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domingo, 27 de abril de 2008

Peço-te para vires ...



Peço-te para vires buscar o que te pertence. Quando foste, naquela madrugada quente de nós dois, esqueceste-te de levar os teus lábios, esqueceste-te deles no meu corpo. Ainda os sinto a beijarem-me os pés. Deixaste também o teu calor espalhado na minha alma. Espero em breve poder devolver-to, inquieta-me… Assim não consigo perceber se a luz das estrelas é o reflexo dos meus olhos ou se é simplesmente o brilho das estrelas. Terás de vir entregar-me a paz da tua voz para receberes o resto que falta à lua, só assim ficará completa. Distraído, também deixaste as tuas mãos no meu corpo, terei de as devolver, não me posso habituar a elas, não me pertencem. Sei que houve o reencontro de sorrisos, o entrelaçar de frases e o beijar de palavras. Tudo o resto foram apenas momentos espaçados num horário imposto pelos nossos corpos. Talvez os caminhos por onde andamos tenham mais cruzamentos, onde poderemos matar a sede à ilusão esquecendo nessa altura quem somos. Talvez a fome de viver nos seja agora saciada com frutos e sonhos que se arrancam das árvores do tempo para serem servidas em bandejas de sorrisos puros com pegas de suspiros dourados. Peço-te para vires, terei momentos embebidos em tinto de casta generosa perfumados com néctares de loucura para te ofertar na mesa do meu corpo.

Vanda Paz

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