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quarta-feira, 31 de outubro de 2007

A beleza


Chegas!
Todos te olham,
todos te admiram.
Olho e fixo a tua imagem,
vejo a sala com mais luz.
Olhas e vês que te olho;
ficas tímida e todos riem.
Havia empatia,
sem sabermos a que se devia.
Hoje sabemos!
Eram as energias em sintonia.
Ias embora e a sala perdia luz.
Amavas!
Farta de amor solitário,
procurando na liberdade,
a felicidade,
partiste, abruptamente,
para esse mundo mais feliz!
Senti dor, muita dor.
Tinha perdido a tua beleza,
o teu aroma especial,
perfume natural:
essência de rosas.
As minhas palavras
ficam molhadas,
das lágrimas que me correm;
lágrimas de alegria
pela tua felicidade
e pela tua serenidade.
Fecho os olhos:
vejo-te vestida de rosas,
não importa a cor.
São rosas!
Abro os olhos
e parece que sonho:
vejo o meu poema
coberto de rosas;
de amor por ti,
eternamente …
José Manuel Brazão

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Vidas


A vida é como uma felicidade,
para ser merecida.
No João
a vida como um amor,
para ser desfrutado;
no Pedro
a vida como um desafio,
para ser enfrentado;
no Paulo
a vida como uma aventura,
para ser agarrada;
nos meus Netos
a vida como Vida,
para ser defendida!
José Manuel Brazão

Filhos do Universo


Nossos filhos
vão partindo,
deixando Luz,
cheiro e amor.
Escolhem o seu caminho:
aqui com oportunidades,
ali com contrariedades.
Mãe e pai resignados,
continuam vigilantes
e expectantes.
Mãe e pai cansados,
continuam a estrada da Vida.
Param e olham;
vêem os seus filhos,
serem filhos do Universo!
José Manuel Brazão

Enviada em nome da Paz


Sinto à minha volta
a solidão.
Não a solidão
para estar só.
Mas a solidão, de ficar só.
Sinto,
sinto muito …
Apareceste,
foste Enviada,
para não ficar tão só.
São amigos de verdade,
os poucos que me ajudam
e estão presentes,
na realidade.
Não peço muito:
é doce,
é consolador,
ter por perto
ou em pensamento,
gente com sentimento,
que dão amor,
sem se pedir,
muito amor…

domingo, 28 de outubro de 2007

Amigos fraternos


Caminho, caminho,
cada vez mais só!
Penso e sinto,
que poucos me restam,
neste plano terreno.
Quero estar sereno,
mas não consigo.
Apenas me anima,
que os poucos,
valem mais que muitos!
Quando o caminho chegar ao fim,
esperem por mim.
Eu também esperarei por vós
e nesse mundo diferente,
estaremos atentos,
com a alma presente,
naqueles que não perdoam,
não toleram,
não se humilham,
nem sabem,
se gostam de si próprios.
Apenas se arrogam,
se toleram
e se perdoam.
Temos de nos amar,
para os outros:
amar, tolerar e perdoar!
Já não passo sem vós:
Aqui ou Além.
Vamos em busca
do meu João!
José Manuel Brazão

Sensibilidade


Nem todas as pessoas manifestam a sensibilidade tão objectivamente quanto se espera. Só aquelas que encontram ou descobrem em si, a criatividade artística, põem ao serviço do que escrevem, do que pintam, etc... esse potencial, esse dom.
Por essa razão, vivem um pouco solitárias, à espera da inspiração sensata e verdadeira, que transmitem por palavras, com o único objectivo de divulgarem ideias, alertas e muitas vezes denunciarem o caos, as assimetrias, as desigualdades, os direitos humanos, mas também divulgarem, a paz, a harmonia e o amor. Os que escrevemos, somos pessoas vulgares, mas com a sensibilidade muito afinada, o que leva muitos dos que nos conhecem ou nos rodeiam, a não compreenderem a nossa forma de estar na vida . Pela minha parte, sou ajudado nessa matéria por duas amigas: uma de longa data e outra que conheci através do Cantinho da Poesia e passámos a ter uma lindíssima amizade, cheia de emoções e de mútua compreensão Para se escrever é necessário viver bem com os nossos sentimentos. Ela já conhece tudo o que escrevi e, portanto, conhece bem o que sou e, porque sou. Procuro transmitir aos leitores tudo aquilo que não vivo em plenitude, mas que gostaria de ser um bom mensageiro para os outros. A minha amiga escreve lindamente, sobretudo, com refinada inteligência, efeito próprio da sua forte sensibilidade. Já vivi muitos anos nesta minha passagem pela vida, mas não me canso de melhorar o produto final do meu trabalho . Escrever, é uma forma de generosidade e, sobre esse aspecto dar-me-ei todo, enquanto as faculdades mentais mo permitirem.

