sábado, 29 de novembro de 2008
Hoje é urgente
Hoje é urgente
arremessar na noite palavras ao vento
rasgar a roupa que as asfixia
perfurar e apedrejar este fio de tempo.
Hoje é urgente
gritar letras e palavras adiadas
a envelhecerem ao meu lado
sem freio, pelas rugas já talhadas.
Hoje é urgente
deixar a caneta errar ao relento
pegar nas letras que gotejam
nesta voz matizada de cinzento.
Hoje é urgente
soltar palavras neste ar constelado
deixá-las partir à bolina
libertar este grito de gemido apertado.
Hoje é urgente
gritar palavras ao vento
e talvez a lua traduza este grito
e me devolva pela manhã
uma cerimónia de palavras em rebento.
Marta Vasil
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2 comentários:
Fico lisonjeada, meu amigo, por ter colocado aqui mais um dos meus poemas. Foi escrito num dia em que me sentia quase como o que o José escreveu na postagem de baixo.
Um beijinho
MV
maravilhosa escolha!!!
que lindo poema!!!
urgente, ler coisas belas, isso sim, é urgente
saudações
http://coresemtonsdecinza.blogspot.com
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