me onde se apoderou do meu corpo
deixando-me completamente sem forças
Ainda está em mim
Teu cheiro
Teu gosto na minha boca
Fecho meus olhos e sinto teu corpo dentro do meu
Sente amor esse cheiro delicioso
Dos nossos corpos em delírios de prazer
Sente a chama que ainda queima a pele
No tapete onde tirou-me gemidos inconseqüentes
onde experimentou minhas unhas marcar tua pele
Sente esse cheiro que me deixa embriagada
Se as paredes contasse segredos
todos saberiam de onde vem esse maravilhoso cheiro
É o aroma do amor
Meu e Seu.

Rakel

Lago da paixão


No lago da paixão reflito
Reconheço-me nas densas águas do lago cristalino
Neste belo e misterioso lago mergulho meus anseios de menina
E meus desejos de mulher
Revejo nele as minhas vontades outrora esquecida
Lembro-me de outras vidas vividas

No belo lago me conheço
Sou o que sou sem nada esconder
Meus olhos decifram o oculto em mim
Vejo-me sem disfarce

Minhas asas refletidas no lago
Voam pelos meus pensamentos á dentro
Levam-me ao momento em que conheci você

Momento mágico eternizado
Em minha mente e coração
Eternizado também
No fundo lago
No fundo do lago cristalino
Da nossa paixão.
Nanda Costa

Os meus silêncios


Existem em mim silêncios;
com um sinto-me bem,
com o outro lido mal.
O silêncio que me rodeia,
perturba-me:
pelo desapego,
pela indiferença
e quase
pela não existência.

Mas eu existo!

Enquanto não descobrirem:
quem sou,
porque sou
e para o que vim,
com este silêncio lidarei mal.

Conforto a minha existência
com o outro silêncio,
o silêncio interior!

Aí se juntam o amor e o coração,
havendo sintonia,
com outros seres de Luz,
que provocam em mim,
com persistência,
paz e harmonia.

Nem que seja por instantes,
alimenta-me a Alma;
ganho forças para continuar,
o meu Caminho,
este longo Caminho …

José Manuel Brazão

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Num verso teu


Esfumei-me naquela folha
onde traçaste o meu esboço.
Arrepiei-me da palavra
que gritava constante naquele texto.

O pecado
é um sonho que cabe em duas mãos
e que voa esgaivotado e livre.

Vermelho é o tom do prazer
e da volúpia sem falácia
- Acende-te em mim....

Estriei-me no trasfegar de sentimentos
nos poemas que escorriam do teu peito
deitando-me à noite com a lua.

Mas é durante o galicínio que me lembro
que deixei o coração num verso teu
e que agora,
com o calor do sol, fermenta-me a saudade no peito.

Vanda Paz

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O segredo


Era uma vez um Vento
que perguntou ao Tempo
qual o segredo de se
Amar a cada momento.

O Tempo disse que o segredo
estava na Alegria de cada dia
porque sem ela a tristeza reinaria.

O Vento foi atrás da Alegria
pra saber do segredo que a irradia.
A Alegria disse que a Bondade lhe acompanhava
porque ela sempre refletia

O Vento foi até a Bondade
pra saber qual era a verdade.
A Bondade disse que a Compaixão a guiava
e era a única que a libertava.

O Vento correu até a Compaixão
pra saber de onde vinha tal dedicação.
A Compaixão disse que o segredo está no Coração
porque sem ele ficamos até sem respiração.

Então o Vento foi até o Coração
pra chegar ao fundo de sua emoção
Descobrindo que do Coração saia o Sentimento
de se Amar a cada momento.

Nanda Costa

A ti... Mulher!


Ontem, hoje a amanhã, procuradas
A acalentarem os humanos do futuro
Orientar estradas de vida despejadas
Ervas daninhas,ramificadas no muro!

Nas mulheres, sua seiva espalharam
Do seu ventre, sairão os julgadores
No mundo de vis guerras, carpitaram
Na esperança da vinda do Salvador!

Crédulas, secam suadamente o tempo
Entregues ao amor de homens e filhos
Esquecem a sua existência sem lamento
Na certeza porém, de afastar os trilhos!

Da clareza da intuição, afastam castigos
Num aclamar exaltado, gritam às nações
As suas vozes são denunciados perigos
Para que não hajam lágrimas de paixôes!

Maria Valadas

O Sol nem sempre aparece!


Nem em todas as manhãs
vejo o Sol brilhar
para meu encanto!

Aguardo pelas manhãs
em que ele me sorria,
que volte a alegria,
a esperança;
o amor
viverá em mim,
como alimento da Alma!