José Manuel Brazão

Talentos escondidos


Existem neste País muitos talentos escondidos! Uns, porque não foram devidamente observados, outros por falta de oportunidades e, ainda outros, que por inibição não expuseram o seu valor criativo.
Nestes últimos está enquadrada uma amiga que só agora me mostrou e - com alguma timidez – os seus dotes com um belo poema intitulado “Utopia”.
Terei muito gosto de através desta crónica divulgar este seu trabalho.
Convido-a a escrever mais e a partilhar connosco.
Já escrevi noutra crónica, que escrever e partilhar são actos de generosidade!

UTOPIA

Quero raios de sol dourados acariciando a pele,
Risos cristalinos de crianças soando aos ouvidos,
Borboletas brancas esvoaçando ao vento,
Fadas dançando e duendes cantando nos bosques.
Quero um mundo de céu azul
Com mares de pequenas vagas,
Golfinhos risonhos em correrias loucas,
Gaivotas balouçando-se ao sabor das ondas,
Extensas praias de imaculadas areias.
Quero montanhas índigo bordando o infinito,
Casas de telhados vermelhos trepando pelas colinas,
Florestas de miríades de verdes perfumando o ar
Com aromas inebriantes.
Quero jardins de flores exóticas,
Riachos correndo aqui e ali,
Lagos com cisnes de asas abertas,
Fontes luminosas com bailados de água.
Quero noites transparentes com céus estrelados,
E astros cruzando o firmamento
Em rotas imprevisíveis,
Pelos caminhos misteriosos dos universos
Em expansão.
Quero a música das esferas espalhada pelos ares
Em melodias celestiais,
Despertando no coração dos homens
Sentimentos transcendentais.
Quero fraternidade entre gentes de todas as raças,
Com rostos alegres e olhos brilhantes,
Que se dão as mãos em espaços claros,
Em rodas saltitantes de brincadeiras de menina.
Quero um lindo e limpo planeta Terra,
Que gira continuamente sobre si mesmo,
Na sucessão de dias e de noites,
No passar constante de ano após ano,
Na frenética dança da vida.
Quero-te a Ti meu Deus com teu Amor sem fim,
Olhando serenamente para todos nós,
De sorriso de ouro no Teu rosto de luz,
Orgulhoso da obra fantástica
Dos teus filhos bem amados.

Quero poder, em silêncio, olhar-Te de frente,
Cair de joelhos diante de Ti,
Beijar-te os pés com reverência
E ficar a Teu lado aprendendo,
O inenarrável sentido da vivência
Da Alma na Eternidade,
Amen!

2005/10/06
Masa Gunda (Eterónimo)

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Procuro a felicidade! Existirá?


Durante esta passagem pela Terra que a tenho procurado, mas não a tenho encontrado e muito menos conquistado . Já cheguei a pôr em dúvida a sua existência ou que se tratasse duma miragem, dum mito!

