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quarta-feira, 30 de abril de 2008

Tente ser feliz




Durante um seminário para casais, perguntaram a uma das esposas:
- "Seu marido lhe faz feliz? Ele lhe faz feliz de verdade?"

Neste momento, o marido levantou seu pescoço, demonstrando total segurança.Ele sabia que a sua esposa diria que sim, pois ela jamais havia reclamado de algo durante o casamento. Todavia, sua esposa respondeu a pergunta com um sonoro "NÃO", daqueles bem redondos!

- "Não, o meu marido não me faz feliz"! (Neste momento o marido já procurava a porta de saída mais próxima).

"Meu marido nunca me fez feliz e não me faz feliz! Eu sou feliz". E continuou:

"O fato de eu ser feliz ou não, não depende dele; e sim de mim. Eu sou a única pessoa da qual depende a minha felicidade. Eu determino ser feliz em cada situação e em cada momento da minha vida, pois se a minha felicidade dependesse de alguma pessoa, coisa ou circunstância sobre a face da Terra, eu estaria com sérios problemas.

Tudo o que existe nesta vida muda constantemente: o ser humano, as riquezas, o meu corpo, o clima, o meu chefe, os prazeres, os amigos, minha saúde física e mental. E assim eu poderia citar uma lista interminável.

Eu decido ser feliz! Se tenho hoje minha casa vazia ou cheia: sou feliz! Se vou sair acompanhada ou sozinha: sou feliz! Se meu emprego é bem remunerado ou não: eu sou feliz! Sou casada mas era feliz quando estava solteira. Eu sou feliz por mim mesma.

As demais coisas, pessoas, momentos ou situações eu chamo de "experiências que podem ou não me proporcionar momentos de alegria e tristeza". Quando alguém que eu amo morre, eu sou uma pessoa feliz num momento inevitável de tristeza. Aprendo com as experiências passageiras e vivo as que são eternas como amar, perdoar, ajudar, compreender, aceitar, consolar.

Há pessoas que dizem: hoje não posso ser feliz porque estou doente, porque não tenho dinheiro, porque faz muito calor, porque alguém me insultou, porque alguém deixou de me amar, porque eu não soube me dar valor, porque meu marido não é como eu esperava, porque meus filhos não me fazem felizes, porque meus amigos não me fazem felizes, porque meu emprego é medíocre e por aí vai.

Amo a vida que tenho mas não porque minha vida é mais fácil do que a dos outros. É porque eu decidi ser feliz como indivíduo e me responsabilizo por minha felicidade. Quando eu tiro essa obrigação do meu marido e de qualquer outra pessoa, deixo-os livres do peso de me carregar nos ombros. A vida de todos fica muito mais leve. E é dessa forma que consegui um casamento bem sucedido ao longo de tantos anos.

Nunca deixe nas mãos de ninguém uma responsabilidade tão grande quanto a de assumir e promover sua felicidade!

SEJA FELIZ, mesmo que faça calor, mesmo que esteja doente, mesmo que não tenha dinheiro, mesmo que alguém tenha lhe machucado, mesmo que alguém não lhe ame ou não lhe dê o devido valor.
Peça apenas ao Universo/Deus/Espírito Maior que lhe dê serenidade para aceitar as coisas que você não pode mudar, coragem para modificar aquelas que podem ser mudadas e sabedoria para conseguir reconhecer a diferença que existe entre elas.

NÃO REFLICTA, APENAS. MUDE!
E SEJA FELIZ!

Título de José Manuel Brazão
Texto reproduzido de Autor desconhecido.

