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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Adeus meiguice


Um dia briguei com a meiguice
Porque o meu pranto era latente
A minha dor era doente
A minha realidade era dura
A doença competia com a vida
E a vida competiu com a morte
E levou o meu tesouro de amor e norte
E sofri tanto, mas tanto, e tão sentidamente
Que coloquei a meiguice de castigo
Dentro do guarda roupa do meu quarto
Esquecida indefinidamente
E só assim o meu pranto acabou
A minha dor amainou
A realidade passou a ser o que eu queria
Meu nome era Força, era Trabalho
União, Nostalgia, Amizade, Lealdade
Fúria, Rebeldia, Destemor, Temor, Braveza
Realeza, Aspereza, Soberba, Arrogância
Riso, Alegria
Um pouco de cada, em cada canto
Em cada gesto
Em cada dia
E a vida nunca mais competiu com a morte
E ninguém se atreveu ao mote
De repente eis que por um descuido
Um desses sentimentos puros
Que você imagina não acabará jamais
Fui convocada pelas sensações
Que me aliciaram e arrebataram
Docemente em palavras tão sonoras
Em gestos tão sinceros
Em tão bonitos modos
Tão falsa assim seria a minha leitura?
Preponderou a beleza da amizade
A certeza da sinceridade
De ser querida e estimada
E mais ainda eu queria e estimava
Além do mais agradecia
E mais que tudo
Eu confiava
Provas não faltaram
Eu as tive
Valorizei todas
Diamantes raros
Feitos vidros de substâncias mágicas
Estáticas
Poções, Goles
No cofre do coração
Esse perfume inebriante
Ainda que falho
Carregarei comigo vida afora
Mas você meiguice
Diga adeus
Por que estou fora.

Márcia Fernandes Vilarinho Lopes


Com convicção direi que foi o mais belo poema que li até agora no ano 2010.
Leio muito diariamente para assistir aos meus Blogs e aprender mais!
Saio da sua página feliz por isso e por si Márcia!

Beijo do

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