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domingo, 21 de fevereiro de 2010

Ana Coelho-José Antunes: seu livro "NUANCES"


Partilhamos convosco partes do prefácio escrito pelo Prof. Arlindo Mota

PREFÁCIO
Ana coelho e José Antunes: entre nuances, sonhos e cumplicidades

Ana Coelho e José Antunes, são dois autores com uma envolvente e genuína pulsão pela poesia. Na escrita e nos gestos, que de gestos também se constrói a poesia. Buscam com paixão e rigor o segredo das palavras, que renovam sem cessar. Parcimoniosos na utilização de metáforas, optam claramente por não assentar na metrificação clássica, salvo uma ou outra incursão, num ou noutro poema.

Conhecedores da herança lírica portuguesa, não se confinam ao formalismo e abordam a linguagem com criatividade, onde os temas do amor estão abundantemente presentes, mas também o psicológico e o social (sem cair no realismo) não são esquecidos e isso revela-se ao longo de todo do livro. A sua poesia, seguindo a moderna estética, constitui a verdade de um mundo sentido por uma subjectividade; o que ela diz é um mundo para o homem, um mundo visto de dentro, mundo singular e inimitável a que só o sentimento dará acesso.

Falei até agora dos autores como se fossem apenas um: eles de alguma forma a isso nos conduzem, porque se apresentam juntos, face a se face, porque o livro constitui para eles a sagração dessa comunhão. Mas, em boa verdade, se muitos traços os identificam, outros os distinguem. Ana Coelho navega mais suavemente nas palavras, é, de algum modo, o lado assumidamente feminino do livro; José Antunes, de escrita comedida, apresenta mais arestas na leitura e na interpretação da sua simbologia. Comum aos dois, a contenção vocabular e arredia da adjectivação excessiva, que torna a sua poesia rigorosa e límpida, dotada de uma invejável coerência interna.

O livro, por sua opção, apresenta-se dividido em cinco capítulos: “Momentos”; “Trincheiras de Sonho”; “Distâncias”; “Lampejos”; “Cumplicidades”.


Janeiro de 2010

Arlindo Mota*

Com a alma rendida

Desnudo o tempo
No néctar do teu corpo
Sumário momento
Que a tez sossega…

Os dedos tacteiam
Nas cerejas frescas da tua boca,
O aroma húmido
Onde bebo no teu cálice
Servido em rubra pigmentação…

Com a alma rendida
Na secreta harmonia
A epiderme vestida
Do doce clamor
Que embala as madrugadas
Em alvorada de mimos e ternura…

Devaneios do nosso vasto tempo
No amor que se faz cumprir
Em espíritos congénitos
Cadência pendular do provado amor…

Ana Coelho



Muito sucesso para Vós

Beijo e Abraço do


anacoelho disse...
As palavras são o que delas fizermos, os gestos são eternos...
Um beijo de gratidão um abraço do José

1 comentário:

Ana Coelho disse...

As palavras são o que delas fizermos, os gestos são eternos...

Um beijo de gratidão um abraço do José