Lendo recentemente pensamentos de humanistas que sempre admirei, parei e reflecti sobre alguns:

Não existe caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho .”
(Mahatma Ghandi)


“Nosso cérebro é o melhor brinquedo já criado: nele se encontram
todos os segredos, inclusivé o da felicidade .” (Charles Chaplin)


Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.” (Francisco Cândido Xavier - Chico Xavier)

Procuro na utopia … ser feliz “

Procuro sonhando
o que não encontro acordado.
Sonho com a vida
que me falta conhecer;
Sonho com as pessoas
que amo em silêncio
e que quero ajudar:
amando!
Sonho com as pessoas
que me ouçam,
me entendam.
É bom sentir-me vivo,
olhando para trás
e vendo
que não posso viver
um novo começo,
mas que posso viver
um novo fim.
Procuro na utopia,
a esperança
de ser feliz,
serenamente …


José Manuel Brazão
22.04.05


Esta vida que é um caminho percorrido por nós com muito erros, muitas distracções e, pior que isso, com invejas, intolerâncias, ódios que não contribuem para a paz e harmonia entre os Homens e, consequentemente, no Universo .
Nesta fase da minha vida resta esforçar-me por conhecer melhor o caminho (Ghandi), tentar descobrir o segredo ( Chaplin) e fazer um novo fim (Chico Xavier).

José Manuel Brazão

Perda


Sou pai de três filhos: o João, o Pedro e o Paulo . Em Agosto de 1997 partiu o João para a vida eterna .
A propósito deste acontecimento, certo dia recebi uma mensagem da minha amiga Vanda e retive uma parte que passo a transcrever:
“ ....a perda do João foi a dor mais intensa fora de todos os limites, mas foi também o arranque para uma nova vida ...não consigo nem imaginar a dor da perda de um filho... e mais adiante ... ficou lá um vazio que tenta preencher e tem conseguido com o pensamento do além e com a mão de Deus...
Estas palavras motivaram a crónica que intitulei “ Perda “.
O João após muito sofrimento partiu para a vida eterna como já referi.
Acredito na imortalidade da alma ( a vida continua ). Por isso a vida eterna . Assim concebo a nossa existência .
Agora, mais esclarecido para mim não houve uma perda, mas a ausência física (muitas saudades, quem as não tem!), mas foi numa “viagem” que um dia todos nós a faremos.
Como superei tudo isto?
Pela imortalidade da alma eu compreendi que a morte faz parte da Vida tal como o nascimento . Morte é vida!
São o começo e o fim desta passagem.
Vivo os meus dias com a convicção que o João nos acompanha e só nos separa um véu. Vivemos no plano terreno e ele no plano espiritual. Sinto-o sempre presente!
O seu cheiro, o seu sorriso a sua tolerância, o seu olhar de compaixão, não me abandonam.
Pensando que a sua alma está bem iluminada, a minha vida decorre, procurando evoluir para ser útil ao próximo e, olhar atentamente pelos outros filhos Pedro e Paulo .Acompanhar os seus caminhos ...
De facto, como dizia a minha amiga Vanda “foi o arranque para uma nova vida”.Deus sabe que passei a ver a vida de outra forma; lição de vida !
Serenamente, fico nas Suas Mãos, aguardando a minha hora de: morte é vida !

José Manuel Brazão

Pais disponiveis


Em tempos pensava qual seria o tipo de vida dos pais sem filhos, quando chegassem a uma idade mais avançada . Sentir-se-iam sós? Entregar-se-iam ao voluntariado? Ou deixariam a vida decorrer? É interessante ter encontrado nos meus Amigos Aurora e Fernando a desmistificação das minhas terrogações.Eles estão ocupadíssimos na missão de pais disponíveis há bastantes anos. Entregaram-se como orientadores e conselheiros de jovens que conheço, e de todos os outros jovens e mais velhos que necessitam das suas palavras e dos seus gestos. Sei que dão com muito amor! Eu próprio já sou exemplo disso! Vejo neles uma felicidade como se fossem pais biológicos. No entanto, não precisam dessa condição ou qualificação, porque a Vida concedei-lhes esta missão . Que o digam os beneficiados com o seu Amor e dedicação!

José Manuel Brazão

Sei que estás aí ...


Para mim comunicar é das coisas mais importantes na vida . Pela troca de opiniões, pelo diálogo, pela transmissão do saber, conseguiremos evoluir e conquistar progresso para as nossas vidas. Ultrapassaremos barreiras difíceis e quantas vezes transformaremos a utopia em realidade. A comunicar encontraremos caminhos de esperança . Se eu não comunicasse, tinha a sensação de não existir.
Na minha vida acontece que teimo na minha existência falando e escrevendo . Tenho amigos que nos vemos regularmente, outros que nos telefonamos quase diariamente e, uma outra amiga distante de Lisboa, que nos escrevemos frequentemente. Há pouco tempo numa mensagem disse-me: posso ter o meu tempo muito ocupado mas “eu sei que estás aí...”. Existem pessoas que passam na nossa vida e ficam gravadas na nossa existência .