O Sol
nem sempre aparece,
mas um dia
ele virá
para não me abandonar,
jamais…!

José Manuel Brazão

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Anjo meu



Anjo meu

Anjo meu
Leva-me contigo em teus braços
Leva-me para os mais altos céus

Vem
Segure-me forte deixe-me contigo voar
Atravessar desertos e vales
Montanhas e mares
Quero debaixo das tuas asas habitar

Anjo meu
Ensina-me o caminho correto
Quero contigo aprender o que é certo
Quero contigo aprender a amar.

Leva-me
Para bem junto á ti
Pois sei
Que só assim poderei sorrir
Tendo teu sorriso a me guiar

Vem amor
Só nos teus braços encontro proteção
Segure firme minha mão
Mostre-me os segredos que possui teu coração.

NANDA Costa



Anjo meu

Anda comigo
a tua imagem:
sempre!

É noite
e neste silêncio,
olhei para o céu,
descortinei a lua,
fixei-a;
noite de luar,
com estrelas brilhando,
deslumbrei-me
porque pareciam
iluminar o meu corpo.

Olhei a tua imagem,
também estava iluminada.

Fechei meus olhos
com a luz intensa.
Desfilaram na minha mente,
muitos anjos.
Um deles desceu mais
e nas imagens mentais,
vestias de anjo!

Voltei para o meu cantinho
e o meu Anjo
pertence ao Universo.

Na Terra
tu és o anjo meu!

José Manuel Brazão

Como seria bom que na terra existisse o nosso anjo como existe nos céus da vida.
Abraço
Natacha

Recordando poemas...


… mas um dia saberás…

Como eu vivo
nesta imensa rebeldia,
de procurar
tudo o que é difícil
para conquistar!

Percorri
um longo caminho,
com pedras,
muitas pedras,
que retirei
uma a uma,
para chegar até aqui!

Parei
à beira desse caminho,
recordando imagens,
que ora sorria,
ora entristecia!

Pensei
se teria encontrado
o ser feliz!
Senti silêncio,
mas daí a pouco,
veio uma Luz
em forma de mulher,
que me disse:
…mas um dia saberás…


O amor e o destino

Só Ele e eu
sabemos quanto a amei!

Vivi
por ela e por eles,
mas a Vida
assim não quis!

Pensei em Amor,
mas não soube dar
ou não souberam receber!

Porquê?

Passo os dias
e as noites
nesta labuta com a minha mente!

Entrego-me
sem pedir nada,
apenas momentos,
que me confortem,
me sosseguem!

Uma vida percorrida,
com sofrimento,
com poucas alegrias,
com isolamento
e apenas
o Sol para me iluminar!


Lágrima

Quando penso
e penso em ti,
vem a lágrima,
lágrima teimosa,
por seres generosa,
uma pedra preciosa
a decorar o meu coração!

Quando penso
e penso em ti,
vem o sonho duma paixão,
sonhada, mas por viver!

Quando penso
e penso em ti,
vem a lágrima,
lágrima teimosa,
por ver
não estares ao pé de mim!

Apenas sonho
e vem a lágrima…

José Manuel Brazão

Hoje o dia está triste; eu também!
Reli este poema, olhei para a imagem e senti uma lágrima a correr pelo meu rosto... emoções nesta tarde de inverno!



Também a minha lágrima esteve solidária
com a tua lágrima... neste teu dia triste para ti!

E outras rolaram, ao ler os poemas que escreveste,
sentimentos d´alma.

Não estejas triste, Zé!
Os teus amigos são a luz que iluminam o teu coração ( entre eles, EU!).

Beijo fraterno.

Maria Valadas

Noite mágica


Por vezes, refresco-me
nas lágrimas das estrelas
que caiem em dança
na escuridão do momento
pela ausência da lua.

Ofereço-te
o que trago nas mãos,
nada mais que o brilho
que se soltou dos meus olhos,
nada mais que letras abandonadas
que foram paridas sem alma.

Noite mágica
que me encantas com o assobiar
de um vento sereno e quente,
que me elevas ao ser
que tanto abafo dentro de mim.

Serás tu
a companheira de uma vida,
que se encosta e me embala,
até o dia amanhecer…

Vanda Paz

Eras tudo


Voce é
Meu desejo incontido...
Amor proibido.
Desejo um dia sentido.,.
de um ser querido.

Voce é.
Aquele que não consigo deixar...
sem chorar
Desejo tocar....
sem marcar
Não posso ter.....
mas insisto em querer.
Por que então sofrer?

