Tem vezes que fecho os olhos do corpo,
e abro os olhos da alma, assim tanto vejo!
Há um mundo todo meu além da pele,
além da carne, dos anseios, além de mim
Dentro do peito há a menina que chora baixinho
lágrimas puras aos sonhos que guardei por medo,
ela brinca de faz de conta, faz ciranda com sorrisos
No silêncio do peito ouço os soluços da menina,
ecoam ritmados ao coração que lamenta sonoro.
Tanto espaço há em meu mundo...
sou tanto dentro de mim, que ás vezes perco o rumo
Há lugar para um baú de lembranças empoeirado,
quase nunca o abro - talvez seja alérgica à saudade -
ou apenas doa um pouco reviver a verdade,
enfim sei; ando indiferente ao passado por vontade...
Há a Mulher recém chegada que do coração fez sua morada,
tem na alma o desejo intenso, força que mantém a menina no eixo
exala como flor o perfume de seu corpo,
os instintos saltam-me aos olhos e transparecem-me ao rosto
Quando olho p’ro mundo dentro de mim, tanto vejo:
menina e mulher ambas refletidas no espelho,
e seguem nas estradas da vida, juntas a todo o momento
-Sim, de olhos fechados, tenho um mundo dentro de mim!
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