Digo-te tanto
sem nada poder falar,
só porque atento te olho
e te afago nesse olhar.
Digo-te tanto
mas tu nada entendes,
nas palavras que não sentes
entre tanto do meu falar.
Digo-te tanto
sem nada poder dizer,
preso por mero espanto
ou simples foco de prazer.
Digo-te tanto
naquilo que mais preciso
e te abraço na madrugada
até à alvorada nascer.
Digo-te tanto
em cada breve começo,
no passo quieto da espera
ou no rejubilar entre nós.
Digo-te tanto
daquilo que nunca disse
e calo-me em tudo o que resta
pelo silêncio da minha voz.
António MR Martins
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
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