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terça-feira, 24 de julho de 2012

Envelhecer



Se não estivessem tão flácidos
estes dedos do tempo,
ainda seguravam a Primavera
das acácias em flor.
Agora arrastam-se, quase
folhas de nervura seca,vindas
passo a passo, de tão longe.
Oiço-te ainda rio. Oiço
no teu canto orvalhado
esse desejo de mitigar a sede
entre a ternura da folha seca
e o vermelho das rosas,
respirado.
É o tempo da cor intermédia
entre o preto do verso completo
e a audácia de uma estrofe a voar.
Chega Abril, de muito longe,
cada vez mais rente ao chão.
Já ofega sobre as ervas, este tempo
de mãos descaídas. Rastejadas.
É o vilão do verde das colinas
lâmina que penetra
neste tempo de rosas desmaiadas.


Marta Vasil


Querida Amiga
Muitas saudades de ti!
Beijo do ZÉ

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