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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Navegar sem rumo


Rótulo nenhum nomina ao que sinto agora
Entre as brumas do alto mar é meu lugar...
E para não soçobrar sigo lançando fora
Todos os pesos que trago nos cantos da alma

Deito fora os rosários de memórias desfiadas
Meu peito inda geme na mornidão dessa utopia
Caixas, vários tamanhos, todas cheias de nada
Memórias descoloridas, enferrujada alegria

Navegando em alto mar, sem roteiros ou manual
Só o horizonte importa e o imenso azul turquesa
Sou imagens que descubro, nessa exótica beleza

Revelo a nudez da alma, sempre o mesmo ritual
A sinfonia dos pássaros leva o sentimento torto
As velas arrastadas pelos ventos ao meu porto

Glória Salles

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