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sábado, 11 de fevereiro de 2012

Corte

Eu, poeta, visto-me de punhal
Para cortar a minha veia poética,
Permitindo-me sangrar todo mal,
Para somente restar-me, sintética.

Um corte certeiro, eis-me sem lírica,
Livre das metáforas, das antíteses;
Envolvida numa náusea vampírica
Segregando palavras feito mísseis.

Eu, poeta, transformo-me em punhal,
Dando fim a qualquer inspiração
Evitando o ritmo sensorial.

Não mais contendo qualquer emoção,
Dispo-me de ser poeta total
Para que, também, parte não ser, não.

Luciene Lima Prado

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