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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Beijo incauto


Admiro a poesia de Marta Vasil e é importante divulgá-la para além da nossa relação pessoal!
José Manuel Brazão




Beijo incauto

Linha a linha, ponto a ponto,
com as mãos a florescer
teço rendas de fogo
enquanto o navio zarpa a trote
em rasgos de águas rubras.
No amolecimento da tarde
assomo-me ao rosto do mar,
vejo-te sombra maga e framboesa
solto sentimentos em voz rouca e refreada.
Atiro beijos ao vento
misturam-se, enlaçam-se
pintando o ar de desejo incauto.
Apagam a bonança da tarde
enquanto gaivotas
se atam no céu em lilases brancos
e tombam rosas vermelhas
nestas horas feitas de volúpias ardentes.

Prostrei-me num beijo incauto
e caí fora do tempo!

Marta Vasil

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