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sábado, 20 de agosto de 2011

Embriagados pelos nossos erros...

Espectros do ser
Variantes da própria vida
Onde querer não basta
Porque existem dois mundos
O nosso e o real
Aquele que é criado pelo homem
Transmuta-se então o sentimento
Não há transporte da alma
E co-habitamos em vidas distintas
Onde tudo se mistura e se consome
Lembro do que “Elis” cantava:
“No dedo um falso brilhante...
Brincos iguais ao colar”
E forma-se o paradigma
Evidência clara
Do anoitecer da alma
Porque vivemos miragens
Falsa galhardia estonteante
Onde vence a melhor fantasia
Até que o desfile alheio se sobreponha
Porque nada sobrevive sendo espectro
Mero desenho irreal do interior
O que mostra a continuação da música:
“E a ponta de um torturante bandeide no calcanhar”
Que arrasta a miragem para o fundo do mar escuro
Afogando as sensações e arrebatando o que restou
Mas isso é o sentimento que nos fica
Daqueles que nos fazem dormir
Quando encostamos a cabeça no travesseiro
E o mundo não perdoa, mata
Mata os ideais, as lutas e os do bem
Fazendo-os mártires da sua própria ousadia
Transformando-os em co-adjuvantes laureados
Com o “oscar” da petulância
Que vira prêmio póstumo, óbvio
E o homem capitula frente a essa verdade
Desmente sua própria convicção
Abre mão das suas verdades
Querendo sobreviver sem riscos
E assim, a união de homens atravessados
Compõe o mundo de trevas e inexato
Onde a virtude é o empreendedorismo barato
O carro que brilha, os anéis de ouro
Os diamantes aquilatados
Vivemos as  imagens do suborno que criamos contra nós
E que nos engana a cada dia, sem trégua
Porque a natureza humana é cruel
E o conviver vira sobreviver
E sobreviver significa, para uns
Matar o que não é ele próprio
Sem imaginar que um dia, um dia
Tudo isso vira pó, assim como nós
E o plano em que viveremos
Nada disso tem valor
Nada disso importa
O calcanhar não dói mais
Porque não é a ponta do bandeide que causa dor
Não é ele a tortura
A tortura está dentro de nós
Que usamos falsos brilhantes de dia
E à noite, brinco iguais ao colar.

Embriagados estamos
Aguardando o dia seguinte
Para contar as moedas
Para que se pintem cabelos e unhas
Para que ostentemos o que não somos
Umas, brincando de boneca
Outros, jogando o jogo da vida
Mas uma coisa é certa
Ninguém sai vencedor
Porque o juízo não está aqui na Terra
Nem no nosso mundo
Nem no mundo real
Porque ao contrário do que imaginamos
O céu não é o limite.

Renato Baptista

Poeta meu convidado especial
e na sua qualidade de Administrador
do site "Casa da Poesia".


http://casadapoesia.ning.com/profile/RenatoBaptista


Beatriz Prestes disse...

Zé!
Que bonita homenagem!
Um gesto abrangente de carinho, nos proporcionando maravilhosa oportunidade de leitura!
O Renato realmente merece...pelo homem e poeta que é!
Parabéns por este momento, e por este blog tão lindamente elaborado!
Beijo
Bea
Honra-me a sua presença porque é muito significativa por conhecer  tão bem o Renato; quis deixar neste meu Blog e ao serviço da Poesia e dos Poetas um momento importante na História do "No caminho das emoções"
Beijo do ZÉ



Renato Baptista disse...
Zé...
 Agradeço de coração a honra de estar aqui entre tão nobres poetas.
Confesso que me pegou de surpresa saber que essa prosa-poética seguiu seu caminho e moveu sentimentos... é para isso que escrevemos, não e?
Obrigado de coração pela homenagem.
Esteja com Deus e Abraços*
Renato Baptista

2 comentários:

Beatriz Prestes disse...

Zé!

Que bonita homenagem!
Um gesto abrangente de carinho, nos proporcionando maravilhosa oportunidade de leitura!
O Renato realmente merece...pelo homem e poeta que é!
Parabéns por este momento, e por este blog tão lindamente elaborado!
Beijo
Bea

Renato Baptista disse...

Zé...

Agradeço de coração a honra de estar aqui entre tão nobres poetas.
Confesso que me pegou de surpresa saber que essa prosa-poética seguiu seu caminho e moveu sentimentos... é para isso que escrevemos, não e?
Obrigado de coração pela homenagem.
Esteja com Deus e Abraços*

Renato Baptista