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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Em silêncio digo-te tanto


Digo-te tanto
sem nada poder falar,
só porque atento te olho
e te afago nesse olhar.

Digo-te tanto
mas tu nada entendes,
nas palavras que não sentes
entre tanto do meu falar.

Digo-te tanto
sem nada poder dizer,
preso por mero espanto
ou simples foco de prazer.

Digo-te tanto
naquilo que mais preciso
e te abraço na madrugada
até à alvorada nascer.

Digo-te tanto
em cada breve começo,
no passo quieto da espera
ou no rejubilar entre nós.

Digo-te tanto
daquilo que nunca disse
e calo-me em tudo o que resta
pelo silêncio da minha voz.


António MR Martins

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