Você é..
Minha alegria quase tocada.
Meu beijo todo melado
Meu rosto nunca tocado
Minha força jamais sentida

Você é nada, pois eu sou o meu tudo.

Monica Libardi

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A beleza


Chegas!
Todos te olham,
todos te admiram.
Olho e fixo a tua imagem,
vejo a sala com mais luz.
Olhas e vês que te olho;
ficas tímida e todos riem.
Havia empatia,
sem sabermos a que se devia.
Hoje sabemos!
Eram as energias em sintonia.
Ias embora e a sala perdia luz.

Amavas!
Farta de amor solitário,
procurando na liberdade,
a felicidade,
partiste, abruptamente,
para esse mundo mais feliz!
Senti dor, muita dor.
Tinha perdido a tua beleza,
o teu aroma especial,
perfume natural:
essência de rosas.
As minhas palavras
ficam molhadas,
das lágrimas que me correm;
lágrimas de alegria
pela tua felicidade
e pela tua serenidade.
Fecho os olhos:
vejo-te vestida de rosas,
não importa a cor.
São rosas!

Abro os olhos
e parece que sonho:
vejo o meu poema
coberto de rosas;
de amor por ti,
eternamente …

José Manuel Brazão



Dedico à minha saudosa Amiga Migui que certamente está rodeada de Luz, muita Luz!
Assim seja
Beijos na Alma
do

Histórias de qualquer um


Na ânsia de viver por linha bem traçadas
afinamos as mãos
pegamos no estirador
esboçamos a planta da vida desejada
e em alicerces bem construídos
caminhamos sobre a senda desenhada.
Mas… um dia
derrubam-se os alicerces da paz
interrogações eclodem no peito
na boca nascem palavras atadas
nas mãos gestos contidos
e os traços da planta da vida
assim vão ficando esquecidos.
A vida desarruma-se em dias cansados
emaranha-se em sonhos malfadados.
Avisa a fala do tempo para voltarmos atrás
rebuscarmos dentro de nós
nos recantos mais recônditos
mas encontrar ou redesenhar a planta da vida
já ninguém é capaz.

Marta Vasil

Conhecer para vencer


Ao vestir o dia de hoje
Desenhei
Uma nova estrada
Entrei na minha alma
Projectei
Uma nova caminhada!
Olhei
Senti
Decidi
Das lágrimas me despir
Da tristeza me despedir!
Abandonei
Meu passo
Atento e desconfiado.
Abandonei a vigília
De animal cauteloso
Que caminha em território
Desconhecido e perigoso.
Cumprimentei a dor
Cantou-me poemas seus
Vivi a sua cor.
Compreendi o seu texto
Assinei o contrato da paz
Caminhei em frente
Sem olhar para trás!
Á dor...
Escrevi o adeus!

Fernanda Rocha

Recordar um pouco o que escrevi em sexta-feira, 23 de Janeiro de 2009

Sou. quem sou!


Sou
o que a vida me permitiu,
sou
o que na vida me sorriu,
me entristeceu,
me enlutou…

Sou
um amigo da paz,
da tolerância
e do Amor…

Sou
um amigo fiel,
sempre ao lado
dos fracos,
dos aflitos,
dos carentes.

Sou
um homem
que defende
a dignidade,
a honra
e a verdade!

Sou
o que outros pensarem,
mas, sou quem sou!

José Manuel Brazão



"Sou
o que outros pensarem,
mas, sou quem sou!"

És tudo isso meu amigo... e muito mais.
Coninua assim como és e terás os amigos
para toda a vida ( como eu).
Beijocas.

Maria Valadas

Chegará o teu amanhecer


Há muito tempo
que vejo o Sol nascer…
Já nem me lembro
quando foi…!

Nem sempre
ele me sorri,
por vezes
parece cinzentão,
mas quase sempre,
brilha e aquece
o meu coração!

Tu
minha alma querida,
ficas triste,
muito sofrida,
incompreendida!

O teu amanhecer,
nem sempre é igual.
Ficas temerosa
pelas tuas rosas,
rosas brancas
a florescerem,
cada qual a mais viçosa,
que te aliviam os momentos
que o destino traçou…

Eu
com fé inabalável,
vejo mais perto
o teu desejado Sol;
Sereno,
digo-te:
amor da minha vida,
chegará o teu amanhecer!

E aí
tu
e as tuas rosas brancas,
verão o Sol raiar,
como nunca viram!

Vossas vidas
estarão nas mãos Deus…

E eu
distante mas próximo,
verei e sorrirei
para a vossa vida,
quando esse amanhecer chegar!

José Manuel Brazão

domingo, 24 de janeiro de 2010

Proseando...


