Eu, poeta, visto-me de punhal
Para cortar a minha veia poética,
Permitindo-me sangrar todo mal,
Para somente restar-me, sintética.
Um corte certeiro, eis-me sem lírica,
Livre das metáforas, das antíteses;
Envolvida numa náusea vampírica
Segregando palavras feito mísseis.
Eu, poeta, transformo-me em punhal,
Dando fim a qualquer inspiração
Evitando o ritmo sensorial.
Não mais contendo qualquer emoção,
Dispo-me de ser poeta total
Para que, também, parte não ser, não.
Luciene Lima Prado
Sem comentários:
Enviar um comentário