Choram as mães o suceder de tanta desgraça no choro de cada
esperança. Choram pelos filhos que partem em busca da sobrevivência. Choram os
matrimónios dos nados de si com a lágrima da saudade e do orgulho. Chora
m o tempo que passa sem a noção efectiva da sua existência.
Choram a saúde nas pautas valorizadas por cada corpo que a tanto instante clama
pelo seu nome. Choram a angústia pelo passado na aflição de cada presente.
Choram os filhos que morrem no tempo que deveria ser o seu. Choram os pedaços
cortantes de cada dor por elas sofrida. Choram as nuances de carinho que
gostariam de dar e receber eternamente. Choram os retalhos da vida por tudo o
que de bom e mau contêm. Choram também o sorriso por onde salpica o puro amor.
Choram a sua superior força que lhes permite resistir até à próxima alegria.
Choram finalmente a grandeza de serem simplesmente mulheres.
António MR Martins
António MR Martins
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