Nesta janela


Respiro-te.
Sinto-te neste fundo bordeaux
a observar os sentimentos
que escrevo entre linhas.
Massajas as palavras
como massajas o meu corpo,
determinado e em silêncio.
Escrevo-te
sons do meu pensar.
Canto-te
a melodia do meu sorriso.
Entrego-te
o mapa com o caminho traçado
para vires até mim.
E tu vens, em frases curtas,
tão curtas como o momento
beijado de mel em que sorvemos
o desejo dos nossos corpos.
Nesta janela,
que abro ao mundo,
pressinto-te em mim.
Vanda Paz

terça-feira, 29 de abril de 2008

Amor sem hesitação




Pousas no meu braço;
as tuas lágrimas escorrem:
não consegues falar!
Fixo os teus olhos
e eles dizem-me,
que hesitas no amor!
Já não sabes se amas,
se amaste
ou foste amada!
Buscas na vida,
encontros e desencontros
que levam tua alma
para um atalho
do teu caminho...
Repousa:
a voz que procuras,
tua conselheira
e tua companheira,
dirá o que é o amor...
Agarrarás nesse sentimento
e pela tua alma
reviverão os encantos da vida,
que secarão as tuas lágrimas
e os teus olhos dirão:
amor sem hesitação!
José Manuel Brazão
José Manuel Brazão

segunda-feira, 28 de abril de 2008

A lição do limite



Você já notou como algumas pessoas têm uma tendência a confundir a expressão dos sentimentos que surgem nos diálogos que estabelecemos no dia-a-dia com elas?Muitas vezes a nossa compaixão é confundida com um toque de permissividade e, quando vemos, somos ultrapassados por acontecimentos que soam ao nosso coração como traição, falta de respeito pelo nosso tempo e espaço, roubo de nossas ideias e criações. Se nos mostramos disponíveis e abertos corremos o risco de nos tornarmos aquele que é chamado para fazer tudo, acudir a família e os amigos, causando relações de mágoa e ressentimento quando não nos mostramos tão disponíveis assim.Não sei se você está entendendo o que quero dizer.No trabalho, por exemplo, por sermos mais rápidos e práticos, conseguimos resolver os desafios de forma mais dinâmica. Isso pode nos tornar, aos olhos do chefe, como aquele que vai ter que encarar todos os problemas que os outros não conseguem. E, aos olhos dos colegas nos tornamos o fominha, o sabe-tudo, o bom de bola, ganhando não só uma montanha de trabalho, como o desprezo daqueles que não conseguem fazer.Estar aberto e disponível ao mundo e às pessoas tem seus riscos. Sabe por quê? Porque algumas pessoas desconhecem limites e não pensam duas vezes em depositar nas costas do outro suas necessidades, suas frustrações e expectativas.Por isso é preciso saber se posicionar frente a tudo e todos. A lição do limite é algo que temos que aprender rapidamente.E quando falo em limites estou falando alto para eu ouvir também. Aprender a dizer não pode ser uma coisa muito saudável. Mas é, acima de tudo, corajosa.Como a maioria de nós foi criada com o sentimento cristão da caridade ilimitada, e quando trilhamos o caminho da espiritualidade isso pode ficar ainda mais profundo, corremos o risco de confundir compaixão e amor incondicional com permissividade sem limites.Ninguém veio ao mundo para servir a outro ser humano. Servimos se esta for a nossa decisão. Se este for um desejo de entrega do coração. A ténue linha aqui é não deixar que os outros se sirvam de nós e nos usem como se fôssemos seu ouvido particular ou seu poço dos desejos, trazendo até nós tudo que os aflige, levando toda a nossa energia.O universo nos dá todos os dias a lição da troca, do equilíbrio. O pássaro tem liberdade total de comer o fruto - desde que ele deixe a semente num outro lado do campo para que esta semente germine e a espécie se preserve. A semente germina e cria condições para que mais pássaros se alimentem e assim por diante. Há uma cadeia de trocas euma sequência harmoniosa de vida.Assista os movimentos que acontecem ao seu redor e veja como esta troca entre os seres humanos anda muito injusta. Milhares de pessoas usando outros milharesapenas para manter seu conforto, bem estar e riqueza material. Para não deixar de sentir prazer. Para evitar o desconforto que nos faz refletir, crescer, encontrar saídas criativas para as nossas vidas.Dói profundamente constatar que uma multidão faminta, escrava de sua ignorância, de sua falta de visão e espaço, puxe com sua força física as carruagens dos reis indolentes que, refastelados, só querem colher aquilo que é doce e fácil.Já diziam os mestres: ninguém pode crescer em direcção à luz fazendo sombra ou causando algum prejuízo ao seu semelhante (e quando falo semelhante me refiro a tudo que está VIVO no Universo).


