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quarta-feira, 25 de julho de 2012

Um texto por demais significante, que escrevi pra você


Tendo em vista os vários questionamentos sobre meus textos e poesias, quanto aos temas e à inspiração, o que mais eu posso dizer senão que a poesia é arte e como arte é criação.

Na mais das vezes os sentimentos eclodem na linguagem d’alma e, pessoalmente, acho mesmo que a poesia é a linguagem d’alma, sem dimensão, portanto, pois se expressa no diapasão das inúmeras reencarnações até do próprio universo, em mutação, quanto mais às nossas reencarnações em aprendizado constante, em tamanhas experimentações e crescimento, no mesmo tempo em se possa mensurar o eterno.

Assim há poesias que crio através da observação e que significam a mais profunda reflexão de elementos fáticos, tirados até da própria profissão, haja vista que voltada à área da família, em que os sentimentos tantas vezes se contorcem na ausência do diálogo, na perda da empatia e, pior, no desentendimento do próprio eu, em desequilíbrio atroz.

Outras há que, ao contrário, falam da beleza das interações, assim também chegadas, pela mesma via de observação, através do contato com pessoas e fatos notáveis.

Outras e outras e outras a significarem a projeção do ideal, a criação do especial, a construção de um cenário real aos sentimentos que assim são capazes de construir de fato o nosso dia a dia, pois somos também frutos do que plasmamos e sentimos e pensamos e mais um sem fim de interações.

A própria trilha vinda do além e seguindo para o mais além traz conotações poéticas que se expressam naturalmente como resumo de vivência ou aprendizado, nunca só, sempre em soma, que é nisso que acredito.

Minha própria vida não descrita e sim transformada em pura arte, na pintura que permanece de cada experiência personificada, vivenciada, sentida, aprendida e até perdida, chega, expressa, como conclusões, como história de sentimentos esparramados e não contidos, mas sem nada a ver com um especificado momento ou um momento atual.

Eu diria até que a poesia em sua essência se faz atemporal.

Quando, por exemplo, uma poesia fala de olhos tristes, mais do que dos meus, fala em metáforas do sofrimento ou da tristeza comum a todos, que vamos, pelos caminhos, aprendendo a reconhecer.

Então, sem querer me estender demais neste texto eu digo que os meus poemas e as minhas poesias não tem uma direção certa, um alguém especial, uma história atual, ou um romance, ou um idílio, um pretendente, não, as minhas poesias não são autobiografia, nem telegramas ou recados, elas são antes de tudo a expansão da arte em temas reflexivos em que as metáforas dançam seu balé diário na plenitude da beleza, na plenitude universal do amor, chão de todos os sentimentos, quer sejam intensamente gratificantes, quer mornos ou gélidos em seus tormentos, porque esse é o estado natural da alma, que fala, que se expressa no universo da vida e a semente vital é tudo isso e se chama amor e como raiz presume infinitos sentimentos derivados, próprios à reflexão e à construção do mundo poético, que o poeta elabora e produz e propaga e redimensiona e cria e plasma e, mais que tudo, marca.

Será que eu me faço explicar?

Um beijo especial em cada um dos que me leem, dos que leem os meus textos, meus poemas, minhas poesias, meus livros, “até muitas das minhas petições poéticas”, e retornam através de comentários tão enriquecedores e questionamentos, que como o que gerou este texto, fomentam uma troca, assim, por demais gratificante entre nós.

Obrigada, obrigada e obrigada, sempre e sempre e mais.


Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
em participação especial

Poeta e Membro benemérito
da Casa da Poesia


1 comentário:

Ana Bailune disse...

Um texto bem escrito - seja prosa ou poesia - sempre chegará aos seus leitores de uma forma especial. Muitas vezes, eles o tomarão para si. A 'culpa' seria do escritor ou do excesso de imaginação/vaidade de quem lê?