José Manuel Brazão

Dez anos


Passaram dez anos em que tu - João - partiste na viagem necessária! Pareceram longos, mas para mim não dei pelo tempo, porque existes sempre!

Muitas vezes – por instantes – julgo que estou só, mas pensando em ti fico confortado e não sinto a casa vazia.

Nos últimos meses emana de ti e de Deus as forças que necessito para continuar o meu caminho.

Em Agosto de 2005 escrevi um poema sobre o mundo de alguém. Pensei e inspirei-me em ti, lendo um pensamento.

Escrever o que a voz do meu coração me diz, seria uma crónica infindável. Fiquemos pela singeleza do meu poema e pela grandeza da tua Alma!


“ Posso não ser ninguém no mundo…”

Não sou ninguém no mundo, neste mundo.
Mundo caduco e envelhecido,
para muitos, mais empobrecido
de valores morais.
Não sou ninguém no mundo, neste mundo.
Para muitos, mundo enriquecido
de invejas, arrogâncias,
cobiças e intolerâncias;
falta de amor!
Sinto tanta dor
por esta forma de viver,
que antes morrer,
do que ser alguém neste mundo.
Sonho,
vivendo a esperança
dum mundo melhor:
de harmonia e paz.
Sinto,
que nos meus pensamentos
e nos meus sentimentos,
existe um mundo de alguém!

José Manuel Brazão

Calores opostos


Nos últimos tempos as temperaturas estiveram altíssimas e, segundo a comunicação social não se assistia a esta vaga de calor há 65 anos. Toda a gente se afrontou com esta situação . Eu também não suportei e, em muitos momentos pensei que todos parecíamos aflitos como se fosse um cataclismo e, mais me lembrei nos outros para quem este calor não era suficiente, antes do mais, falta-lhes o calor humano .
De facto, pensamos no nosso conforto e alheamo-nos do que se passa com os fragilizados, os desamparados ...! Pela minha parte sempre me preocupei com os que estão pior do que eu. Aprendi com o escritor brasileiro Paulo Coelho o simbolismo e a força que dá à palavra guerreiro .
Existem poucos guerreiros interessados em mudar as coisas. Mas com a persistência os poucos passarão a muitos, para as novas gerações testemunharem um mundo melhor que não envergonhe as actuais da herança que vão deixar.
Continuando o meu caminho serei um guerreiro com a atitude e a palavra, envolvidas por convicção .

José Manuel Brazão

Pombo com ternura e fome


Apetecia
neste dia,
um passeio até ao Tejo
e pelo Terreiro do Paço
andei a pé.
Parei no terminal,
observando
aquela sala gigante.
Parando
junto de mim
um pombo habitante
daquela sala,
que debicava, debicava
e nada encontrava!
Chamei por gestos;
junto de mim parou.
Por largo tempo
não me deixou!
E olhando
aquele pombo habitante
de penas azuladas
e iris avermelhadas,
cheio de fome e ternura,
deixando
as minhas mãos dar-lhe mimos,
sem voar revoltado;
apenas um pombo esfomeado.
Fiquei agradecido
por este novo amigo.
Lembrei-me das crianças
que nas mesmas condições,
ainda têm forças
para nos lançar olhares de ternura
aguardando que nossos corações,
se lembrem
que elas existem.
No meu regresso
e tendo como despedida
olhares de ternura,
ainda me disse:
“Quando voltares
a esta sala gigante,
cá estarei
e ficarei junto a ti,
para descansares
e veres que ainda existo;
como pombo e amigo”.