Izabel Telles


NOTA: Foto e texto publicados no site: http://somostodosum.ig.com.br/


domingo, 27 de abril de 2008

Peço-te para vires ...



Peço-te para vires buscar o que te pertence. Quando foste, naquela madrugada quente de nós dois, esqueceste-te de levar os teus lábios, esqueceste-te deles no meu corpo. Ainda os sinto a beijarem-me os pés. Deixaste também o teu calor espalhado na minha alma. Espero em breve poder devolver-to, inquieta-me… Assim não consigo perceber se a luz das estrelas é o reflexo dos meus olhos ou se é simplesmente o brilho das estrelas. Terás de vir entregar-me a paz da tua voz para receberes o resto que falta à lua, só assim ficará completa. Distraído, também deixaste as tuas mãos no meu corpo, terei de as devolver, não me posso habituar a elas, não me pertencem. Sei que houve o reencontro de sorrisos, o entrelaçar de frases e o beijar de palavras. Tudo o resto foram apenas momentos espaçados num horário imposto pelos nossos corpos. Talvez os caminhos por onde andamos tenham mais cruzamentos, onde poderemos matar a sede à ilusão esquecendo nessa altura quem somos. Talvez a fome de viver nos seja agora saciada com frutos e sonhos que se arrancam das árvores do tempo para serem servidas em bandejas de sorrisos puros com pegas de suspiros dourados. Peço-te para vires, terei momentos embebidos em tinto de casta generosa perfumados com néctares de loucura para te ofertar na mesa do meu corpo.

