sexta-feira, 24 de abril de 2009
Poema de Abril
Entre a baioneta e a pistola
despe a farda ensanguentada
pega na bala por disparar
e no capacete
o soldado poeta põe-se a versejar.
Verseja o inimigo com tiros de mel.
No arame farpado
faz prisioneiros tiros de canhão
com o sangue da farda
escreve cravos em botão.
Ilusão este tempo do soldado poeta!
O pelotão inimigo marcha
zumbe-lhe aos ouvidos.
Atingido rebentam-lhe o fel
e o soldado poeta chora enfraquecido
a versejar tiros de mel.
Renascem-lhe forças sopradas em olhar de criança!
Com as lágrimas tingidas de vermelho
acorda os cravos em sofreguidão
e pétala a pétala escreve em liberdade
o mais lindo poema de Abril
há muito inquilino do coração.
Marta Vasil
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