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segunda-feira, 6 de abril de 2009

Simulacro


Em precipícios de enorme fragilidade
conjugo os dias em momentos verbais:
passado, presente e futuro.
Jangadas passadas de sonhos incumpridos
iates céleres de suspiros que hoje eclodem
constelações de medos pressentidos no amanhã.

Hoje, na galáxia dos meus desejos
os dedos cosem pensamentos uns aos outros
com linhas de incenso afrodisíaco.
E numa vertigem gulosa
crescem-me lágrimas de sorriso.

Invento então um tempo nulo de conjugações.
Desnudo-me das vestes da razão
simulo-me corsário destemido
e nesse mar onde vogam sonhos
assalto a chama rubra dos teus lábios.

Da vertigem desprendida do beijo roubado
serei lenha inflamada a arder
enquanto não conjugar o instante no passado

Marta Vasil.

1 comentário:

Marta Vasil (pseud.de Rita Carrapato) disse...



Obrigada mais uma vez por abrires as portas do teu espaço às minhas palavras.

Beijinho