sábado, 31 de janeiro de 2009
Sabedoria ou cobardia?
Há algum tempo para cá, que não consigo fazer mais nada a não ser preencher o tempo todo, com trabalho. Num ritmo acelerado, trabalho, brinco com os meus colegas, participo em tudo, tentando esgotar-me, para poder chegar em casa, e não poder sentir, não poder ter necessidade de nada... Será que há muito me tornei numa máquina e não me apercebi?
Sinto que as pessoas me admiram, me respeitam, mas quando me procuram para além do trabalho simplesmente, crio uma barreira, tal é a necessidade de não criar laços com ninguém. Estarei a ser injusta? Desumana? Mas o meu medo de perder é tal, que nada quero ganhar!... Ninguém entende porque no trabalho eu me entrego tanto e depois, nem o telefone atendo. Criei, eu uma ilha,no meio deste Mundo que gira sem parar? Estarei a revestir-me de altivez, orgulho despropositado? Ainda recordo a pessoa alegre, receptiva, que acreditava no ser humano. Por mais que eu tente, não consigo ressuscitar essa pessoa..Alguém matou esse ser... Os meus sonhos, guardo-os comigo, sem os partilhar. Tudo o que mais desejei e amei na vida me foi tirado, sem eu perceber, porquê. Não me permitindo lamentar, tornei-me um pouco dura, para poder ir em frente. Ninguém me vê chorar, já nem eu mesma... Por vezes fico cansada, por me obrigar a ser tão forte... O que será melhor? Viver, estando disposto ao sofrimento, ou dizer não aos sentimentos, para não sofrer? Apenas sou eu mesma quando estou com crianças... quando me encontro com a natureza. Estarei a ser cobarde ou sábia?
Fernanda Rocha
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