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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Soneto do amor total


Amo-te tanto, meu amor...não cante
o humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
numa sempre diversa realidade.

Amo-te enfim, de um calmo amor presente,
e te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
dentro da eternidade e cada instante

Amo-te como um bicho, simplesmente
de um amor sem mistério e sem virtude
com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde
é que um dia em teu corpo de repente
hei-de morrer de amar mais do que pude.

Vinicius de Moraes

2 comentários:

Sonia Schmorantz disse...

Mira-te pelo calendário da flores
Que são só viço e esquecimento.
Desprende-te dos ofícios do dia,
Apaga os números, os anos e anos,
Releva a data de teu nascimento.
E assim, por tão leve sendo,
Por tão de ti isento,
De uma quase não resistência de pluma,
Abraça o momento,
Te apruma,
Tome por bagagem os sonhos
E apanha carona no vento.

(Fernando Campanella)

um abraço

Paula Raposo disse...

Sublime Vinicius que eu adoro!! Beijos.