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domingo, 21 de fevereiro de 2010

Pombo com ternura e fome


Apetecia neste dia,

um passeio até ao Tejo

e pelo Terreiro do Paço

andei a pé.

Parei no terminal,

observando

aquela sala gigante.



Parando

junto de mim

um pombo habitante

daquela sala,

que debicava, debicava

e nada encontrava!

Chamei por gestos;

junto de mim parou.



Por largo tempo

não me deixou!



E olhando

aquele pombo habitante

de penas azuladas

e iris avermelhadas,

cheio de fome e ternura,

deixando

as minhas mãos dar-lhe mimos,

sem voar revoltado;

apenas um pombo esfomeado.

Fiquei agradecido

por este novo amigo.

Lembrei-me das crianças

que nas mesmas condições,

ainda têm forças

para nos lançar olhares de ternura

aguardando que nossos corações,

se lembrem

que elas existem.



No meu regresso

e tendo como despedida

olhares de ternura,

ainda me disse:

“Quando voltares

a esta sala gigante,

cá estarei

e ficarei junto a ti,

para descansares

e veres que ainda existo;

como pombo e amigo”.



José Manuel Brazão


O meu poema mais lido na minha vida de Poesia!


http://cpoesia.esenviseu.net/index.php?option=com_content&task=view&id=241&Itemid=1

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