Depois de receber algumas manifestações, cheguei a conclusão de que o ano de 2010 começou muito bem! Digo isso porque tive o grande prazer de receber um e-mail “palpitoso” de quem com o tempo cultivou a minha admiração e o meu pleno respeito. Tenho por esta pessoa um carinho de uma grande amizade. Até já perdi a noção dos anos que mantemos contato, pois nos conhecemos casualmente num site que ambos colaboramos. Logo de início me chamou de terapeuta, pois meus escritos eram um tanto autoajuda, eu acho (?).


Para este ano, mandei notícias minhas, dos meus planos que espero que deem certo. O meu querido “paciente” andou evoluindo, acredite! (risos) Recebi resposta ao e-mail enviado, me dando um empurrão de incentivo. Também neste e-mail, me explicou como se tornou um leitor obstinado pelos meus escritos. A partir dali, muitos palpites. Admito, desabrochou a verdadeira Graciele Gessner. Estou tentando, me dedicando; seguindo a risca as valiosas sugestões.


Ao meu leitor obstinado Mauro Henrique Salles Cunha, só tenho que agradecer por acreditar em meu potencial. Obrigada!

Graciele Gessner

este teu olhar


Nenhum mistério a em mim
Que os teus olhos não possam desvendar
Sinto- me assim
Totalmente entregue a ti
Ao ver-me refletida no teu belo olhar
Dentro deles descubro a beleza e a certeza
De tanto te amar
E mesmo que a distância me mantenha distante de ti
Fazendo- me assim a dor da saudade chorar
Nada irá te separar de mim
Pois pra sempre estarás aqui
Refletido no meu apaixonado olhar.

Nanda Costa

Thalita Souza disse...
Que lindo!!Quanta sentimentalidade.

Onde estou??


Abro os olhos
me pergunto baixinho:
Onde estou?

Me sinto sozinha
Me vejo perdida
Eu não queria estar aqui
Não escolhi esse lugar
Não escolhi essas pessoas
Não é verdade
Não me encaixo
Onde estou?

Não me encaixo neles
talvez eles tentem se encaixar em mim
Mas eu não consigo,
eu não sei fingir.
Onde estou??

Tanto tempo se passou
como eu pude conviver assim?
São muitas perguntas
Não me encaixo

Fecho os olhos
tento acordar em outro lugar
Tento me ver feliz
Não me encaixo
Onde estou??

O que eu faço?
Fico aqui deitada??
Levanto??
Tento me encaixar?
Não sei..
Mas sei que, não me encaixo


Monica Libardi

Vaidade


A água que corre no ribeiro
É cristalina!
Entro nela
Molho os pés
Salpico o rosto e os cabelos
Com as mãos...
Faço uma concha
Bebo a água divina.

Encho-me...
De uma alegria infinita
Com aquela água!

Será bebida por muita gente
Vai apressada para a fonte
Que fica num monte perdido!

Vejo um reflexo...
É uma mulher que estou a observar
Aproximo-me mais…

Quem será ela?
Estará no paraíso?
Não!
Não quero optar....
Como o Narciso!

Maria Valadas

Momentos


Foi sentada naquela rocha
Que vislumbrei o horizonte…
Onde os braços caíram no suporte dos joelhos…ensanguentados e os braços alicerçavam a cabeça…
As lágrimas rolavam no rosto e o lavavam, ao som do mar revolto num dia de invernia, as ondas tinham a dimensão colossal sem véu nem devoção.
Na serra chovia, afluía e as árvores dançavam nos cânticos acústicos de muitas flores sem cores…
As folhas saracoteavam com o vento soprado de norte…em gritos de liberdade desconformes à razão da sorte que as olvidavam…
Sim foi por ali sentada que o céu disse, bom dia…mas, eu não ouvira!
Enrolada em torno dos membros continuei…continuei…
As águas agitavam, naufragas saudades, ali tão perto e longe dos ruídos.
O silêncio trouxe aos pés daquela pedra um rosto sereno, muito sereno…com luz no olhar e um brilho pintado com muito cuidado, os lábios muito bem esculpidos envoltos de um branco transparente…
Acomodou-se ali
Deveras perto, como a brisa bocejada pelo mar…nas mãos róseas tinha um lenço branco na cor das nuvens num dia de verão.
O ruído do silêncio era tamanho que nem os seus passos escutara.
Há mas estava ali! Sim residia, com os dedos encostados nos fios torcidos do meu cabelo e com uma ardência intensa, onde todos os poros o conjecturavam nos bafos gélidos desse dia…
Num impulso incontido o meu olhar ergueu-se, lentamente…
Estava sozinha…
A única companhia era uma gaivota que sorria ao voar assim tão perto…
As pernas num movimento rápido ergueram-se numa forma muito segura…
Já não se escutava o silêncio mas sim uma melodia orquestrada por harpas num caminho que sem lágrimas se reabria…

Ana Coelho

anacoelho disse...
Mais uma vez foi com emoção que recebo de ti estes mimos, onde das as minhas palavras uma nova vida...sempre grata.