José Manuel Brazão

Da janela da minha casa: vejo Lisboa


Desta Janela
há trinta anos vejo Lisboa.
De manhã
vejo Sol a nascer,
vejo o Tejo a descer
de visita à sala da cidade.
Vejo as pessoas
irem para o trabalho,
ejo as crianças para a escola,
umas tristes,
por sono
e por vida pouco fácil,
outras alegres,
por impacientes,
para aprenderem o Futuro.
Vejo carros e mais carros.
De tarde
vejo as crianças voltarem,
umas tristes,
para a vida pouco fácil,
outras alegres,
para aprenderem o futuro,
mas só no dia seguinte.
De Noite
Vejo as pessoas voltarem,
do trabalho com ganha-pão,
sem trabalho com fome.
Umas com vida dificil,
outras fartas de viver.
Durante a noite vejo silêncio,
vejo em lares muita paz,
vejo noutros muita guerra,
vejo o que vejo
e aquilo que não gostaria de ver.
Da janela da minha casa:
Vejo.

José Manuel Brazão

Sorriso de irmão


Nesta noite triste,
muito triste,
encontrei nas palavras
deste amigo de sempre,
um conforto paternal,
que me fazia falta,
como os afectos.
Sinto-me só,
mas naquele pouco tempo,
senti calor
e o poder das palavras
foram um hino de Amor.
Vejo nele
um sorriso já antigo,
um sorriso de irmão.
Que grande coração
tem este velho Amigo.
Esteja Aqui ou Além,
nunca esquecerei as palavras;
palavras bondosas,
dum grande Homem,
duma grande Alma,
com sorriso de irmão …
José Manuel Brazão

Sol nascente


Lindo dia de sol;
provoca calor,
exalta sentimentos,
gera emoções.
Lindo dia de sol
que eleva o amor.
Ficam as mulheres bonitas,
com coração palpitante.
Olho-as
e noto entre elas,
uma mulher especial:
de imagem luzente,
parece um sol nascente.
Aquece as minhas emoções,
aconchega o meu amor,
revive os meus sentimentos,
este sol nascente
no meu porto de sonhos!

José Manuel Brazão

Sinto saudades do futuro ...


Saudades
Palavra tão intensa,
que viveu sempre comigo,
quer por um amigo,
quer pela família imensa.
Saudades
da vida que escolhi
e nem sempre vivi ...
Saudades
da vida com alegria
que vivia.
Saudades
do amor ao próximo,
da tolerância,
da humildade,
do perdão.
Batendo o meu coração,
como um homem de Fé,
sinto saudades da Esperança,
sinto saudades do Futuro ...
José Manuel Brazão

Procuro na utopia... ser feliz


Procuro sonhando
o que não encontro acordado.
Sonho com a vida
que me falta conhecer;
Sonho com as pessoas
que amo em silêncio
e que quero ajudar:
amando!
Sonho com as pessoas
que me ouçam,
me entendam.
É bom sentir-me vivo,
olhando para trás
e vendo
que não posso viver
um novo começo,
mas que posso viver
um novo fim.
Procuro na utopia,
a esperança
de ser feliz,
serenamente …

José Manuel Brazão

Posso não ser ninguém no mundo


Não sou ninguém no mundo, neste mundo.
Mundo caduco e envelhecido,
para muitos, mais empobrecido
de valores morais.
Não sou ninguém no mundo, neste mundo.
Para muitos, mundo enriquecido
de invejas, arrogâncias,
cobiças e intolerâncias;
falta de amor!
Sinto tanta dor
por esta forma de viver,
que antes morrer,
do que ser alguém neste mundo.
Sonho,
vivendo a esperança
dum mundo melhor:
de harmonia e paz.
Sinto,
que nos meus pensamentos
e nos meus sentimentos,
existe um mundo de alguém!

