Outros Blogs do meu grupo:


sábado, 2 de abril de 2011

Circulos da noite


Quatro invernos de estátuas passados
enquanto as mãos rasgaram caminhos
talvez a cumprirem penitência.

No mistério das sombras
ela solta a língua:
lua lírio brisa
veleiro sonho.
Diz qualquer coisa.

O eco solta-se contra o tempo
morde-a e ri
ri até que as gargalhadas assustem os pássaros
e a levem enjeitada nas asas.

A lua nasce desassossegada
entoa brilhos desconcertantes
e o perigo rompe nas noites.

Deixa-se seduzir
nos círculos que a noite desenha.

A poesia exacerba-lhe os desejos das mãos
e depois corrompe-lhe a dureza da razão.

Marta Vasil

Sem comentários: