Butterfly

Como a borboleta liberto-me do casulo
E aos poucos, bem devagar livro-me das amarras
São tantos noz de nós, que perco- me em meus is e ais
São sinais e ideais que levam-me para o fim do cais

Como a borboleta quero voar e alcançar o meu libertar
Como a sereia quero voltar para o fundo do mar
Como ave que me faço bato as asas e flutuo de encontro ao infinito
Me desenho feito nuvem e espalho-me pelo céu

Se pudesse agora mesmo voltaria pro casulo
E sendo borboleta romperia as amarras
Como ave que me faço voaria pro infinito
E cantando a sereia voltaria para o mar
E o desenho que se fez nuvem se espalharia pelo céu

Sendo borboleta, ave, nuvem, ave e sereia desfaço-me dos meus noz
Olho para o cais onde deixo para traz os meus is e os meus ais
Agora sei que posso ser leve como a borboleta, voar como a ave, flutuar como nuvem , cantar como a sereia e voltar para o fundo do mar
Afinal eu venho do mar...

Maribel


[...]



Há muito
que voas por mim,
em mim!

Voas, voas,
sem descanso,
vais
para onde vou;
na manhã de cada dia,
páras junto a mim
e no teu frenesim,
acordas-me,
mostras-me o Sol,
que nos ilumina
e começas
os teus movimentos
de carinho,
preocupação
e dedicação por mim!

Penso,
penso muito,
donde veio ela
e porque se dedicou a mim?

Uma borboleta assim,
terá amor?
Amor por um homem
que lhe dá atenção,
dá o coração
para quem o acarinha!

Chamo-lhe Butterfly!

Vou por aí,
pelas ruas da cidade
com ela no meu ombro,
todos nos olham,
de espanto,
de admiração
sorrindo!

Como uma borboleta
com tanta liberdade,
se priva dela,
para não me abandonar
e viver comigo,
com este amigo,
para todo o sempre!

José Manuel Brazão