José Manuel Brazão

Outono da minha vida


As folhas caem
como desfalecidas.
O vento as leva
e outras nascem.
Nós partimos
e outros chegam.
Ainda estou vivendo;
o meu Outono!
O corpo dorido
e as folhas amarelecidas,
parecem Outono.
O meu Outono é Inverno:
frio, triste, doente.
Não há agasalho
que aqueça a minha tristeza,
nem um sol nascente,
que traga de volta a alegria.
Outono:
folhas caídas sem destino
que leva o vento.
Agarrado à esperança,
espero pela bonança,
para ser folha com destino …
José Manuel Brazão

O sol que procurava


Conheço-te
e admiro-te,
mas não te vejo,
vai tanto tempo!
Imagino a tua sensibilidade
e a tua sensualidade,
usadas nas palavras.
Porque te escondes?
Liberta a tua alma!
Usa o poder criativo,
o poder da palavra!
Sê mensageira:
da paz e da harmonia.
Ficarás bem contigo
e terás sempre este amigo:
companheiro na luta,
na conquista dum mundo diferente.
Será utopia?
Talvez!
Sonhar é viver.
Vivamos com esperança
até morrer.
Conta comigo,
sempre!
Meu sol que procurava …

José Manuel Brazão

O companheiro


Vi junto à janela,
uma mulher só:
bonita e esbelta!
Junto de si,
uma taça de vinho,
que lhe fazia companhia!
A taça elevava
e os lábios molhava;
juntava de novo
os lábios que seduziam!
Olhava em redor e sorria.
Todos viam o gesto,
gesto sensual,
destes lábios sensuais.
Notei
que os olhos brilhavam,
tal como os lábios;
e aumentava a sua beleza.
Porque seria o vinho,
a sua companhia?
Para uns:
alivia a tristeza!
Para outros:
aumenta a alegria.
Coisas da mãe natureza:
a vinha e o vinho!

José Manuel Brazão

No teu sorriso vejo Luz


Quando apareces,
no teu sorriso, vejo Luz
e fico sereno!
Quando olhas,
no teu sorriso, vejo Luz
nos teus olhos!
Quando falas,
no teu sorriso, vejo Luz
nas tuas palavras!
Teu sorriso
é um gesto de carinho,
um gesto de amor;
é o teu Caminho, haver Luz no teu sorriso
José Manuel Brazão

Não sei para onde vou


Não sei para onde vou!
Só sei
que seja um sítio,
com paz,
harmonia
e amor.
Que se acabe a dor
que trago dentro de mim,
que volte a alegria
e que deixe para trás,
as tristezas,
as angústias.
Que relembre:
os momentos bons
a quem dei amor,
em troca de nada.
Estar bem comigo
e com Ele …
José Manuel Brazão

Não podes fugir ...


Vieste ao meu encontro:
ficaste!
Passei a viver
cada dia, cada hora,
com o reencontro.
Ganhámos afinidades,
e se não há reencontro,
sentimos saudades.
Eu estou aqui
e tu aí …
Um distante tão perto,
separado pelo tempo,
unido pelo pensamento.
Na vida,
cada um no seu caminho,
na ânsia,
dos caminhos se cruzarem.
Na vida,
cada um sonha com a felicidade,
vive com a saudade,
dum novo reencontro.
Ainda não quero partir;
não podes,
não podes fugir …
José Manuel Brazão

Momentos


Estou aqui,
mas por momentos,
saio, voo,
procuro novos caminhos,
novas mentes,
novas ideias.
Paro
e contemplo o horizonte,
parece-me infinito!
Não vejo ninguém,
mas sinto alguém!
É o amor
que não me deixa
e partilho-o:
com quem encontro;
uns sorriem,
outros perturbam-se!
Reflexos:
dum mundo distraído,
egoísta,
de costas voltadas,
com poucos guerreiros,
na luta dum mundo melhor!
São momentos,
para a minha esperança.
De tristeza,
mas com a certeza,
que sou um dos guerreiros …

José Manuel Brazão

Existe um poeta jovem ...


Existe um homem idoso,
pelo caminho percorrido,
cansado pela luta.
Por vezes divertido,
outras pesaroso.
Esperançoso
pelo dia de amanhã,
enfrentava teimoso,
o que a vida parecia negar.
Solitário nesta viagem,
procurava amizades
e sentia saudades,
dos fieis amigos.
Procuram-se!
Existem poucos,
mas o suficiente,
para a minha teimosia:
a Esperança!
Existe um poeta jovem,
que aprendeu
e continua a aprender
a vida sentida
e não pensada!
Escreve as palavras
com o poder da verdade;
com a cultura da vida.
Escreve as palavras
de coração aberto,
sendo mensageiro do alento
e do alimento da Alma.
Se conseguir:
não existe o homem idoso.
Continua a existir o poeta jovem.
José Manuel Brazão

