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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Nada


Quis dar voz ao silêncio, momento louco
Quis ganhar a vida ser gente enfim
Não veio a voz, morri um pouco
Em silêncio dei de novo por mim

Ganhei o direito de sentir o vento que passa
Mas nada me diz, porque não sabe onde mora
A esperança que vagueia no mundo por ser escassa
Perdida no mundo onde há gente que chora

Resisto á vontade de nada ser
Mas não sinto a vontade resistente
Sinto no nada a vontade de tudo perder
Viver no vazio onde nada se sente

E esta pouca vontade que me atrai
Esta dormência onde nada sou
Me cobre na escuridão e se vai
Me deixa docemente só, assim... como estou!

Fernanda Rocha Mesquita

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