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domingo, 24 de janeiro de 2010

Momentos


Foi sentada naquela rocha
Que vislumbrei o horizonte…
Onde os braços caíram no suporte dos joelhos…ensanguentados e os braços alicerçavam a cabeça…
As lágrimas rolavam no rosto e o lavavam, ao som do mar revolto num dia de invernia, as ondas tinham a dimensão colossal sem véu nem devoção.
Na serra chovia, afluía e as árvores dançavam nos cânticos acústicos de muitas flores sem cores…
As folhas saracoteavam com o vento soprado de norte…em gritos de liberdade desconformes à razão da sorte que as olvidavam…
Sim foi por ali sentada que o céu disse, bom dia…mas, eu não ouvira!
Enrolada em torno dos membros continuei…continuei…
As águas agitavam, naufragas saudades, ali tão perto e longe dos ruídos.
O silêncio trouxe aos pés daquela pedra um rosto sereno, muito sereno…com luz no olhar e um brilho pintado com muito cuidado, os lábios muito bem esculpidos envoltos de um branco transparente…
Acomodou-se ali
Deveras perto, como a brisa bocejada pelo mar…nas mãos róseas tinha um lenço branco na cor das nuvens num dia de verão.
O ruído do silêncio era tamanho que nem os seus passos escutara.
Há mas estava ali! Sim residia, com os dedos encostados nos fios torcidos do meu cabelo e com uma ardência intensa, onde todos os poros o conjecturavam nos bafos gélidos desse dia…
Num impulso incontido o meu olhar ergueu-se, lentamente…
Estava sozinha…
A única companhia era uma gaivota que sorria ao voar assim tão perto…
As pernas num movimento rápido ergueram-se numa forma muito segura…
Já não se escutava o silêncio mas sim uma melodia orquestrada por harpas num caminho que sem lágrimas se reabria…

Ana Coelho

anacoelho disse...
Mais uma vez foi com emoção que recebo de ti estes mimos, onde das as minhas palavras uma nova vida...sempre grata.

Beijos com carinho

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