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sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Efervescências


Efervescências.
Lilases bordados
de espuma branca.
Corações
de paredes finas
que se elevam
e rebentam
ao toque de cada palavra.

Alma fervente
de mãos cheias de nada
mas quentes,
ardentes,
na ebulição
dos sentimentos
que queimam o papel
com as letras desenhadas
de vermelho intenso.

Efervescências.
Sinais vibrantes
pelo tempo excitado
que passa e não vem,
nunca vem…
Anseios fogosos
onde o suor se espalha
no chão…só,
na violenta espera
de quem não chega.

Peito aberto,
vaporoso,
com a excentricidade
de um sorriso
de ferida profunda
com a dor pendurada
por uma corda
enlaçada
num amor que se solta
em fumo branco,
efervescente,
ausente.

Tália

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