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quinta-feira, 9 de abril de 2009

Um poema que me deixou a reflectir!


Quando acabamos um texto (poesia ou prosa) não vislumbramos como será a reacção de quem o lê e muito menos os resultados conquistados!

Assim sucedeu com o poema”Pombo com ternura e fome”. Foi escrito contando uma história real passada entre mim e um pombo da cidade “vivendo” ele pelo Terreiro Paço!

Publiquei-o em todos os sites em que tenho página de autor e nos meus Blogues. Mas no site “Cantinho da poesia” aconteceu um grande presente para um Autor! A compensação para o empenho que damos ao nosso trabalho! No Cantinho foi publicado em 25.Out.2007 e há meses está na coluna destaques dos mais lidos e na data de hoje já obteve 24.422 leituras!

Mas qual a razão?

Difícil de saber. Mas reflecti e penso que seja devido à ternura que o poema concentra tendo por origem os momentos de ternura vividos por mim com o pombo!

Eu trato os animais com o mesmo respeito e carinho, que cultivo com os humanos. Assim se define o meu carácter!

Encontramos neles os nossos amigos mais fiéis e eu tenho o exemplo concreto
disso através do meu gato “Johny” que já me fez passar por momentos muito bonitos e emotivos!

Pombo com ternura e fome

Apetecia
neste dia,
um passeio até ao Tejo
e pelo Terreiro do Paço
andei a pé.
Parei no terminal,
observando
aquela sala gigante.
Parando
junto de mim
um pombo habitante
daquela sala,
que debicava, debicava
e nada encontrava!
Chamei por gestos;
junto de mim parou.
Por largo tempo
não me deixou!
E olhando
aquele pombo habitante
de penas azuladas
e iris avermelhadas,
cheio de fome e ternura,
deixando
as minhas mãos dar-lhe mimos,
sem voar revoltado;
apenas um pombo esfomeado.
Fiquei agradecido
por este novo amigo.
Lembrei-me das crianças
que nas mesmas condições,
ainda têm forças
para nos lançar olhares de ternura
aguardando que nossos corações,
se lembrem
que elas existem.
No meu regresso
e tendo como despedida
olhares de ternura,
ainda me disse:
“Quando voltares
a esta sala gigante,
cá estarei
e ficarei junto a ti,
para descansares
e veres que ainda existo;
como pombo e amigo”.

José Manuel Brazão

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