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sábado, 24 de abril de 2010

Era dia de sol redondo...



Era dia de sol redondo e brisa marinha, nas mãos escorriam as feras ansiosas pela brancura de uma folha. Sentia o silêncio beijar-lhe os lábios e a frescura da manhã abraçá-la. De sorriso penteado e de olhar distante passeou-se pelo passado ainda fresco na memória.
Trá-lo sempre pendurado como um desejo por cumprir. Abre-se sempre um vazio depois de cada momento quente dos seus corpos. São as vontades escritas em telhados de vidro que se alcançam em noites voltadas ao luar. Rega o dia de amanhã com a verdade do seu olhar e cresce azul como o céu em lençóis brancos de cetim onde lhe crava palavras insanas no corpo liberto. Ainda o sente, louco, dentro de si.
Inquieta-se pelo beirado do pensamento e voa na plenitude de um futuro. Caiem as estrelas ao passar, cai o sorriso e a vontade de ficar. Olha em redor… crescem olhares frios e maus, observa mãos fechadas e faces rígidas onde o vazio é um silêncio que morde os dias e mata as noites. Espreita a alma que escondia, ainda mexe em forma de rio sequioso. Fecunda-se a vontade de o ter na esperança de um beijo quente.

Era dia de sol redondo e brisa marinha, das mãos voavam futuros por cumprir enquanto se afogava a juventude na brancura das folhas.

Vanda Paz

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