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domingo, 3 de janeiro de 2010

Sons de alegria


Tudo o que eu queria
era substituir o som de instrumentos
pelos sons que invento.

O som do amarrotar do papel
onde esvoaçaram cantigas de sabor a mel
Dos passos inexistentes
sonhados em direcção ao céu
Do uivo do vento
por entre os buxos do canteiro
onde semeei sonhos de cheiros
O som do calcar das palavras
que não cederam aos meus pés
Do rebentar silencioso da rosa
que hoje me grita tão alto
Do respirar de uma simples imagem
dissolvida na solidão
Do crepitar das palavras atiradas ao fogo
única luz do miradouro desta imensa escuridão

Se o som de chuviscos de primavera
me tocasse as mãos
nascer-me-ia no peito uma seara de alegria.

Marta Vasil

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