Beijos com carinho

Magda Luna Pais e Vera Sousa Silva


As autoras, Magda Luna Pais e Vera Sousa Silva, e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de apresentação dos livros “Vida na Internet” e “Traços do Destino” a ter lugar no Ateneu Comercial do Porto, sito na Rua Passos Manuel, 44, Porto, no próximo dia 30 de Janeiro, pelas 16:00.

Obras e autoras serão apresentadas pelo Dr. Ivo Dias Sousa e pelo escritor José Ilídio Torres, respectivamente.

Vida na Internet
(Ensaio)

Sinopse: “Vida na Internet” é o primeiro livro autónomo de Magda Pais, que compila as experiências que a autora viveu, ou que lhe foram relatadas por terceiros, enquanto internauta e frequentadora assídua de blogues e sites de literatura, dando-nos a sua visão pessoal das realidades sociais associadas. Encontramos ainda, neste livro, algumas explicações técnicas, dadas de forma acessível, permitindo, ao leitor, esclarecer dúvidas ou levantar questões sobre as quais nunca terá pensado.

Traços do Destino
(Contos)

Sinopse: Vera Sousa e Silva relata-nos, em linguagem fácil mas profundamente humana, as emoções com que constrói cada uma das suas personagens e lhes empresta um cunho de autenticidade. (do Prefácio, por Vítor Cintra)

Sobre as Autoras:

Magda Luna Pais nasceu em 1969 no Barreiro. É casada e mãe de dois filhos. Foi sempre uma leitora assídua, e nunca pensou em escrever até encontrar o sitewww.luso-poemas.net que veio alterar parte da sua vida. Deste site, onde exerce funções de moderadora, e do qual foi administradora, saíram novos amigos e ideias para este livro. Tem o seu próprio bloguehttp://stoneartportugal.blogspot.com, onde, para além dos seus textos, divulga textos de outros autores. Participou na Antologia Luso-poemas 2008, editado pela Edium Editores e na colectânea “A arte pela escrita”, editada pela ArtEscrita.

Vera Sousa Silva nasceu em Lisboa, a 27 de Janeiro de 1974. Em 2007 lançou o seu primeiro livro de poesia "Pétalas Soltas" pela Corpos Editora e, em Fevereiro de 2009, "Amar-te em Silêncio", pela Edium Editores. Em 2007 participou na antologia de poesia do site Luso-Poemas no género poesia e, em 2008, com prosa poética. Escreve com assiduidade no seu blog (www.prosas-e-versos .blogspot.com) e no site de poesia: www.luso-poemas.net. No mesmo site participou em alguns concursos, vencendo em Dezembro de 2006 o Concurso “Poema de Natal” e em Junho de 2008 o “Concurso do Vinho”, ambos na vertente de poesia, o que, desde 2006, lhe valeu o direito a condição de Membro de Honra.

Vera Sousa Silva

sábado, 23 de janeiro de 2010

Sonho!


Vencida pelo cansaço
meus olhos se fecham
vejo-me a flutuar no espaço
e não me reconheço!
Vejo mil donzelas…
vestidas de branco
a seguir uma Senhora
que traz um belo manto!
Ouço vozes a cantar…
um belo cântico
melodias de encantar
entoavam num recanto!

Aproximo-me a flutuar
minhas asas esvoaçam
Sinto-me leve….

Melodias tão harmoniosas
não ouvira outras iguais
fico silenciosa
a saborear…
tudo me parece real!

As donzelas afastam-se
a segurar o manto real
as melodias ficaram silenciosas.

Acordei!
Abri os olhos,
encarei-me....
com os raios da aurora!

Maria Valadas

O desfolhar de uma flor


No cálice do seu perfume
refresca a sua candura,
envolvendo seu volume
em estames de ternura.

Nessas pétalas agrupadas
na corola do seu véu…
viçosas e engalanadas,
bem voltadas para o céu.

Se ensaiam pelas cores
em movimentos celestiais
por entre seu androceu.

Germinando gloriosos odores,
brotados dos eixos florais
sob a égide do geniceu!...

António MR Martins
2010.01.22

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Sofrendo...


