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terça-feira, 3 de julho de 2012

Madrugadas


“... e o que mata nessas horas
são as vozes interiores que gritam
quebrando o silêncio
São as sombras indesejáveis
a nos acompanhar por onde vamos
São os ponteiros do relógio preguiçoso
nos atormentando
São todos os pensamentos que no dia
evitamos
e vêm à noite nos bombardear
O que mata nessas horas
é saber-se tão só e tão indefeso
É saber-se ter que lutar contra si mesmo
para vencer mais uma noite
sem enlouquecer."

Cadê a lua? Por que noite escura e esse silêncio abissal?
Daqui a pouco ela começa...
Essa noite negra parece mãe brava ralhando com o filho,
apontando o dedo, fazendo medo, pondo de castigo
Mãe-fantasma, madrasta...
Ah, maldita insônia! Por que não lua cheia?
Mãe que acalma, acaricia, clareia. Mãe zelosa
Deita do lado, conta histórias...
Mas não, tinha que ser essa noite abismo,
me olhando com esses olhos tão negros, tão frios!
Intimistas, ferozes, maldosos...
E esses dentes podres que nem sabem sorrir?
Só gargalham com a boca escancarada querendo me engolir
Oh, dia, não demora!
Quem dera não houvesse noite assim, estranho juiz...
Vai embora antes que me enlouqueça
Sei muito bem cuidar de mim.

regina ragazzi

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