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quinta-feira, 16 de abril de 2009

Conta, Minas!


Quem caminhava por estas ladeiras e ruas
Passados tantos sóis e tantas luas?
Senhores, escravos, rebeldes e infantes,
Excêntricas carruagens, damas extravagantes?

O que se passava por detrás dos frontões das janelas,
Clausura do frescor das virgens, e das quase donzelas,
Além da obediência servil e do cansaço da lida
E o temor à Igreja, dona de tudo e dona da vida?

Os casarões, as calçadas, arvoredos, quintais,
Catedrais bordadas a ouro abrigando pardais.
Mandos, desmandos, governos gerais;
Não se fez alheia as Minas Gerais.

Ao sangue que assenta as pedras das ruas;
Ao negro que exangue as dores do povo, as dores suas.
Assenhorou-se de toda coragem e bravura,
Desenhou liberdade como o poeta, a gravura.

Hoje, esta tela tão bela, descortina a vitória,
Dos ideais de igualdade na nossa história.
(Que embora ainda em dorida expansão)
Fizeram nascer nossa pátria, povo e chão.

Terra que ensaia seu próprio futuro,
Ciente de ser ainda fruto imaturo,
Entona altiva, dia e noite, noite e dia:
“Liberdade, ainda que tardia”!

Márcia Oliveira*

*A gravura é uma reprodução feita pelo poeta
Frederico Salvo em papel comum e a grafite.
*

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