Nego-me
a me submeter ao medo...
Que me tira a alegria de minha liberdade,
Que não me deixa arriscar nada,
Que me torna pequeno e mesquinho.
Que me amarra!
Nego-me
a me submeter ao medo...
Que não me deixa ser direto e franco,
Que me persegue,
Que ocupa negativamente minha imaginação,
Que sempre pinta visões sombrias...
No entanto não quero levantar barricadas
por medo do medo...
Eu quero viver,
e não quero encerrar-me...
Não quero ser amigável
por ter medo de ser sincero...
Quero pisar firme
porque estou seguro
e não por encobrir meu medo.
E, quando me calo,
quero fazê-lo por amor
e não por temer
as conseqüências de minhas palavras.
Não quero acreditar em algo
só pelo medo de não acreditar.
Não quero filosofar por medo
que algo possa atingir-me de perto.
Não quero dobrar-me,
só porque não tenho medo de ser amável.
Não quero impor algo aos outros
pelo medo de que possam impor algo a mim.
Por medo de errar,
não quero tornar-me inativo.
Não quero fugir de volta
para o velho, o inaceitável,
por medo de não me sentir seguro no novo...
Não quero fazer-me de importante
porque tenho medo
de que senão poderia ser ignorado...
Por convicção e amor,
quero fazer o que faço
e deixar de fazer
o que deixo de fazer!
Do medo
quero arrancar o domínio
e dá-lo ao amor...
E quero crer
no reino
que existe em mim!
Rudolf Steiner
Escrito no início do séc.XX
Pesquisa da minha grande Amiga Aurora Rich
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