Sabes amigo
hoje escrevo-te
para te dizer
que a palavra morreu,
sucumbiu nas ameias
da garganta
pálida na respiração
que a língua não lhe deu!
Agora já nem os olhos
choram
as moradas onde ela
se vai dilacerar…
E no fim da vida
a sua única despedida
foi a virgula esquecida
entre duas sonantes palavras.
Ah! É verdade
não era uma virgula só
trazia consigo um ponto
um ponto congénere
com o ponto final,
mas era apenas
uma alegoria à virgula marota
que teima em parar a respiração!
E agora que a palavra morreu
e jaz numa lápide fresca
nos escombros do sol,
o poeta pode fechar a gaveta
arrumar a caneta
e da folha de papel
fazer uma caravela
deita-la no rio
a deslizar ao encontro
do imensurável mar…
E tu amigo
podes enfim navegar sem parar!
Ana Coelho
quarta-feira, 27 de abril de 2011
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1 comentário:
Sabes amigo
estas palavras são daquelas que se soltam com asas...
Obrigada...é gratificante o gostar de algo que eu gostei muito depois de o libertar...
Beijinhos Amigo de Sempre
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