Eu queria ser luar


Noites de luar
clamam paixões,
umas sentidas,
outras vividas.
As noites de luar
parecem iluminadas,
intensas,
dramatizadas.
Paixão
é apenas paixão.
Quando acaba o luar,
tudo acaba.
Onde pára a paixão?
À espera de outro luar
para criar ilusões
e desilusões.
Eu queria ser Luar
para inspirar amor,
em vez de paixão …

José Manuel Brazão

Coração de mulher


Todos te olham,
todos te admiram.
Uns pela beleza exterior,
outros pela beleza interior.
Esta é infindável,
pelo encanto que transmites,
pelo amor que partilhas,
sem nada pedir.
Dar, dar e dar,
que te cria desilusões,
angústias.
Mulher ternurenta,
quase desistes,
pelos teus sonhos;
brotas lágrimas
como se fosse noite.
Atrás de cada noite,
virá um novo dia.
Numa dessas manhãs,
terás um sol nascente,
com tanta luz,
que encontrarás o caminho
que tanto procuras.
Caminho muito iluminado,
pelo teu coração,
coração de mulher.

José Manuel Brazão

Com a poesia ...


Com a poesia,
sinto alegria;
repousam os dilemas,
nascem os poemas.
Com a poesia,
param as angústias,
as tristezas,
as desilusões.
Com a poesia
nascem emoções,
mensagens de paz,
harmonia e amor.
Com a poesia
nasce a esperança
de viver
e de conhecer amigos,
amigos de verdade.
Com a poesia,
nasce a libertação,
a conversão
aos valores humanos.
Com a poesia
nasce um estilo,
uma forma de vida,
uma visão do mundo,
que leva o poeta
à descoberta:
da verdade,
da realidade,
sem palavra encoberta.
Com a poesia,nasce a minha poesia

José Manuel Brazão

Choro as minhas mágoas


Choro minhas mágoas,
sem ressentimentos,
mas procurando nos sentimentos,
transformar o ódio em amor;
amar para ser amado,
compreender para ser compreendido
ouvir para ser ouvido,
respeitar para ser respeitado.
Choro minhas mágoas,
sem hesitações,
Para sorrir aos meus irmãos
e alegrar nossos corações.
Se der e não receber,
ficarei resignado.
O choro das minhas mágoas,
continuará perante Deus!

José Manuel Brazão

Amor calado (Vida)


Vivo no silêncio,
a chama deste amor,
amor calado!
Vivo este amor,
com o coração
cheio de paixão.
de angústia,
de sonhos.
Como um pássaro,
voo alto,
não sabendo
até onde vai
este amor,
amor calado!
Desço à Terra,
paro e penso
neste amor intenso:
vejo-a vestida de amor,
linda e elegante,
sorrindo,
por este amor calado,
cheio de palavras,
de gestos e afectos …

José Manuel Brazão

Afectos


Onde estão?
Parecem perdidos,
por onde andarão?
Eu tenho os meus
e dou,
dou ao próximo
sem pedir nada.
Por isso os procuro
e não encontro.
Neste desencontro,
paro e penso:
não os mereço?
Com esperança
vejo uma Luz
e agradeço:
são afectos divinos,
os que recebi …

José Manuel Brazão

A noite


Olho o horizonte,
Vejo luzes,
gentes:
regressos a casa,
idas para farras.
Vejo passeios,
Gentes:
solidão,
sem ninguém,
com coração
para dar amor;
receber nada!
Nem compaixão,
nem interesse
pelo ser, seu irmão.
Vejo esperança,
de gentes:
diferentes …

José Manuel Brazão

Rosas amarelas


São as rosas que gostas:
rosas amarelas!
Belas
como o teu olhar,
o teu sorriso.
Belas
como os teus gestos,
as tuas atitudes.
Belas
como o teu amor!
Vejo rosas,
rosas amarelas,
ao meu redor.
O seu aroma
é o teu perfume.
Perfume que não me deixa
e, tu que não me abandonas!

José Manuel Brazão