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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Ilusões


Longa é a noite,
sem as tuas palavras tatuadas na minha alma
e a tua voz
escorrendo quente pela minha pele.
Mete-me medo
esta febre de te ter e de me dar.
Acho guloso o teu sorriso,
nuns lábios que adivinho exigentes
no frémito do desejo.

São minhas as palavras
não estudadas
não pensadas
não alinhavadas
num qualquer contexto.
Totalmente aleatórias
sentidas
vividas
e sofridas.
Mas é de um universo paralelo que se trata.
O meu comboio,
percorre uma linha
que passa tangencialmente pela tua,
sem nunca a encontrar.
As palavras só fizeram sentido
para mim.
Atingiram a tua superfície
como pedrada num lago.
Depois
a água continuou lisa e profunda,
negra e vazia de vida...como antes.

Eu sei.
É este meu defeito
de ser toda alvorada
aurora boreal
chama que se consome,
sem nunca se apagar.
Mas poderei alguma vez,
trocar-me e diluir-me
por uma felicidade incerta?
Certa ou incerta
pouco importa.
Este sobressalto que me corre nas veias
é apenas o meu código de vida,
o traço primitivo
que faz de mim quem sou.

Tudo o que deveria ser epístola de amor
tornou-se gravação em pedra tumular!

São regatas feitas em barcos de papel,
estes encontros
que nos inebriam
mas nos magoam.
Corremos feéricos,
tragados pela voragem
de um ciclone emocional.
Convenço o meu eu
dum qualquer cenário digno de Hollywood.
Assumo identidades paralelas
unidas na mesma descoberta
de efémeras e fugazes alegrias.
No fim
embaraço-me nos fios que me prendem,
marioneta partida
no teatro da vida.

Margarida Piloto Garcia

Margarida é minha Colega no Facebook »»» Luso-Poemas

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