Ontem você veio me visitar em sonhos. Tive raiva do seu atrevimento. Fez seu passeio por mim, roçou sua barba no meu rosto, me beijou, me abraçou, me enlouqueceu, e como sempre, sumiu. Sem dar muitas explicações, apenas evaporou, desapareu. Acordei com seu gosto em mim e tive muita raiva. Díficil explicar essas sensações do além que ficam como nódoa velha na alma. Estou tentando trabalhar, mas seu cheiro não sai. As vezes eu preferia morrer, a ter que te sentir assim diariamente. Você é mesmo uma maldição, uma cruz inclusa na minha catarse. Mas o que consola é que me purifico do mal da humanidade carregando esse amor/dor. Por hoje aguardo a libertação que o tempo me trará. O tempo vai me redimir. O tempo e a morte. Enquanto ambos não chegam, vou catando borboletas, coletando flores, acendendo velas pra enfeitar o "grã finale". Enquanto não chegam, vou desenhando liberdade nos muros, fazendo novas tatuagens, escrevendo livros, plantando árvores, colecionando beijos, por que afinal, a vida continua....
Sandra Freitas
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