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segunda-feira, 5 de março de 2012

Fora de moda, e um tanto de Papoulas

Às vezes observando o que se chama por comportamento padrão neste 2012 em que vivemos, sinto uma vontade de chorar bem difícil de deter. E vejo tristeza rolando, rolando, por minha face, com facilidade... Vejo-me fora de moda. Não é mais moda ser sincero. Não é mais moda ser profundo. Não é mais moda ser puro. Não é mais moda ser crédulo em relação ao que não envolva corpos, nem sexo. 

Quando penso que o pensamento de tantos se definem pelo comportamento das moças da minha idade que estampam as revistas, e dão cara aos programas de TV... Que ser mulher, às mãos destas, está se tornando algo podre... E que tantos acabam generalizando, olhando também assim para as moças fora da moda padrão, deslocadas desta vasta realidade... Eu baixo meus olhos e enxergo dentro e choro mais.

Sou frágil, sim. Sou frágil, mas me sustento em pé. Protejo a minha fragilidade e vou sempre ser esta menina-mulher que não se encaixa. Eu nunca vou ser como esta que estampa a capa da revista, que dá cara e trabalha o corpo para a audiência do programa crescer. Nunca vou ser como a que, tão perdida, enche a mão de romances casuais, de lances de balada; perde a beira, enche a cara. Ou como as meninas que se julgam mulheres maduras antes mesmo de terem consultado metade do dicionário.

Eu não me encaixo neste tipo de 2012 e anos seguintes. Estou fora de moda, com minhas folhas sulfites, ou mesmo guardanapos, sentada numa mesa do café à sombra da árvore florida, escrevendo poesias, singelas, bem colhidas... Esperando alguém puxar a cadeira e passar um tempo comigo. Um tempo de poesia, um tempo no tempo; um tempo tão puro, de amigo e de abrigo.

Jacqueline Collodo Gomes

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