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terça-feira, 6 de setembro de 2011

A insustentabilidade da desilusão

Perde o equilíbrio do raciocínio
entregando-se ao abismo dos sentimentos.
Não consegue segurar o sal dos seus olhos,
ou compreender porque se move a terra
por debaixo dos seus pés.
Os rasgos no céu são de sangue,
o grito da gaivota arde-lhe na garganta.
O suor escorre pelo frio que lhe faz na alma
…tem medo…
Arrepia-se pela vida feita das nódoas negras
que lê no seu corpo.
Já não conserva a esperança,
nem tão pouco a pode alimentar.
O olhar faz-se fogo
pela inquietação das palavras.
O mar derramou-se inteiro dentro do seu peito
que dói…
…e onde arde a ferida funda da desilusão.

Vanda Paz

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