Meu sofrimento não diminuiram
meus pesares...
sempre vivi a vida deixando as dores
como males passageiros...

Foram tantas as pedras...muitas...
pedras no meu caminho...
- caminhos tortuosos -
mas apesar de tudo cada dia
que amanhecia e a cada
por-do-sol nascia a esperança
e fazia deles um poema...
escrevia versos...

Achava que a vida me pertencia
amava o mar com suas ondas a
quebrarem nas areias
das praias...

Deslumbrava-me com os
campos floridos
- lindos campos -
e a tudo isso eu chamava de
momentos felizes!

Meu coração queria o melhor...
minh'alma sempre debruçou-se
para viver grandes amores da vida
e fraternais...

Não entenderam...
não quiseram entender...
sempre condenavam-me por algo
que não havia cometido...
e mesmo com minha vontade de
sempre fazer o melhor


....minhas lágrimas não foram
respeitadas...e a minha incessante busca
pereceram ....no fim da estrada!

celina vasques

O choro pode durar uma noite...


Pela noite
vem a magia,
o silêncio,
a reflexão!

Vem a a Lua,
com a paixão
e o amor!

Vem a nostalgia,
com a tristeza
e o choro!

Vem o sonho
de ideais, ambições,
lutas:
conquista ou derrota,
mas com a esperança
que o amanhecer
traga a alegria
de um novo dia,
que faça esquecer,
aquele choro…!

José Manuel Brazão

Poema baseado numa frase pública de NANDA Salles:
“O choro pode durar uma noite…
mas a alegria vem ao amanhecer…”


Seu poema me lembra um obra prima de Charles Chaplin.

Citando:
Poema da Noite

Já chorei vendo fotos e ouvindo musica;
Já liguei só para ouvir uma voz;
Me apaixonei por um sorriso;
Já pensei que fosse morrer de saudade;
E tive medo de perder alguem especial...
(e acabei perdendo)
Já pulei e gritei de tanta felicidade;
Já vivi de amor e fiz muitas juras eternas...
"quebrei a cara muitas vezes!"
Já abracei para proteger;
Já dei risadas quando não podia;
Já fiz amigos eternos;
Amei e fui amado;
Mas tambem já fui rejeitado;
Fui amado e não amei...


Não sei se é a beleza de noite
ou se é o silencio do luar...
Contudo só sei que nos faz pensar.
Parabens pelo poema
Arthur Gameiro

Os nadas


Os pequenos "nadas" me inspiram as máximas da vida.
Um sussurro do vento, um aconchego, o ócio sem culpa, o sorriso dos meus filhos, um abraço.
Uma flor de presente, o cheiro do mar, a invasão do amanhecer com o cantar dos pássaros que moram na arvore aqui ao lado.
De pequenos "nadas" abasteço-me.
Não preciso de grandes feitos pra ser feliz.
Alguém que amo, dizer que me ama,
Falar-me da noite anterior, e do pensamento constante naquele momento...
Sou grata á Deus, por 30 anos de matrimônio. Na tristeza, na alegria...
Sou assim, os "nadas" me fazem entrar num estado de total plenitude.
O que nada significa aos demais, pra mim é tão importante.
Na minha vida quero overdose dos "nadas".

Rosangela Colares

Vou-me encontrar


Sai devagar,
para longe de mim,
vou-me encontrar
quero-me perguntar,
onde está a lomba
que não consigo
ou posso destinar.

Quero me interrogar
se necessito de mim,
minhas origens,
umas caminham
outras escorregam
num espaço aberto
escuro de médão.

Vou me esconder
todos me estão a filmar
olho...não quero ver!...
uma careca a luz do dia,
uma amputação sem razão
um flagelo que esconde
a dor a denegrir.

Eu vou sair
e procurar
em minha volta
o que há de bom,
quem quer auxílio
nesta revolta...
e vou sorrir!

Cristina P. Moita

De tanto amar


Para quem ama infinitamente entende o que é um amor descontrolado fora das suas normalidades. O amor é um sentimento capaz de nos machucar na mesma intensidade ou até mais, depende do quanto se envolveu. De tanto amar, não se consegue esquecer quem amamos. Por que não conseguimos esquecer quem não nos ama mais? Será que gostamos de sofrer? Ou será que ambos ainda se amam? Como descobrir o quanto cada um ainda se sente envolvido?


Às vezes chego a pensar que escondemos ou guardamos este amor em algum lugar e esquecemos por um tempo. Não sei explicar, penso que muitos terminam uma relação por bobeiras, infantilidades. Através destas ideias até chego concluir que muitos por imaturidade vão empurrando, deixando rolar pra ver no que vai resultar.


