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segunda-feira, 28 de julho de 2008

Ó sino da minha aldeia


Ó sino da minha aldeia,
dolente na tarde calma,
cada tua badalada
soa dentro da minha alma.
E é tão lento o teu soar,
tão como triste da vida,
que já a primeira pancada
tem o som de repetida.
Por mais que me tanjas perto
quando passo, sempre errante,
és para mim como um sonho,
soas-me na alma distante.
A cada pancada tua,
vibrante no céu aberto,
sinto mais longe o passado,
sinto a saudade mais perto.
Fernando Pessoa

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