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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Perdoa-me


Perdoa-me se o meu tempo não tem ponteiros.
O passear dos meus versos pelo teu corpo,
a ousadia de fazer do teu olhar a minha luz.
Perdoa-me o verbo amar,
o poema feito para te encantar.
Rego com ansiedade as minhas mãos,
precisava que crescessem e florissem
em palavras de todas as cores.
Queria um mundo em arco-íris,
um regalar de olhos para um amanhã sorridente.
Vejo-te crescer num oceano próspero
e o meu peito brilha,
pelas palavras que deixas no miolo
das folhas encharcadas de sentimentos.
Perdoa-me por mergulhar, sempre nua,
na onda do teu sorriso.
Sei que te inquieto, sei que te provoco,
mas quero muito o teu abraço forte de mar.
Sorvo dos teus lábios o néctar das melhores castas
e embriago-me pelo momento,
colando-me ao teu respirar.
Redondas são as pedras da praia,
redondo é o silêncio, o mundo,
redondo é o sentimento cristalino,
um afecto desmedido e sério.
(passa as mãos na minha voz e faz-me tua)
Perdoa-me se o meu tempo não é igual ao teu.

Perdoa-me,
ao final da tarde,
porque agora não tenho tempo de te deixar de amar.

Vanda Paz

1 comentário:

Luisa Martins disse...

Belissimo poema. Parabéns e um beijinho á Vanda.
Adorei.