Vanda Paz

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Desespero e esperança



" Vejo-me agora em desespero, pensei em suicidar-me, mas por uma ou outra razão não posso fazê-lo. Para esquecer, para me entorpecer, tenho feito de tudo, menos lançar-me ao rio, e não tive uma só noite bem dormida, nestes últimos dois meses. Vejo-me em plena escuridão; é uma crise que foge ao meu controle e que não possso compreender; sinto-me desorientada."
Cobriu o rosto com as mãos, e pouco depois continuou :
" Não é um desespero susceptível de remediar ou apagar. Com a morte de meu cônjuge, todas as esperanças morreram. Os amigos diziam que eu esqueceria e tornaria casar-me, ou faria algo de outra natureza. Mesmo que eu pudesse esquecer, a chama está apagada; não pode ser substituída e nem desejo achar substituto para ela. Vivemos e morremos com a esperança, mas eu não tenho nenhuma. Minha vida é a morte em vida e não desejo simpatia, nem amor, nem piedade de ninguém. Quero permanecer em minha escuridão, sem sensibilidade e sem lembranças. "
Foi para isso que viestes procurar-me, para vos tornardes mais embotada, para vos firmardes mais em vosso desespero ? É isso que desejais ? Se é, então tereis o que desejais. O desejo é tão flexível e veloz como a mente; é capaz de ajustar-se a qualquer coisa, adaptar-se a qualquer circunstância, construir muralhas impenetráveis à luz. O próprio desespero faz-lhe deleite. O desejo cria a imagem que quer adorar. Se desejais viver na escuridão, consegui-lo-eis. Foi por esta razão que viestes, para vos fortalecerdes em vosso desejo ?
" Vede senhor, um amigo falou-me a vosso respeito e vim impulsivamente. Se eu me detivesse a pensar, provavelmente não teria vindo. Se me perguntais por que vim, direi que realmente não sei. Parece que todos precisamos de uma certa esperança; não se pode viver perpetuamente na escuridão . "
O que está unificado não pode ser dissolvido; o que está integrado não pode ser destruído; se há fusão, a morte não pode dissolvê-la. Não há integração com outrem, porém com si próprio e dentro de si próprio. A fusão das entidades diferentes , em nós mesmos, faz-nos completos com a outra. Mas estar completo com outro é estar incompleto. A entidade ' integrada ' não é tornada completa com outra; porque é completa, está sempre num 'estado completo ', em todas as relações; o que é incompleto não se pode tornar completo numa relação. É ilusão pensarmos que nos tornamos completos com outro.
"Ele me fazia completa. Conheci a beleza e as alegrias desse estado ".
Mas esse estado terminou. Há sempre um terminar para o que é incompleto. A fusão com outra entidade é sempre frágil; deixa de existir constantemente. A integração deve começar dentro de nós mesmos, e só então a fusão é indestrutível. O caminho da integração é o processo do pensar negativo, a mais alta compreensão. Estais buscando a ' integração ' ?
" Não sei o que estou buscando, mas desejo compreender a esperança, porque a esperança parece desempenhar um papel muito importante em nossa vida. Quando ele era vivo, nunca pensei no futuro, na esperança, ou na felicidade. Vivia, simplesmente, sem cuidados. "
Porque éreis feliz. Mas agora a infelicidade, a insatisfação está criando o futuro, a esperança - ou o seu oposto, o desespero. É estranho isso, não ? Quando somos felizes, o tempo é inexistente, o ontem e o amanhã estão completamente ausentes; não se pensa nem no passado nem no futuro. Mas a infelicidade cria a esperança e o desespero.
" Nós nascemos com a esperança e levamo-la connosco até a morte '.
Exactamente. Nascemos desgraçados e a esperança nos acompanha até a morte. Que entendeis por ' esperança ‘?
"A esperança é o amanhã, o futuro, a ânsia de felicidade, de dias melhores, de progresso pessoal; é o desejo de ter uma casa melhor, um rádio melhor; é o sonho de uma ordem social melhor, de um mundo mais feliz, etc. "