Se existir amor capaz de sobreviver à distância e a separação, este amor vale a pena ser vivido. Tentando, buscando, reencontrando... Muitos são os casais que buscam reconquistar a sua metade. Um conselho da vida: não permite que as lembranças se evaporem...


De tanto amar, sempre teremos a oportunidade de estar com quem queremos ao nosso lado. Viva o amor!

Graciele Gessner

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Leves são as almas


Por muito que a terra gema
não se consegue calar o poema
em gritos desorientados pela aflição.

Doem-me os dedos pelas palavras tristes,
doem-me os olhos pelo sangue que escorre.

Desespera-se por um tempo vagabundo
onde o caminho se instala em cada olhar.

Carrega-se a vida dorida nas lágrimas
que assentam pesadas nos ombros
dos que ficaram.

Entorna-se assim o mar imenso em cada onda
de morte … como um pesadelo.

Leves são as almas que chegam ao céu, sem asas

... porque não houve tempo.

Vanda Paz

Imagem: http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Internacional/Galeria.aspx?content_id=159511&pos=23)

Sonhos de Homens que marcaram o seu Tempo!


Às vezes pergunto-me, se por exemplo, alguns dos homens que tiveram sonhos, lutaram por eles, alguns realizaram-nos. ou pelo menos, deram início à sua realização, digamos, cavaram ou ajudaram a cavar, os alicerces da construção desses mesmos sonhos,
e estou a falar de sonhos,
anseios de liberdade, fraternidade, erradicação da pobreza a nível mundial, maior igualdade de
oportunidades, maior e melhor distribuição da riqueza produzida, enfim toda esta panóplia de palavras e conceitos, que todos achamos justo, bonito e reconfortante, mas dizia eu, sabendo que a maioria desses homens já não faz parte deste mundo, tendo inclusive, alguns deles dado a sua vida por essa ânsia, por esse desiderato, por essa convicção firme, volto a repetir, dizia eu que, se alguns desses homens voltassem a este mundo, para verificarem a evolução dos caminhos que abriram, provavelmente cairiam para o lado, como soi dizer-se.
Querem exemplos?.- Para falar só desta vertente que é a política da vida de todos nós, não a política dos"Polítiqueiros profissionais", pergunto?.
Será que Amílcar Cabral sonhou com esta Guiné-Bissau, de luta pelo poder quase diária, por parte de quem tem as armas, o controlo do narco-tráfico, e o povo continua miserável e com um nível de vida muito abaixo do minimamente aceitável?. - Certamente que não!
Será que Agostinho Neto e os restantes iniciadores do processo de independência de Angola, gostariam de vêr como a imensa riqueza daquele País, está a ser "administrada" por um "clân"?
Certamente que não!.
E Moçambique? - Não será a mesma coisa? - Penso que sim!.
E não me julguem mal, não pensem que sou colonialista, neo ou antiga, pois sei, já sabia há muito
tempo, que os ventos da afirmação da identidade africana, passaria inevitavelmente por ali.
Mas voltando ao tema e à interrogação que me assaltou, será que valeu a pena, o empenhamento
e nalguns casos o sacrifício, destes Homens?. - Continuo a pensar que sim, o que me entristece e às vezes até me revolta, e certamente a eles também, estejam lá onde estiverem, é os homens, por ambição, poder, dinheiro e tudo o que lhe gira à volta, atraiçoem, esqueçam, espezinhem os ideais e os direitos dos seus semelhantes.

Maria Valadas

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Percurso de Vida


Caminho longo
percorrido
com obstáculos
que superei,
uns por mim
e outros ajudado!

Por quem?
Alguém!

No caminho longo
encontrei de tudo,
coisas boas e más.
Pessoas
que me davam a mão,
pessoas
que me traziam no coração,
mas ele era artificial!

Uns
ficaram para sempre.
Outros
ficaram pelo caminho!

Eu
continuo o percurso,
caminho longo…

José Manuel Brazão

Chuva de rosas


A tempestade assusta a alma
Do poeta inquieto
O verso trava na água que escoa
No ruído do trovão
Manifesta-se um salto no coração
Mas há uma chuva boa
Garoa florida de pensamentos meus
Uma chuva de pétalas, presente de Deus
Chove rosas de todas as cores
Precipitam-se pingos das borboletas multicores
O trovão ecoa como sinfonia de Beethoven
E o raio pinta as cores do arco-íris
O perfume das pétalas ficam nas mãos que as colhem
No banho de aroma que o poeta experimenta
Seu peito exala a febre
De amor e carinho que agora recebe
A chuva se intensifica em amor e sonho
Como a magia deste verso que ao poet(a)migo, componho!

