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quarta-feira, 7 de abril de 2010

Parti sem destino


Parti!
Sem destino
Sem nunca sair do mesmo lugar…
Nos braços da lua velei sonhos
No senso vulgar de os poder libertar…
Misturada de vazio
Afasto-me…
E na soma dos vícios
Roço um sorriso
Na forma dos enganos,
Um consentimento desconhecido
A ranger num chão sem tecto…


Parti!
Sem destino
Sem nunca sair do mesmo lugar…
E no monólogo de me escutar
Vesti vultos em puro linho
Nos rostos de ninguém,
Neste estático mar
As ondas gigantes
São o silêncio na voz do cansaço
Que não me deixa repousar…

Parti!
Sem destino
Sem nunca sair do mesmo lugar…
A verdade é que me vejo partir
De um lugar antigo…
Todavia
Regateio o monólogo do sono
Nas últimas penugens da insónia…

Parti!
Sem destino
Sem nunca sair do mesmo lugar…
Os passos gemem
E fogem sem nunca pararem,
Numa escarpa de vácuo
Alimentam silêncios de poesia
Que tomam conta de mim…
As veias almejadas
Próximo do meu nome
Sussurram na firmeza do punho
Onde está?...Onde está?
A insustentável força de querer!

E as mãos penteiam os olhos
Antes do sol nascer…

Ana Coelho

1 comentário:

Ana Coelho disse...

Pois Zé, este é um daqueles que se nos é premetido dizer que gostamos mais de algo nosso este é sem dúvida um dos meus preferidos.

Muito obrigada por mais este mimo.

Beijos