A esperança só está no futuro ? A esperança não está também no que foi, no bojo do passado ? A esperança está tanto no movimento regressivo como no movimento progressivo do pensamento. A esperança é o ' processo ' do tempo, não é ? A esperança é o desejo de continuação do que é agradável, do que é susceptível de melhoria; e o seu oposto é a desesperança, o desespero. Dizemos que vivemos porque existe a esperança, e a esperança está no passado ou, mais frequentemente, no futuro. O futuro é a esperança de todo político, todo reformador e revolucionário, e de todo aquele que busca a virtude e aquilo que chamamos Deus. Dizemos que vivemos pela esperança, mas é verdade ? É viver, quando o futuro ou o passado nos domina ? Viver é um movimento do passado para o futuro ? Quando existe a preocupação do amanhã estais vivendo ? É porque o amanhã se tornou tão importante que existe a desesperança, o desespero. Se o futuro é da mais alta importância e vivemos para ele e por ele, então o passado é o portador do desespero. Pela esperança do amanhã sacrificais o hoje; mas a felicidade só se acha agora. Os infelizes é que enchem as suas vidas com a preocupação do amanhã, a que chamam esperança. Viver feliz é viver sem esperança. O homem que se deu à esperança, não é um homem feliz; ele conhece o desespero. O estado de desesperança projecta ' a esperança ou o ressentimento, o desespero ou o futuro feliz.
"Quereis dizer que devemos viver sem esperança ? "
Não existe um estado que não é nem de esperança nem de desesperança, um estado que é felicidade suprema ? Quando vos consideráveis feliz, não tinheis esperança, não é verdade ?
"Percebo o que quereis dizer....Só estamos livres da esperança quando somos felizes. É quando nos vemos infelizes, enfermos, oprimidos, explorados, é então que o amanhã se torna importante; e se o amanhã é impossível, ficamos numa escuridão completa, num estado de desespero. Mas, como permanecer no estado de felicidade ? "
Em primeiro lugar, é preciso perceber a verdade a respeito da esperança e da desesperança. Vede como tendes sido dominada pelo falso, pela ilusão da esperança, e depois pelo desespero. Ficai passivamente vigilante desse processo - o que não é tão fácil como parece. Perguntais como permanecer no estado de felicidade. Esta pergunta não está baseada essencialmente na esperança ? Desejais recuperar o que perdestes ou de certa maneira possuí-lo de novo. Esta pergunta denota desejo de ganho, de ' vir - a - ser ', 'chegar', não ? Quando se tem um objectivo, um fim em vista, existe a esperança; e, assim, ficais de novo emaranhada na rede de vossa infelicidade. O caminho da esperança é o caminho do futuro, mas a felicidade não é uma questão de tempo. Quando éreis feliz, nunca perguntastes como continuar nessa felicidade; se o tivésseis perguntado, já teríeis provado o sabor da infelicidade.
"Quereis dizer que esse problema só surge quando nos vemos num estado de conflito, de sofrimento ? Mas quando somos desgraçados, queremos naturalmente sair desse estado. "
O desejo de encontrar saída só acarreta um novo problema. Pela falta de compreensão de um problema criam-se muitos outros problemas. Vosso problema é a infelicidade, e para compreendê-la precisais estar livre de todos os outros problemas. A infelicidade é o único problema que tendes; não vos façais confusa criando um novo problema : o como libertar-vos da infelicidade. A mente está a buscar uma esperança, uma solução para o problema, uma saída. Vede a falsidade de uma tal fuga, e estareis então em contacto directo com o problema. É essa relação directa com o problema que produz uma crise, que temos sempre muito interesse em evitar; mas é só na plenitude e na intensidade dessa crise que o problema deixa de existir.
"Desde aquele acidente fatal, pensei que devia abismar-me completamente no meu desespero, alimentar a minha própria desesperança; mas isso , não sei por que, se tornou superior às minhas forças. Vejo agora que tenho de enfrentar esse estado, sem medo e sem nenhum sentimento de deslealdade para com ele. Porque eu sentia, muito no meu íntimo, que de certo modo seria desleal para com ele, se continuasse a ser feliz; mas agora o peso começa a aliviar-se, e pressinto uma felicidade que não pertence ao tempo."


