Encontro-te sempre agarrada ao vazio. Trazes um sorriso cheio de versos que ofereces como quem oferece uma flor. Cresces aumentando as vagas de emoções dentro de ti, explodindo risos como a espuma de uma onda que te rebenta no peito. Nasces todos os dias nos meus olhos, qual rio, cuja nascente não seca pela dor que trago. Recolho-te sempre num regaço ávido de esperança, deixando que o baloiço da vida te leve e te traga com o vento. Por vezes, torno-me árvore forte e protectora, onde faço crescer meus ramos que te tentam proteger de um futuro tão incerto. Mas o mel que te cobre faz com que te desembaraces de mim e corras para uma liberdade que não te pertence.
Vanda Paz
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