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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Devaneio

Pinto sorrisos brancos nas nuvens cinzentas enquanto o Tejo goza o meu gesto inquieto. Também respiro o nada quando assim me obrigam, mas as memórias continuam saudáveis trazendo o oxigénio ao olhar. Às vezes gostava de ver os sonhos de todas as cores, calar a poesia e digerir a vida na foz do tempo. No punho esmago a saudade e encerro o capítulo do sonho, agora tudo se resume à lenha que arde sem mágoas. Corto o silêncio num arrepio que sangra lealdade pelas paredes de um poema. Viverei livre nas asas de uma águia e na palavra rio, que jamais secará no leito da esperança.

Vanda Paz

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