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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Ai de mim!


Num grande turbilhão de emoções
Ouço saudosamente o som da alma
No bater forte dos nossos corações
Esta hora ninguém ousa ter acalma!

Como água explodindo em convulsão
Caem cascatas de lágrimas salgadas
Sentindo dor na tua incompreensão
Nesta hora, por mim agora revelada!

Que instantes de prazer flutuavam
Cada sorriso era sempre esperança
Algumas núvens súbtis choravam
Respirando uma mágica fragrância!

Se resolver perdoar-te totalmente
O sol brilhará plenamente... em ti
Sorrirás para o mundo docemente
Sentirás o que eu também... senti!

Serena cumplicidade, tão virtuosa
No mundo que ambos planeámos
Como a serena rosa, esplenderosa
Quando desfolhada, não existe mais!

E desabrocharás para a madrugada
Deixarás a essência do teu abandono
Ai de mim!- Não restará mais nada
Sentirei que foi um sonho... no sono!

Maria Valadas

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