domingo, 26 de abril de 2009
Sabes Zeca
O olhar com que sonhavas o mundo
Ainda não brilha
A voz que deixaste nas nossas vidas
Já não ecoa
Dói-me o choro de uma mãe
Que desespera pelo abraço do filho
Perdido pela droga
Dói-me o silêncio daquela mulher
Que se esconde do olhar de um marido
Que a maltrata
Sabes ZECA, devias voltar…
Hoje, em tudo se encontra
Pedaços de injustiça que magoam
Pedaços de vida que amargam
Quantas cantigas, gritaste?
Quantos pedidos, fizeste?
Poemas estilhaçados que se perderam
Volta ZECA
Volta com o cantar de um infinito
Que mexe, que incomoda…
Pois já não há pão
Não há emprego
Não há razão
O cântico é de lamúria
A voz já não tem espaço para cair
O grito da revolta afundou-se
Em mar de desespero arregaçado
As ribeiras ainda choram
Os rios não voltaram a passar
Os olhos não secaram
Mas contigo,
Voltamos a cantar…
Vanda Paz
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