Encosto-me
nesta penumbra do vácuo
onde me perco
no sabor agridoce das horas.
nesta penumbra do vácuo
onde me perco
no sabor agridoce das horas.
Questiono os sonhos
as vozes dos homens
o teu oculto pensar
que me faz inquietar
as veias mornas.
Desço devagar
ao encontro do teu olhar
nesse mundo enclausurado
onde não deixas brechas
para ninguém entrar…
Enrosco-me mais um pouco
busco no silêncio
fios diáfanos de luz…
Estendo as mãos
penteio a seda negra dos teus cabelos
trago ao peito o teu corpo,
aninho-te no colo
…tu deixas!
Qual criança indefesa
no leito materno.
Apago o pensamento
bebo contigo os soluços
desse teu mundo
onde só eu te vejo!
Ana Coelho
1 comentário:
Para penetrar nestes mundos, nestas horas, é preciso andar devagar e pisar leve. Bonito demais!
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