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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Anjo da Noite

Soldados armados com rosas pendentes,
Por esse eloquentes selados com dentes,
De amores caiados em serpentes...
Curvas Soltas de rancores laminados,
Por calores ardentes que evaporam sabores calados,
Que gritam com as vozes do vento...

Sons mudos que se deixam pernoitar,
Por Lua escarlate de um fogo que não quer queimar,
Mas que gela as pétalas dormentes,
Desses sonhos que naufragam em tentações,
De doces lembranças, de doces ilusões...

Pois sois vós que me prendes,
Nessa névoa que tende a me rodopiar,
Nessa imagem solta que me abraça e que me quer amar,
Tão longe e tão perto,
Perturbando o meu bem-estar!

Oh Alma do vazio que preenche a minha solidão,
Sai desse escuro tão frio e deixa-me sentir a tua mão!
Doce demónio, Anjo da solidão,
Que clareias as minhas noites,
Levando-me à exaustão...

 Marlene Carneiro

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