Dialogo com Krishnamurti

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Sempre a teu lado


... citando:
"A beleza existe em tudo: tanto no bem como no mal. Mas somente os artistas e poetas sabem encontrá-la."
Charles Chaplin

Com a tua humildade e sempre que falamos, nota-se pudor em te considerares uma poeta da primeira linha dos contemporaneos. A tua atitude é bonita, mas não representa a realidade da tua obra.
José Manuel Brazão

Pensava ver o rio voltar à nascente, como sonho, que morre mesmo antes de nascer. Como lágrima que cai antes de doer. Sinto a acidez do momento errado, o secar da garganta que se afogou em bebedeiras de amargura. Entorno palavras, derramo frases sobre o teu peito descuidado, distraído de mim. Ofereces-me passeios no teu jardim onde nascem palavras brilhantes em canteiros de saudade. Eu aceito, mas vou só… canto a vida ao vento e roubo-te as pérolas douradas que nascem das tuas árvores e deito-as ao rio, confirmando que ainda deslizam para o mar. Deito-me a teu lado e oiço-te correr.
Vanda Paz

quarta-feira, 23 de abril de 2008

O Futuro da Humanidade e a Civilização Solar



No século XIV a.C., no reinado do Faraó Amenóphis IV, posteriormente conhecido por Akhenaton, o culto a Aton (Disco Solar), o primeiro monoteísmo da história, foi implantado no Egipto, para poucos anos após, desaparecer nas névoas do tempo.
Akhenaton, que foi um verdadeiro Príncipe da Paz, deixou-nos um importante legado espiritual, plenamente válido e precioso para a Humanidade no século XXI, que já enfrenta sérios problemas de ordem planetária.
Talvez os seus ensinamentos possibilitem aos seres humanos o resgate das suas Raízes Solares, espirituais e físicas, auxiliando cada um de nós a encontrar o seu verdadeiro lugar no Universo, objectivo principal de nossa existência neste planeta.
Aquele que conseguir despertar o seu "Sol Interior" terá o dever de mostrar aos seus irmãos de jornada o caminho para essa descoberta. E que os "Filhos do Sol" despertem e encontrem-se
nesta vida!
Estamos vivendo em um mundo globalizado. Mas essa globalização, por enquanto, somente é plena no que tange à economia e comunicação. Não existe quem possa dizer que vive fora da influência da globalização.
Personagens como Krishna, Zoroastro, Moisés, Buda, Jesus Cristo, Maomé, e, mais recentemente, o "Báb" e "Bahá ‘u’lláh", seriam, segundo os "Baha'is", Mensageiros da Palavra Divina, cada qual a seu tempo ao longo da História.
Cada povo tem a sua própria História e sua própria cultura. Com isso, surgem as inevitáveis diferenças e conflitos.
Os governantes e reis da terra devem forçosamente assisti-la e participando de suas deliberações, considerar tais meios e métodos que possam lançar entre os homens os alicerces da Grande Paz no mundo.

Que o Sol sempre brilhe em nossas vidas!


Campo Grande – MS
Abril - 2008


segunda-feira, 21 de abril de 2008

Sou um aprendiz a escrever ...


Depois de ler o belo texto "O tempo que nos resta" de Paulo Geraldo considero-me um aprendiz a escrever!
José Manuel Brazão


"De súbito sabemos que é já tarde.
Quando a luz se faz outra, quando os ramos da árvore que somos soltam folhas e o sangue que tínhamos não arde como ardia, sabemos que viemos e que vamos. Que não será aqui a nossa festa.
De súbito chegamos a saber que andávamos sozinhos. De súbito vemos sem sombra alguma que não existe aquilo em que nos apoiávamos. A solidão deixou de ser um nome apenas. Tocamo-la, empurra-nos e agride-nos. Dói. Dói tanto! E parece-nos que há um mundo inteiro a gritar de dor, e que à nossa volta quase todos sofrem e são sós.
Temos de ter, necessariamente, uma alma. Se não, onde se alojaria este frio que não está no corpo?
Rimos e sabemos que não é verdade. Falamos e sabemos que não somos nós quem fala. Já não acreditamos naquilo que todos dizem. Os jornais caem-nos das mãos. Sabemos que aquilo que todos fazem conduz ao vazio que todos têm.
Poderíamos continuar adormecidos, distraídos, entretidos. Como os outros. Mas naquele momento vemos com clareza que tudo terá de ser diferente. Que teremos de fazer qualquer coisa semelhante a levantarmo-nos de um charco. Qualquer coisa como empreender uma viagem até ao castelo distante onde temos uma herança de nobreza a receber.
O tempo que nos resta é de aventura. E temos de andar depressa. Não sabemos se esse tempo que ainda temos é bastante.
E de súbito descobrimos que temos de escolher aquilo que antes havíamos desprezado. Há uma imensa fome de verdade a gritar sem ruído, uma vontade grande de não mais ter medo, o reconhecimento de que é preciso baixar a fronte e pedir ajuda. E perguntar o caminho.
Ficamos a saber que pouco se aproveita de tudo o que fizemos, de tudo o que nos deram, de tudo o que conseguimos. E há um poema, que devíamos ter dito e não dissemos, a morder a recordação dos nossos gestos. As mãos, vazias, tristemente caídas ao longo do corpo. Mãos talvez sujas. Sujas talvez de dores alheias.
E o fundo de nós vomita para diante do nosso olhar aquelas coisas que fizemos e tínhamos tentado esquecer. São, algumas delas, figuras monstruosas, muito negras, que se agitam numa dança animalesca. Não as queremos, mas estão cá dentro. São obra nossa.
Detestarmo-nos a nós mesmos é bastante mais fácil do que parece, mas sabemos que também isso é um ponto da viagem e que não nos podemos deter aí.
Agora o tempo que nos resta deve ser povoado de espingardas. Lutar contra nós mesmos era o que devíamos ter aprendido desde o início. Todo o tempo deve ser agora de coragem. De combate. Os nossos direitos, o conforto e a segurança? Deixem-nos rir... Já não caímos nisso! Doravante o tempo é de buscar deveres dos bons. De complicar a vida. De dar até que comece a doer-nos.
E, depois, continuar até que doa mais. Até que doa tudo. Não queremos perder nem mais uma gota de alegria, nem mais um fio de sol na alma, nem mais um instante do tempo que nos resta."