Denise Severgnini

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Pobre Poeta... do amanhã!


Escreve
como se sonhasse,
se vivesse
num mundo de encanto,
de ternura e amor!

Escreve
para alimentar a alma
de quem o lê,
recebendo
gestos de amor!

Escreve poemas
para aliviar os dilemas;
os seus
e dos outros…

Se não escrever,
morrerá a alma do Poeta,
ficando apenas:
um homem,
uma vida
e um pobre Poeta
agonizante…

Apagam-se as luzes…
Mas ficou a honra
e os seus poemas!

José Manuel Brazão

Eu, Tu e Nós



Olhos nos olhos
Mil instintos
Corpos colados
Fêmea e macho no cio
Ouvem-se gemidos
Mãos se tocando
Almas se amando
Ambos querendo
Desejando
Para os dois não há embaraços
Nem empecilhos
Nem tempo
Nem cansaço
Um ao outro devorando
Acariciando
Um amor para todos os meses do ano
Assim
Eu
Tu
Em uma só vontade
Vontade de estar para sempre juntos
Vontade
De nos amarmos de verdade
Eu, tu, nós.

Nanda Salles

Porque precisamos de guerra?


Nesse mundo de todos e de ninguém
Paira um maior poder
Que por mais poder que Homem pensa que tem
Por muito que viva nunca vai ter

O homem pode o poder exercer
De outro Homem destruir, dominar
Mas concerteza nunca vai ter
O poder da natureza abafar

O homem inventa a guerra e destroi
Ri sobre lágrima inocente
Mata crianças e velhos e não lhe doi
Porque não as vê como gente

Porque precisa o Homem de guerra
Porque precisa de destruir
Se a natureza vem e enterra
Vidas sem lugar nem tempo para fugir

Que olhe o Homem hoje para Haiti
Pensa ele que vive onde
Pensa que não poderá chegar a si
E se chegar, onde pensa que se esconde

Ah tão fraca inteligência
Que nula sensibilidade
Tão pobre sem consciência
Tão cego de vaidade!

Fernanda Rocha Mesquita

Neste quarto



Neste quarto onde me reservo, como garrafa esquecida em cave escura, tenho por companhia um pedaço de sol alojado no meu peito. Entre nós tudo é claro e sincero, deixo as mágoas ausentarem-se, ficando assim só, com a minha solidão quente. Basta-me a cor azul estampada nas palavras, basta-me a esperança do verso que escolhi. Tudo é tão fácil quando toco as folhas, vermelhas de cansaço, das videiras que em fileira me acompanham o pensamento. Tudo é tão fácil quando abro a janela à vida que me procura, entrando sem pedir licença e me arrastando de encontro à parede degustando-me a alma sem qualquer pudor. Por vezes, retiro a rolha da garrafa onde me encerro e entorno-me tentando chegar ao horizonte que trazes nesses teus olhos felinos. Deito-me em terra molhada junto ao teu corpo de pêlo quente e sedoso. Aninho-me e deixo-me adormecer. As asas do sonho levam-me a terras onde nunca fui, levam-me à lua do teu céu onde te rodeias de gaivotas que te gritam e te encantam, enquanto eu me perco no areal imenso do teu corpo. Com a aurora despeço-me, deixando os teus lábios húmidos, recolho o horizonte e acordo deitada só, na cama deste quarto onde me reservo.

Vanda Paz

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

António MR Martins - Poeta e Amigo






Clique imagem

Nada


Quis dar voz ao silêncio, momento louco
Quis ganhar a vida ser gente enfim
Não veio a voz, morri um pouco
Em silêncio dei de novo por mim

Ganhei o direito de sentir o vento que passa
Mas nada me diz, porque não sabe onde mora
A esperança que vagueia no mundo por ser escassa
Perdida no mundo onde há gente que chora

Resisto á vontade de nada ser
Mas não sinto a vontade resistente
Sinto no nada a vontade de tudo perder
Viver no vazio onde nada se sente

E esta pouca vontade que me atrai
Esta dormência onde nada sou
Me cobre na escuridão e se vai
Me deixa docemente só, assim... como estou!

Fernanda Rocha Mesquita

HAITI



A Natureza gosta de se esconder!
E nós
Humanos
De a des-ventrar
Até ao infinito possível
De todos os seus redutos.

A mão que semeia
É a mão que destrói
Que colhe e recolhe
O produto
De cada des-vanecer

Que acolhe e alberga
Os efeitos
Simples e singelos,
De cada re-nascer.

Isabel Rosete
*Artes & Culturas *