(Paulo Geraldo)


Em todas as ruas te encontro



Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco.


Mário Cesariny

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Saudade


Escorre-me a saudade dentro do peito.
Castiga-me
com as marés das recordações de ti, de nós.
O horizonte tornou-se grande de mais.
O mar, não tem mais fim.
Sei que percorremos a vida de mãos dadas.
Mas, preciso de sentir o calor do teu abraço.

Vanda Paz


quarta-feira, 16 de abril de 2008

Como orava Ghandi



Senhor…

Ajuda-me a dizer a verdade diante dos fortes e a não dizer mentiras para ganhar o aplauso dos fracos.
Se me dás fortuna , não me tires a razão. Se me dás o sucesso , não me tires a humildade.
Se me dás humildade, não me tires a dignidade.
Ajuda-me a enxergar o outro lado da moeda, não me deixes acusar o outro por traição aos demais ,apenas por não pensar igual a mim.
Ensina-me a amar aos outros como a mim mesmo.
Não deixes que me torne orgulhoso se triunfo, nem cair em desespero se fracasso.
Mas recorda-me que o fracasso é a experiência que precede ao triunfo.
Ensina-me que perdoar é um sinal de grandeza e que a vingança é um sinal de baixeza.
Se não me deres o êxito, dá-me forças para aprender com o fracasso. Se eu ofender as pessoas, dá-me coragem para desculpar-me e se as pessoas me ofenderem, dá-me grandeza para perdoá-las.
Senhor , se eu me esquecer de ti , nunca te esqueças de mim .

Mahatma Gandhi

sábado, 12 de abril de 2008

Das duas colunas


A tradição mágica usa um templo chamado “Templo da Sabedoria” - para resumir e simplificar uma série de ensinamentos.
A porta deste templo é ladeada por duas colunas: o Rigor e a Misericórdia.
Saber o tempo de ser duro, e o tempo de ter compaixão. O tempo da disciplina interior, e o tempo de relaxar e deixar que o Universo comande a vida. O tempo de ser justo, e o de ser generoso.
Um mestre compara as duas atitudes: “às vezes somos a vela, às vezes somos o leme do barco da vida”. Em ambos os casos, a presença de Deus é indispensável: Ele sopra a vela, para que andemos mais rápido, Ele move o leme, para que o barco não se arrebente nos rochedos.

Paulo Coelho

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Reencontro


Olhamo-nos
e não acredito
no que vejo!
O nosso reencontro!
O teu sorriso tocou-me,
relembrou o meu passado
fez brilhar o meu presente,
como um sol risonho!
Ouvimo-nos:
a tua voz
deixou-me em sonho!
Falei-te sobre a vida,
entendeste-me
e voaste por aí…
Não sabia o teu rumo
e com saudades fiquei.
A tristeza
invadiu meu corpo,
mas olhando o céu
a alegria
percorreu meu corpo,
voavas para junto de mim.
Não haverá mais reencontros!

Renasceram os encontros …

José Manuel Brazão